domingo, 7 de setembro de 2025

COMO VAI VOCÊ? (Clique e leia)

 

Antonio Nunes de Souza*

Normalmente a pergunta acima é muitíssima repetida no dia a dia, quando encontramos com amigos, que não temos mais os privilégios de vê-los continuadamente como no passado. Duas coisa logicamente devem ter acontecido: as cidades cresceram muito, ou nós ficamos pequeninos com o tempo e a idade!

Durante toda minha vida, com cuidado e perspicácia, consegui colecionar uma enormidade de amigos qualificados, e normalmente, nos víamos quase que diariamente. Porém, hoje com a loucura que é o trânsito, os trabalhos e atividades super diversificadas e outros detalhes, principalmente a batalha para conseguir o pão de cada dia, infelizmente, passei a encontrar essas pessoas ultra eventualmente, com encontros casuais, furtivos e rápidos, que nem dão para atualizar as notícias do presente, nem tão pouco matar as grandes saudades do maravilhoso passado!

Então...ao ouvirmos a pergunta de praxe acima descrita, temos apenas a rápida oportunidade de responder: “Vou bem obrigado!”, sem que tenhamos a ousadia de querer contar lamúrias sobre saúde, finanças, etc., pois, nossos amigos também apressados e com seus problemas, dispensam ouvir lamentações, como eram ditas no passado, que tínhamos vários ombros amigos para nossas ladainhas. Que nós as vezes, aumentava, dramatizava e enfeitava, para que tivessem peninha de nós!

Tenho um amigo querido, que por diversas vezes, tem me chamado a atenção sobre alguns dos meus textos, eu estar muito nostálgico. Mas, é natural e comum que assim seja, pois, como seres humanos e cheios de sentimentos, e que já conviveu e viveu quase um centenário (faço 84 anos no dia 10/09), rememore neus pensamentos, e coisas que o tempo não pode mais fazer voltar!

São, sinceramente, nossas queridas e doces lembranças, que os jovens de hoje não carregarão na memória, pois, suas convivências atualmente é de festas, eventos monstruosos, requebrados de bundas, centenas de coreografias exóticas e afrodisíacas. Nas artes, deixam muito a deseja, principalmente na música, literatura e na poesia, pois, não tiveram nosso privilégio de desfrutar Jobim, Caymi, Sinatra, Nat King Cole, Ray Charles, Caruso, João Gilberto, Vinicius de Moraes, Gal Costa e outras feras inesquecíveis para nós, principalmente os cinquentões de carreira Caetano, Gil, Bethânia, Djavan, Paulinho da Viola e Toquinho, que felizmente, ainda estão super evidentes na ativa. Suas músicas perpetuadas, juntamente com suas composições poéticas, continuam fortes na mídia, lutando acirradamente, para combater as horrorosas discografias atuais, principalmente as enxurradas de sertanejas e a tal de sofrência, que na verdade, quem sofre é quem tem o azar de ouvir. Vale dizer, que esse repertório era apelidado veementemente, como “músicas de puteiro”!

Assim sendo, com esse corre/corre infeliz, quando me bato com um velho, ou até novo amigo, que logo pergunta:” Como vai você?”  Eu, humildemente, apenas tenho a chance de responder: “Eu vou bem, obrigado!”

O progresso é maravilhoso. Mas, o passado é marcante, e literalmente inesquecível!

*Escritor, Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros fundadores da Academia Grapiúna de Letras!

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