Antonio
Nunes de Souza*
Pode
parecer um exagero da minha parte quando vocês lerem a história de uma rapaz
que conheci no passado, com características incríveis e fora dos padrões da
época, pois, não é sobre alimentação que vou falar, e sim de sexo que, era algo
sigiloso e pecaminoso ao mesmo tempo!
Pois
é meus amigos, Milton era um voraz praticante de sexo, não olhando ou dando
valores diferenciados aos gêneros. Tanto podia ser homem como mulher ele não se
inibia e, transava tranquilamente, saciando seus ímpetos e desejos, pois, no
passado havia um certo diferencial e, somente era “viado” o passivo. O ativo
era até elogiado e gratificado pelo seu desempenho. Não sei como ele conseguia
tantas conquistas, mas, sem querer elogiá-lo, diziam que tinha um pênis enorme
e ele sabia usar com destreza e capricho, deixando as “vítimas” cheias de
alegrias!
Com
o passar do tempo, não sei se por pressão dos gays (não existia essa
denominação e o usual era “viado” mesmo), passou-se a considerar todos como
homossexuais, sem que houvesse menor ou maior pecado entre quem dava ou quem
comia. Ambos eram denominados, como hoje, como gays, ou uma série de titularidades
ridículas e desagradáveis. Mas, para alegria de todos dessa vertente
(masculinos e femininos), já existe leis, direitos, maiores respeitos e uma
discriminação menos acentuada que no passado. Porém com essa conjunção de
titularidade sexual, Milton ficou meio cabreiro, com um pouco de vergonha e,
sem pestanejar, mudou de cidade, foi para bem longe no sentido de preservar sua
fama de comedor, também masculino, e não ser taxado como gay. Se fosse hoje,
com certeza seria apelidado de “virose”, pois, quem ele desejava, levava logo
para cama!
Mas,
na outra cidade que foi, não deixou de lado seu furor atirando em todas as
direções, não desprezando a parte masculina que, na verdade, era uma grande
maioria e rendia-lhe bons presentes.
Passados
alguns anos, estando num shopping de Salvador, vi uma figura um tanto chamativa
e, olhando com atenção vi que tratava-se de Milton, já envelhecido.
Aproximei-me me identifiquei, ele lembrou-se logo de mim e disse: Querido, que
alegria ver alguém do meu tempo de juventude! Estou super feliz aqui, morando
com um rapaz maravilhoso, pela minha idade já não sou aquele comedor de outrora
e dedico-me a, simplesmente, dar. Sigo a oração de são Francisco: “É dando que
se recebe”. E recebo meu homem com amor e afeto! Falou isso sorrindo e
naturalmente.
Conversamos
um pouco, pois nada tínhamos de mais profundo para dizer, apenas que, de grande
comedor no passado, passou a ser um recebedor convicto e feliz! Nos despedimos
e na saída ele me disse com segurança e alegria: Era impossível para mim sair
da putaria!
*Antonio
Nunes de Souza – Membro da Academia Grapiúna de Letras – Itabuna-Ba.
Antoniodaagral26@hotmail.com-antoniomanteiga.blogspot.com
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