domingo, 11 de novembro de 2012

Um amor que não deixou saudades!


                                          Antonio Nunes de Souza*

Ela era uma mulher maravilhosa. Jovem, bonita, corpo escultural, sensualidade invejável e uma bunda que era, inacreditavelmente, maravilhosa. Estou fazendo essa observação com relação a sua retaguarda, em função de ser a parte mais cobiçada, desejada e provocante perante os homens atualmente.
Porém, com todo esse charme e um perfil de uma estrela de cinema, tinha um defeito na personalidade que, depois que conheci, mesmo estando cheio de paixões, sofri as agruras do inferno. Ela era barraqueira! Mesmo tendo feito faculdade, não esqueceu o ranço conseguido na periferia suburbana, onde viveu durante muitos anos de sua vida.
Eu, advogado engrenando minha carreira, com trinta anos, bem apessoado, sou bastante educado e detesto vexames ou confusões. E, infelizmente, quando conheci Erika numa balada noturna, ficamos tão fascinados um com o outro, que já fomos para casa como dois namorados. E assim continuamos por alguns meses, na maior maravilha e momentos inesquecíveis. Às vezes eu nem acreditava ter conseguido uma mulher tão especial e deslumbrante, me perguntando sempre, por que ela não tinha namorado anteriormente?
Aí, as coisas demoram, mas acontecem, fiquei sabendo a razão da sua solidão, mesmo sendo uma linda gata. Estávamos numa danceteria de pagode, o samba correndo solto e ela animada e alegre rebolava no salão que, mesmo sem ter intenções, provocava todos os olhares de desejo dos homens presentes. E, no aconchego do salão, um cara se esfregou na sua linda e generosa bunda (com intenção ou não), e ela não fez por menos, xingou o cara dando uma baixa, e, olhando seriamente para mim, exigiu que eu desse um murro no cara. Como eu tinha tomado alguns drinques e o cara era mais baixo que eu, avancei logo para atender o seu pedido. Meu amigo, recebi uma porrada pela cara, fui jogado no chão, tomei uns pontapés na barriga que, antes de desmaiar, percebi que havia, literalmente, me cagado todo. E olhe que eu estava com prisão de ventre, tendo uma semana que eu não conseguia evacuar. Mas, jamais desejei esse tipo de laxante, pois o cara era lutador de artes marciais e fez a festa comigo. Mesmo no chão, ainda ouvia ao longe, a voz dela gritando pra mim: Levanta seu covarde e quebra esse cara de porrada!
Quando acordei, o carro do Samu havia me levado para um hospital, estava lavado e usando uma bata branca e alguns pequenos curativos na face. Numa cadeira em minha frente, estava ela sentada e com a cara revoltada e foi logo dizendo: Quando você sair daqui, exijo que você vá procurar aquele cachorro e dar uma grande surra nele!
Naquele momento a única reação que tive foi dizer para ela, mesmo sendo linda e maravilhosa: Vá a porra sua encrenqueira desgraçada e nunca mais me procure!

*Escritor (Blog Vida Louca – antoniomanteiga.blogspot.com – antoniodaagral26@hotmail.com)

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