quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

O menino Niltinho!

Antonio Nunes de Souza*

Desde menino que era endiabrado e tinham que ter cuidado e fiscalizá-lo, pois, já com dez anos ele gostava de olhar as primas e as amigas de suas irmãs quando estavam tomando banho e, ainda nem pentelho tinha, mas era um grande punheteiro!
Sua mãe, depois de tê-lo flagrado várias vezes, resolveu levá-lo a um psicólogo para que fosse analisado esse comportamento em uma criança. Porém, depois umas terapias, o psicólogo disse que passaria com o tempo, que era uma questão de idade já que ele estava entrando para a juventude, quando passará a ter um comportamento dentro dos padrões. Que a sua sagacidade estava um pouco acima do normal, porém não se poderia considerar uma anomalia! A mãe menos preocupada, contudo não deixou de continuar acompanhando seus passos, não dando chances para ele ficar por perto na hora do banho das meninas e, principalmente, não mais deixou que ele tomasse banho na piscina do edifício na hora que havia mulheres de biquine. Isso porque ele já tinha sido surpreendido pelo síndico que, de binóculos, em seu apartamento, viu, claramente, Niltinho batendo uma “aquática” na intenção da sua linda e jovem mulher que banhava-se. Desceu as pressas, pegou o moleque pelo braço, com vontade de lhe dar uns cascudos e levou para entregá-lo a sua mãe, contando o episódio absurdo do menino tarado! Logicamente o moleque tomou umas porradas, uma dúzia de bolos de palmatória que deixou suas armas sexuais vermelhas e inchadas. Ele que era até pequeno para a idade, parecendo mais jovem, ficava sempre calado, chorando e cabisbaixo. Mas, parecia uma tara, pois não podia ver um par de coxas ou uma virilha mostrando os cabelinhos, que ia logo ao banheiro e descascava uma banana com a maior tranqüilidade. Fazia isso algumas vezes durante o dia, pois, com sua idade, tesão não lhe faltava!
O tempo foi passando, Niltinho foi crescendo, nunca foi bom estudante, mas muito inteligente e jeitoso nos negócios, terminou prosperando muito se tornando um comerciante relativamente sólido. Porém, já adulto, não mais aquele velho batedor de punhêta infanto/juvenil, como seria o que todos esperavam, transformou-se em um grande fodedor, não só das suas secretárias, como atacava o universo feminino da cidade que conquistava com sua simpatia, carisma, charme e bondade de um presenteador emérito! Com essas características come-se até a mulher do diabo, sem o perigo de ir parar no inferno.
Hoje, quando me encontro com ele,cinqüentão já avô, amigo que adoro, brincando lhe dou um abraço e trato logo de encostar a bunda na parede, relembrando a sua trajetória de um grande fudião regional!
Pelo que vejo, creio que ele ainda faz suas gracinhas as escondidas. A carinha sorridente de menino traquino, mesmo com cabelos grisalhos e óculos, não disfarça que morrerá sendo o garoto sapeca de outrora!

*Escritor – Membro da academia Grapiúna de Letras de Itabuna – antoniodaagral26@hotmail.com


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