Antonio
Nunes de Souza*
Somos duzentos milhões de
brasileiros, sendo que todos se acham técnicos de futebol e conhecedores
competentes de como podem ser resolvidos os problemas nacionais. Essa é uma
característica nossa que, infelizmente, não nos ajuda muito nas soluções
precisas, porque somente falam, mas não tomam atitudes diretamente para
corrigir as distorções!
Entretanto, como vivemos numa
democracia, todos têm o direito de fazer suas colocações, mesmo até quando são
sem sentidos e nada pertinentes, então, partindo desse princípio da liberdade
de expressão, como membro dessa rica colônia brasileira, também fiz a minha
analogia com relação ao resultado desastroso da copa, acontecido com nossa
seleção de garotos de ouro!
Inegavelmente, todos sabem
que temos uma gama de jogadores tão imensa que, facilmente, podem-se armar
várias seleções e representarem o país com dignidade e orgulho. Porém, como
somos, talvez, o maior exportador de craques para o mundo futebolístico, nossos
astros de maiores grandezas estão espalhados em diversos países e continentes,
ganhando milhões de euros e dólares, seguindo os ritmos, hábitos, costumes,
técnicas e instruções completamente diferente das nossas. Forma de jogar com
orientações altamente diversificadas, além de comportamentos variados de
árbitros, então passam a se comportarem de conformidade como atuam em seus
países e times, mudando muitas vezes, ou sempre, suas características passadas,
bem diferentes das aprendidas em seu país de origem. Podemos, facilmente,
sentir isso com a volta repentina de muitos que vão como estrelas de primeira
grandeza, não se adaptam e voltam para o Brasil.
Assim sendo, para se armar
uma seleção nacional trazendo jogadores que atuam em diversos e diferenciados
países, treiná-la em trinta ou quarenta dias, implantar um entrosamento
perfeito e uma equipe coesa que se entenda em campo é, simplesmente, quase impossível.
Posso até dizer, como ilustração, que é o mesmo que chamar um grande engenheiro
automobilístico, dar para ele peças de carros da Ford, Chevrolet, Fiat,
Mercedez, Kia, Renaut e outras marcas mais e, obrigatoriamente, querer que ele
arme, em breves dias, um carro potente e competente para disputar e ganhar um
campeonato de fórmula um. Isso pode até acontecer, mas, não está dentro do
padrão das coisas fáceis!
E nossa seleção,
lamentavelmente, procede dessa forma, mudando de técnicos constantemente, cada
um modifica as convocações e características de jogar e, o tempo de
treinamento, sempre é ínfimo não atendendo as necessidades e qualificações.
Que esse desastroso resultado
sirva de lição e reflexão para os dirigentes e responsáveis maiores, cale também
a boca dos idiotas da mídia e fora dela que gritavam diariamente que a copa
tinha sido comprada pelo governo e que abriram as pernas para a FIFA, para que
o Brasil fosse tranquilamente campeão!
Vamos agora torcer para que
consigamos o terceiro lugar com uma vitória digna e respeitável, mostrando para
todos que, com todos esses acidentes de percursos, os brasileiros são
orgulhosos guerreiros. E essa sofrida torcida, embora triste, lembre-se que
somos penta campeões e estamos hoje entre os quatro melhores do mundo!
*Escritor - Membro da
Academia Grapiúna de Letras de Itabuna – antoniodaagral26@hotmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário