Antonio
Nunes de Souza*
Eram
exatamente três minutos da madrugada de hoje. Podemos dizer o começo de um novo
dia que, como todas as noites, fecham suas cortinas para dar lugar a uma nova
estrada de nossas vidas. Não posso nem dizer que era o raiar do dia, pois, nem
de longe, o sol despontava no horizonte dando sinais oficiais de um novo dia.
Os mais boêmios diriam na sua linguagem chula e popular que estávamos entrando
no “cu da madrugada”! Expressão engraçada, mas, verdadeiramente, é a que
exprime com segurança uma citação popular que diz tudo sem deixar dúvidas.
Definitiva para os bons e maus entendedores!
E,
como uma Cinderela invertida, me aparece uma mulher diferente, inteligente,
educada, bom humor, bom gosto, formação, simpática (imagine vocês uma pessoa
que irradia simpatia apenas com uma conversa virtual, transparecendo ser uma
figura mágica, comparada a aqueles gênios encontrados nas lanternas). Só que
não se predispôs a realizar desejos. Ao contrario, me despertou todos os desejos,
até os mais adormecidos pelo cansaço do dia, como aqueles que claudicam vítimas
das idades!
Tudo
isso aconteceu numa sala insípida de bate papos, onde a grande maioria é cheia
de pessoas de mentes vazias, não deixando nem de longe, a possibilidade de se
encontrar alguém com características especiais. E não é que, santamente, ou
diabolicamente, fui tomado por essa aparição inusitada, começamos a conversar,
inicialmente com as desconfianças naturais dentro da NET e, aos pouco, fomos
nos identificando por termos muitas coisas em comum que, com uma hora, já
estávamos, sorrindo, trocando, praticamente, todas as informações. Eu como
estava completamente embevecido, fiz logo meu Streep tease do perfil físico,
profissional, educacional, literário e cultural, para como se fosse para uma
grande platéia, mas, que somente ela estava superlotando o meu teatro!
Não
sei se estou me fazendo entender, mas, seguramente, tudo aconteceu tão
repentinamente, que parecia um momento mágico digno de um ilusionista renomado,
assim como David Copperfield, pois, uma hora e meia depois, já parecíamos
amigos de infância, sendo que, obviamente, percebi que ela, ariscamente, em
alguns casos, mostrava-se arredia. Porém a conversa estava tão deliciosa que
nossos sonos nem se aproximavam. Ao contrario, nossos corpos tomaram posições
de vigília!
Foi
tudo tão delicioso, agradável, salutar, meigo que, com certeza, não quero mais
perder esse misterioso contato com essa aparição misteriosa, que graças a Deus,
hoje me escreveu, provando para mim que eu não havia sonhado. Agora só falta eu
vê-la pessoalmente, pegá-la com doçura, dar um maravilhoso abraço e sentir que
ela realmente existe e não é um vírus enganador que esses hackers espalham na
Net para nos iludir ou prejudicar!
Mas,
com todas essas inusitadas conhecidências e prazeres sentidos reciprocamente, é
lógico que Carola existe e me deixou fascinando.
Fecho
essa crônica, parafraseando Caetano Velloso, dizendo: “Não se esqueça de mim,
não desapareça!”
*Escritor
– Membro da Academia Grapiúna de Letras de Itabuna –
antoniodaagral26@hotmail.com
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