quarta-feira, 9 de julho de 2014

Não convence, mas justifica!

Antonio Nunes de Souza*

Somos duzentos milhões de brasileiros, sendo que todos se acham técnicos de futebol e conhecedores competentes de como podem ser resolvidos os problemas nacionais. Essa é uma característica nossa que, infelizmente, não nos ajuda muito nas soluções precisas, porque somente falam, mas não tomam atitudes diretamente para corrigir as distorções!
Entretanto, como vivemos numa democracia, todos têm o direito de fazer suas colocações, mesmo até quando são sem sentidos e nada pertinentes, então, partindo desse princípio da liberdade de expressão, como membro dessa rica colônia brasileira, também fiz a minha analogia com relação ao resultado desastroso da copa, acontecido com nossa seleção de garotos de ouro!
Inegavelmente, todos sabem que temos uma gama de jogadores tão imensa que, facilmente, podem-se armar várias seleções e representarem o país com dignidade e orgulho. Porém, como somos, talvez, o maior exportador de craques para o mundo futebolístico, nossos astros de maiores grandezas estão espalhados em diversos países e continentes, ganhando milhões de euros e dólares, seguindo os ritmos, hábitos, costumes, técnicas e instruções completamente diferente das nossas. Forma de jogar com orientações altamente diversificadas, além de comportamentos variados de árbitros, então passam a se comportarem de conformidade como atuam em seus países e times, mudando muitas vezes, ou sempre, suas características passadas, bem diferentes das aprendidas em seu país de origem. Podemos, facilmente, sentir isso com a volta repentina de muitos que vão como estrelas de primeira grandeza, não se adaptam e voltam para o Brasil.
Assim sendo, para se armar uma seleção nacional trazendo jogadores que atuam em diversos e diferenciados países, treiná-la em trinta ou quarenta dias, implantar um entrosamento perfeito e uma equipe coesa que se entenda em campo é, simplesmente, quase impossível. Posso até dizer, como ilustração, que é o mesmo que chamar um grande engenheiro automobilístico, dar para ele peças de carros da Ford, Chevrolet, Fiat, Mercedez, Kia, Renaut e outras marcas mais e, obrigatoriamente, querer que ele arme, em breves dias, um carro potente e competente para disputar e ganhar um campeonato de fórmula um. Isso pode até acontecer, mas, não está dentro do padrão das coisas fáceis!
E nossa seleção, lamentavelmente, procede dessa forma, mudando de técnicos constantemente, cada um modifica as convocações e características de jogar e, o tempo de treinamento, sempre é ínfimo não atendendo as necessidades e qualificações.
Que esse desastroso resultado sirva de lição e reflexão para os dirigentes e responsáveis maiores, cale também a boca dos idiotas da mídia e fora dela que gritavam diariamente que a copa tinha sido comprada pelo governo e que abriram as pernas para a FIFA, para que o Brasil fosse tranquilamente campeão!
Vamos agora torcer para que consigamos o terceiro lugar com uma vitória digna e respeitável, mostrando para todos que, com todos esses acidentes de percursos, os brasileiros são orgulhosos guerreiros. E essa sofrida torcida, embora triste, lembre-se que somos penta campeões e estamos hoje entre os quatro melhores do mundo!

*Escritor - Membro da Academia Grapiúna de Letras de Itabuna – antoniodaagral26@hotmail.com




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