Antonio
Nunes de Souza*
Zelito,
rapaz jovem e namorador, poucas posses familiar, que lhe obrigava a trabalhar,
mesmo não sendo do seu gosto, para que conseguisse seu próprio sustento. Mas,
mesmo assim, ganhando sua merreca mensal, sempre arranjava uma viúva ou coroa
desolada para ele aliviar as tenções sexuais delas, arrancando alguns trocados
e muitos presentes. Não era um garoto de programa, porém, usava do seu
instrumento de prazer, para poder conseguir novos prazeres. Para ele isso
significava, nada mais, nada menos que o provérbio conhecido de todos; Uma mão
lava a outra!
E
assim, dessa forma e comportamento ia levando a sua vidinha tranquila, como se
diz hoje, “um rapaz ficante”! Sendo que tudo somente ocorreu, até o dia em que
chegou na cidade, uma cartomante de meia idade, mas, inteira de grana, que ao
conhecer Zelito logo se apaixonou completamente e, quando soube pelas suas
clientes que ele era considerado “bom de cama”, aí foi que a Madame Stefanne
ficou na posta dos cascos!
Nos
encontros eventuais do bairro, começou a dar “mole” quando via o rapaz, até que
descobriu que ele era recepcionista numa concessionária de veículo, exatamente
da marca do dela. Foi até lá, inventando um defeito e aproveitou para se abrir
de vez e acertar um encontro. E isso foi feito, pois, Zelito, não brinca em
serviço quando vê grandes possibilidades!
Já
no primeiro encontro, não houve nada de “deixe disso”. Foram para o apartamento
dela e, sem melindres, o pau comeu e rolou solto, que até a bola de cristal da
sala tremeu de emoção!
Madame
Stefanne sorria feliz e satisfeita com a aquisição, foi logo falando sem usar
de sigilos ou besteiras: Meu querido, pegue aí a minha bolsa e tire quanto
quiser para comprar um presente para você! Esse presente marcará nossa amizade
e fidelidade, pois, comigo quero sempre ser a única!
Ele
olhou e viu tantas notas de cem que, sem vacilar, tirou dois maços de mil reais,
tendo um pouco de medo de desagradar sua nova amante, mas, liberou eu tenho que
aproveitar! Ela viu a quantia e nem pestanejou, ou disse algo.
Se
despediram, ficaram de marcar outros encontros, contudo ela tornou a falar que
exigia total exclusividade. Ele, na alegria da grana que havia pegado, jurou e
disse que ela ficasse tranquila!
Entretanto,
cara jovem e já acostumado a variar suas noitadas com mulheres que lhe serviam
no sexo e no bolso, continuou fazendo seu papel duplo, sem respeitar sua
poderosa e rica amante. Entretanto, não sei se por adivinhação, Tarô, bola de
cristal, ou outra porra qualquer, Stefanne descobriu as traições que Zelito
estava fazendo e, armou um encontro, tranzaram bastante e, quando ele dormiu,
ela pegou uma navalha e sem fazer cara feia cortou o pau de Zelito bem na raiz
dos pentelhos, deixando apenas o saco pendurado numa corrente de sangue. Ele
deu um salto da cama, pegou seu murcho membro e saiu feito um louco correndo
para um hospital, para ver a possibilidade de um implante. Nem teve tempo de
dizer nada para ela.
Alegou
no hospital que havia sido um assaltante que tinha feito (para abafar o
escândalo), ela por sua vez nada falou mediante a narração dele não citando seu
nome e, no dia seguinte, arrumou suas malas e se mudou para outra cidade, da
mesma forma que lá tinha chegado.
Finalmente,
para ela não deu nada, somente para Zelito que o transplante não deu certo e
ele foi morar em Porto seguro, onde, na Cabana Che Moi, vestido de travesti
dança lambada com um negão sarado, como uma atração especial!
Mire-se
nesse caso e pare de fazer traições, pois, pode acontecer com você!
*Escritor
– Membro da Academia Grapiúna de Letras – AGRAL – antoniodaagral26@hotmail.com