quarta-feira, 4 de maio de 2011

Vicentinos X Vivaldinos!

                                                   Antonio Nunes de Souza*

Para que sejam feitas operações com poucas clarezas, criaram até o neologismo com a palavra “destombamento”, provocando assim mais um absurdo e agressão a pobre história da nossa jovem cidade.
Desta feita, sem que a sociedade tenha tido nenhum conhecimento, após o tombamento (?) do prédio do Colégio Divina Providência, sem os registros exigidos por lei, que, consequentemente, provocou uma desvalorização comercial. E, como a Irmandade estava necessitando de recursos, viu-se obrigada a vender para terceiros por um terço da sua avaliação imobiliária, já que, oficialmente, não foi feito um tombamento criterioso e devidamente registrado.
Sabedores que havia essa falha patrimonial, os sagazes e espertos compradores fecharam à operação na certeza que não houve nenhum tombamento. Na verdade, apenas, deram foi um tombo na nossa história, empurrando o Colégio Divina Providência para o abismo das demolições.
Em poucas palavras, fiz uma síntese do que circula a “boca grande” na cidade, deixando todos estarrecidos, gritando (não o suficiente) por atitude social, política e cultural e, até o presente momento, as autoridades competentes nada fizeram para retroceder esse absurdo de comportamento, daqueles que aqui aportam somente na sanha de ganhar dinheiro, sem a mínima consideração ao município.
Lamentei ver os “buzinaços, gritos e bandeiras” pelas ruas da cidade, comemorando a vitória do Flamengo, mas, para uma causa nobre, histórica e educativa, em homenagem a um colégio que acolheu e capacitou milhares de itabunenses e muitos outros da região, seja destruído para dar lugar a lojas de departamentos, sepultando nosso honroso passado, as autoridades municipais, o povo e a sociedade organizada (?), não se mobilizem com a mesma veemência para corrigir esse desrespeito e descalabro contra um marco de nossa cultura.
Como ex-aluno e cidadão itabunense, deixo nesse artigo meu repúdio e minha indignação, esperando que essa situação seja mais bem esclarecida e os “tombadores e destombadores” tenham a sensatez de retroceder esse ato que é mais uma “divina comédia” bufa, que um exemplo de cidadania!
Tenho certeza absoluta que nossa querida e saudosa D. Lindaura Brandão, diretora dedicada e competente por dezenas de anos do Divina Providência, está sentindo uma grande tristeza e com os olhos lacrimejando, por essa atitude nada convencional e, muito menos, respeitável!
Ai que saudades que tenho de Nestor Passos, Plínio de Almeida, Helena Borborema, Litsa Câmera, Nivaldo Rebouças, Paulo Fogueira e muitos outros que por ali passaram me transmitindo os seus saberes!
*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com – antoniomanteiga.blogspot.com)

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