Antonio
Nunes de Souza*
Como
sou bastante previdente, já estou com minha programação dos festejos de fim de
ano completamente elaborada, com uma sabedoria sensacional adquirida através de
experiências desastrosas no passado!
Qualquer
um sabe que no dia 31 de dezembro a grande maioria dos brasileiros, mesmo os
que seguem outras religiões, são completamente influenciados e levados a
homenagear a Rainha das Águas, nossa majestade Iemanjá. A maior parte desses
devotos eventuais são apenas umas “Maria vai com as outras”, que por modismo e
para estar na onda folclórica, vão dar seus presentes, pular suas ondas, jogar
suas flores e, logicamente, fazer seus impossíveis pedidos, sem contar as
“sacanagens” franciscanas que acontecem nesses eventos!
E
eu que não sou diferente de ninguém, também adoro essa sacanagem toda, sem
levar em conta nada de religiosidade. Meu negócio nesse dia é completamente
profano, arranjo uma companhia bonita, agradável e inteligente e, sem maiores
compromissos vamos nos divertir, dançar, beber, comer, rir, se lambuzar com
areia e depois partir para o hotel para realmente penetrar nos lugares que nos
proporcionam pequenos choques milagrosos! Temos que ter cautela e nos policiar,
pois, se bebermos demais, quando chegamos ao hotel, depois de um banho,
entramos num sono profundo deixando a parceira na mão e perdendo o fechamento
de ouro desse evento anual!
E
ainda está arriscado a ouvir da sua parceira o seguinte deboche: Você antes era
um CD = “Comia e dormia!”. E hoje você se transformou em um DVD = “Deita, vira
e dorme!”.
Já
reservei minha pousada em Ilhéus, a companhia estamos em fase de acertos, já
tracei meu plano de ir pela manhã para não pegar aquele trânsito sacana na ponte
e estrada para Olivença, vou levando meu champanhe predileto, a tal da roupa
branca exigida, o carro totalmente revisado, embora o pacote já esteja pago
estou levando grana extra, creio que não está faltando nada em termos de
precauções!
Não
quero de jeito nenhum que aconteça o que ocorreu o ano passado: Saí daqui no
fim da tarde, fiquei engarrafado na estrada até as duas horas da manhã, não
assisti a comemoração, queima de fogos, brindes, etc., com fome na estrada e
puto da vida pelas reclamações da parceira. Chegando ao hotel, ambos calados e
zangados, resolvi voltar na mesma hora para Itabuna e, na volta, pegamos outro
engarrafamento que só chegamos a Itabuna as nove horas da manhã! Uma verdadeira
tragédia e ainda tive que ouvir da minha linda companhia que passei quase todo
ano tentando levá-la para a cama, a seguinte e triste frase de despedida: “Você
é um merda mesmo!”.
Nunca
mais tive chance de comer Priscila. Esse era o seu nome. Mas, com Tereza esse
ano o pau vai comer direitinho sem dó nem piedade e contarei para vocês nos
mínimos detalhes!
Feliz
Ano Novo e viva a Rainha das águas!!!
*Escritor
– Membro da Academia Grapiúna de Letras de Itabuna –
antoniodaagral26@hotmail.com
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