quinta-feira, 21 de abril de 2011

Oba! Cirurgia bariátrica!

                                               Antonio Nunes de Souza*

Com muita alegria li no jornal que, conforme declaração do prefeito Azevedo, o município em breve ganhará uma unidade de cirurgia bariátrica. Achei sensacional essa implantação em Itabuna, já que o governo colocou esse procedimento para que possa ser realizado através do SUS, beneficiando nossos queridos, gulosos e simpáticos gordinhos.
Então, colocando minha fértil mente para funcionar, pensei logo em algo bastante útil e importante para a alegria do magro e sofrido povo: que nosso prefeito aproveite a oportunidade e entre em contato com o Ministério da Justiça, solicitando que seja agregado a esse benefício que reduz a capacidade estomacal, cirurgias bolsoátricas, meiátricas e cuecátricas, especificamente direcionadas aos políticos e servidores públicos corruptos, que utilizam tais elementos do vestuário para encher, sem piedade, seus patrimônios pessoais e engordarem suas contas bancárias.
Em princípio pode parecer que é um exagero, mas, sabemos todos que esses tipos (que não são poucos), já estão usando as compridas meias de futebol, cuecas samba-canção e os bolsos das calças alcançam as batatas das pernas. Portanto... é bastante justificável cirurgias de reduções, já que é praticamente impossível coloca-los num SPA/cadeia para um regime de desonestidade e ganância. Se não temos meios ou condições de acabar com essa doença, onde o paciente é a própria praga, pelo menos podemos minimizar a ferocidade com que ela ataca, reduzindo o campo de acomodação da virose “safadorum cretinus”.
Tenho que confessar que, por traz desse deboche proposital, está visível uma realidade a cada dia mais crescente que, quando alguém faz um ato normal de honestidade, transforma-se em alvo nacional de notícia, não como a regra, e sim a exceção. E, infelizmente, chegamos a esse ponto graças a todos nós que não soubemos educar, não demos bons exemplos, nos omitimos e não nos preocupamos nas escolhas dos que vão nos administrar e executar seguindo as leis existentes, mesmo sendo muitas completamente obsoletas e ultrapassadas.
Creio que ainda é possível, mesmo com muita luta, reverter esse enraizado comportamento, bastando para tanto que cada uma caia na real, reflita seus comportamentos (profissionais, comerciais, sociais e domésticos), procurando fazer as correções necessárias, pensando sempre que a globalização é inevitável, mas, não precisa que seja um mapa mundi de misérias e injustiças!

*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com – antoniomanteiga.blogspot.com)

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