sábado, 30 de abril de 2011

Uma noite na balada!

                                            Antonio Nunes de Souza*
-Estava esperando encontrar uma mulher como você!
Dizendo isso e recebendo um sorriso como assentimento, pegou-a pelo braço, começou a dançar e, sem pestanejar, com menos de cinco minutos foi abraçando-a com o braço direito, mão na nuca fazendo pressão e carinho, braço esquerdo envolvendo a cintura e a mão espalmada na linda bundinha da vítima, puxando-a para junto do seu corpo para que ela sentisse o tanto que era desejada e, ao mesmo tempo, aplicava um beijo na boca daqueles que a língua se transforma em uma turbina dentária fazendo branqueamento.
O curioso é que a receptividade foi maravilhosa, pois, quando se separou, ela, mesmo meio sufocada, esboçou um sorriso de satisfação e continuou dançando freneticamente ao som do ritmo caribenho que o Dj comandava, fazendo os casais na pista irem à loucura e êxtase!
Alguns minutos depois ele falou que seu nome era Hilton e ela, com a maior naturalidade, disse chamar-se Isa.
Imagine vocês que a cena acima é uma singela substituição do gesto e comportamento, já considerado pré-histórico, aperto de mão e a expressão de “muito prazer” quando se conhecia uma moça. Hoje você tem que beijar, mostrar que tem uma boa pegada, senão é taxado logo de gay e, além de não ganhar ninguém, a notícia se espalha até no programa do desagradável Varela, batendo na mesa em sua homenagem!
Já bastante suados pelas esfregações no calor de dezenas de casais na pista da boate Borracharia, pararam para tomar um drink e trocar uma idéia numa parte mais silenciosa (ou menos barulhenta), no sentido de se conhecerem melhor e combinarem o desenrolar da noite e o raiar do dia. A essa altura já estavam mais agarrados e seguros que cordeiros de blocos, nas maiores intimidades, que só se fazia antigamente depois da quinta noite da lua de mel. Para todos que ali estavam era naturalíssima a agarração e amasso, pois, preocupados em fazer o mesmo, ninguém prestava atenção a ninguém.
Não precisa narrar o óbvio que, horas depois, ela seguiu para o apartamento dele e, depois de um bom vinho e alguns desempenhos de posições do Kamasutra, dormiram o sono dos justos como, normalmente, fazem os jovens da atualidade. Simplesmente, ficaram!
*Escritor (Vida Louca–ansouza_ba@hotmail.com– antoniomanteiga.blogspot.com)

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