Qual será o
sexo do futuro?
Antonio
Nunes de Souza*
Embora
pareça um absurdo essa pergunta, temos que nos basear nos estudos científicos
que, através de pesquisas criteriosas, utilizando os métodos mais modernos e
eficientes dentro da genética, chegaram à conclusão que daqui a alguns anos,
toda humanidade será bissexual. Ou seja, o mundo será de uma passividade sexual
tão amena e solidária que, “dar e receber”, se tornará uma atitude normal e bem
aceita, apenas para celebrar com romantismo os encontros carnais, onde ninguém
se preocupará com procriações ou sexos dos participantes.
Segundo o
cientista italiano Umberto Veronesi, o homem está ficando cada vez mais feminino
e as mulheres cada vez mais masculinas, os hormônios de ambos estão escassos e
a procriação ficará com a fecundação artificial ou clonagem. Em suma: Transar
passará a ser uma coisa enfadonha e sem graça, já que, com essa evolução, os
órgãos genitais serão atrofiados, tendendo até a desaparecerem. O prazo dado
pelo grande cientista é de, aproximadamente, cinqüenta anos.
Lógico que
essas notícias que nos pegam de surpresa, principalmente aos mais velhos que
aprenderam desde a infância que a maneira mais aprazível, normal e salutar de
se procriar, era dando uma “bimbada” (ou várias quando os espermatozóides eram
moles), imaginar que transar é coisa do passado. Que filho se faz por encomenda
nos laboratórios e dar à bunda vai fazer parte do seu dia-a-dia. E, quando
perguntarem qual é o seu sexo, terá que dizer um nome que será, obviamente criado,
esquecendo-se completamente das definições existentes, pois a maioria é
considerada pejorativa para muitos.
Certamente,
como o brasileiro é rico em neologismos, deverá haver um concurso nacional para
rotular a nova classificação sexual, sem precisar imitar os nomes estrangeiros
que por certo aparecerão.
Não posso
dizer que não estou estarrecido e perplexo com tamanha descoberta, já que o
considerado terceiro sexo vem crescendo de uma maneira vertiginosa, causando
curiosidades de experiências nos mais ardorosos machões. Tenho visto homens
verdadeiros cafajestes, mulherengos, casados e rufiões respeitados, nas suas
longas noites de farras e bebidas, aproveitarem para saber o sabor desse prazer
(?) e, por incrível que possa parecer, levantam a bandeira e, orgulhosamente,
dizem que jamais deixarão de praticar tal variação bundológica. Saem do armário
sem o menor pudor, ainda por cima, julgando-se superiores.
Mulheres
lindas, maravilhosas, desejadas por milhares de homens, casando abertamente com
outras mulheres e vivendo com largos sorrisos de felicidade nos rostos,
encarando os fatos com a maior naturalidade.
Porém, mesmo
estarrecido com essa evolução, embora não tenha nem nunca tive curiosidades
para experiências em tais áreas, jamais condenei os que aderem esse
comportamento. Com essa premonição científica do estudioso italiano Veronesi,
só posso achar que essas pessoas atuais praticantes foram e são os precursores
da mutação humana, que será formada daqui a meio século.
Provavelmente
já estarei morto quando for oficializada essa nova espécie, porém gostaria de
alguma forma, colaborar sugerindo um nome para ser usado quando alguém for
preencher um formulário, com a pergunta habitual do sexo: Gayranhão.
Esse sutil
nome traduz com fidelidade, que é aquele ou aquela que dá e come sem a menor
cerimônia. Inclusive com a respeitabilidade de demonstrar que se trata de
alguém que pratica o sexo com a mesma pujança.
Não sou
contra a ciência, mas, juro por Deus, que adoraria ler no jornal uma
maravilhosa notícia, mais ou menos assim: “Cientista português, ao fazer uma
experiência genética em seu laboratório, errou na mistura e dosagem dos genes e
dos hormônios, resultando no nascimento de um casal de gêmeos, sendo que o
menino tem dois penes com endurecimentos perenes e a menina com três xoxotas,
sendo duas nas laterais das polpas da bunda. Embora possa parecer uma anomalia,
milhares de homens aplaudiram a acidental descoberta, desejarão a fabricação em
série e, por uma justa razão, o cientista desastrado será indicado para receber
o Prêmio Nobel da Medicina”.
Acho que
devemos apoiar a ciência, mesmo quando existe um erro no manuseio das provetas!
Gritaremos
em um só coro: Viva o cientista Manoel Joaquim do Nascimento!
*Escritor
Membro da Academia Grapiúna de Letras de Itabuna –antoniodaagral26@hotmail.com-antoniomanteiga.blogspot.com
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