Antonio Nunes de Souza*
Normalmente
a pergunta acima é muitíssima repetida no dia a dia, quando encontramos com
amigos, que não temos mais os privilégios de vê-los continuadamente como no
passado. Duas coisa logicamente devem ter acontecido: as cidades cresceram
muito, ou nós ficamos pequeninos com o tempo e a idade!
Durante
toda minha vida, com cuidado e perspicácia, consegui colecionar uma enormidade
de amigos qualificados, e normalmente, nos víamos quase que diariamente. Porém,
hoje com a loucura que é o trânsito, os trabalhos e atividades super
diversificadas e outros detalhes, principalmente a batalha para conseguir o pão
de cada dia, infelizmente, passei a encontrar essas pessoas ultra
eventualmente, com encontros casuais, furtivos e rápidos, que nem dão para
atualizar as notícias do presente, nem tão pouco matar as grandes saudades do
maravilhoso passado!
Então...ao
ouvirmos a pergunta de praxe acima descrita, temos apenas a rápida oportunidade
de responder: “Vou bem obrigado!”, sem que tenhamos a ousadia de querer contar
lamúrias sobre saúde, finanças, etc., pois, nossos amigos também apressados e
com seus problemas, dispensam ouvir lamentações, como eram ditas no passado, que
tínhamos vários ombros amigos para nossas ladainhas. Que nós as vezes, aumentava,
dramatizava e enfeitava, para que tivessem peninha de nós!
Tenho
um amigo querido, que por diversas vezes, tem me chamado a atenção sobre alguns
dos meus textos, eu estar muito nostálgico. Mas, é natural e comum que assim
seja, pois, como seres humanos e cheios de sentimentos, e que já conviveu e
viveu quase um centenário (faço 84 anos no dia 10/09), rememore neus
pensamentos, e coisas que o tempo não pode mais fazer voltar!
São,
sinceramente, nossas queridas e doces lembranças, que os jovens de hoje não
carregarão na memória, pois, suas convivências atualmente é de festas, eventos
monstruosos, requebrados de bundas, centenas de coreografias exóticas e afrodisíacas.
Nas artes, deixam muito a deseja, principalmente na música, literatura e na
poesia, pois, não tiveram nosso privilégio de desfrutar Jobim, Caymi, Sinatra,
Nat King Cole, Ray Charles, Caruso, João Gilberto, Vinicius de Moraes, Gal Costa
e outras feras inesquecíveis para nós, principalmente os cinquentões de
carreira Caetano, Gil, Bethânia, Djavan, Paulinho da Viola e Toquinho, que
felizmente, ainda estão super evidentes na ativa. Suas músicas perpetuadas,
juntamente com suas composições poéticas, continuam fortes na mídia, lutando
acirradamente, para combater as horrorosas discografias atuais, principalmente
as enxurradas de sertanejas e a tal de sofrência, que na verdade, quem sofre é
quem tem o azar de ouvir. Vale dizer, que esse repertório era apelidado
veementemente, como “músicas de puteiro”!
Assim
sendo, com esse corre/corre infeliz, quando me bato com um velho, ou até novo
amigo, que logo pergunta:” Como vai você?”
Eu, humildemente, apenas tenho a chance de responder: “Eu vou bem,
obrigado!”
O
progresso é maravilhoso. Mas, o passado é marcante, e literalmente
inesquecível!
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros fundadores da Academia Grapiúna
de Letras!
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