sábado, 12 de julho de 2014

Do nascer ao morrer!

Antonio Nunes de Souza*

Todos aqueles que convivem de perto comigo, amigos íntimos, sabem e estão cansados de ouvir meus conceitos sobre a vida (nascimento, crescimento, velhice e morte), acentuando várias conjecturas, onde me esforço para ser bem claro, porém, por se tratar de citações nada comuns e, ao mesmo tempo, muito vanguardistas, confundo as cabeças dos meus interlocutores ou, pelo menos, deixa-os desnorteados e com a convicção que estou, simplesmente, louco!
Num poema que fiz há muitos anos, enfatizo e defendo a idéia que nós deveríamos nascer velhinhos, pequeninos, mas com crescimento mais veloz, cuidassem das nossas doenças, alimentassem nossos corpos para enfrentar o futuro, fôssemos tendo uma vida e desenvolvimento em corpos saudáveis e,quando chegasse o nosso ciclo determinado de vida, iríamos encolhendo, mas, com muita saúde, até ficarmos uma criancinha, quando morreríamos no colo dos nossos amigos e parentes. (Vide o filme “A vida de Benjamim Burton” que é genial e tem alguma similaridade). Na seqüência normal da vida você nasce passivo de dezenas de doenças, toma centenas de vacinas, pega dezenas de viroses, visitas aos médicos periodicamente, cuidados especiais, etc., durante o decorrer do tempo fazendo exercícios, não comendo muitas coisas  que gosta e, depois de todas essas obrigações e determinações médicas, na sua velhice que depois desses tratamentos deveria estar uma “fera”, começa a sentir em dobro ou triplo uma série de doenças que vão debilitando seu corpo, fazendo com que você, assombradamente, espere a morte chegar a qualquer momento! Lógico que é uma sensação de terror diário, porém, simpaticamente, colocaram o nome dessa nossa linda (?) fase: Terceira ou Feliz Idade!
Eu, sinceramente, continuo defendendo o meu ponto de vista que, por mais maravilhosa que seja essa tal de feliz idade, nunca me fascinou e nem fascinará e, repito sempre, que não gostaria de passar por ela, preferindo quando começarem minhas debilitações pelos pesos dos anos, que venha a morte, já que do outro lado do mundo temos algo desconhecido, porém, com surpresas e algumas bondades divinas.
Dando mais uma de profeta, suponho que Deus, com sua sabedoria incomparável, também aproveita esses momentos terráqueos finais para dar os merecidos castigos pelos pecados cometidos durante suas vidas, poupando o trabalho de fazer do céu um lugar de julgamentos e condenações, recebendo as almas já purificadas. Em função dos seus erros e pecados cometidos, piores serão seus sofrimentos nas doenças e nas modalidades de mortes. Os bonzinhos (que não são muitos) morrem dormindo sem sentir nenhuma dor ou enfartos fulminantes). Os que morrem de desastres são os mais danados, pois devem ter cometidos muitas coisas as escondidas. Os que morrem crianças ou jovens é porque no futuro iriam aprontar muito.
Em uma coisa temos que concordar, pois, se for católico Deus perdoa e vai direto para o céu, se for espírita vai purgar um pouco e depois voltará para cumprir sua jornada. Somente, junto aos evangélicos é que se você for bom ganha o céu e se for ruim vai direto para o inferno, pois não existe meio termo!
Eu, precavidamente, já estou negociando com Deus uma nuvem de quarto e sala, com vista para o paraíso, ter o privilégio de anjinhos tocando harpas  as sextas-feiras a noite, um bom manjar diário e umas “caipihóstias” para animar! E não quero pagar condomínio.


*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras de Itabuna – antoniodaagral26@hotmail.com

Nenhum comentário: