Antonio
Nunes de Souza*
Todos
aqueles que convivem de perto comigo, amigos íntimos, sabem e estão cansados de
ouvir meus conceitos sobre a vida (nascimento, crescimento, velhice e morte),
acentuando várias conjecturas, onde me esforço para ser bem claro, porém, por
se tratar de citações nada comuns e, ao mesmo tempo, muito vanguardistas, confundo
as cabeças dos meus interlocutores ou, pelo menos, deixa-os desnorteados e com
a convicção que estou, simplesmente, louco!
Num
poema que fiz há muitos anos, enfatizo e defendo a idéia que nós deveríamos
nascer velhinhos, pequeninos, mas com crescimento mais veloz, cuidassem das
nossas doenças, alimentassem nossos corpos para enfrentar o futuro, fôssemos
tendo uma vida e desenvolvimento em corpos saudáveis e,quando chegasse o nosso
ciclo determinado de vida, iríamos encolhendo, mas, com muita saúde, até
ficarmos uma criancinha, quando morreríamos no colo dos nossos amigos e
parentes. (Vide o filme “A vida de Benjamim Burton” que é genial e tem alguma
similaridade). Na seqüência normal da vida você nasce passivo de dezenas de
doenças, toma centenas de vacinas, pega dezenas de viroses, visitas aos médicos
periodicamente, cuidados especiais, etc., durante o decorrer do tempo fazendo
exercícios, não comendo muitas coisas
que gosta e, depois de todas essas obrigações e determinações médicas,
na sua velhice que depois desses tratamentos deveria estar uma “fera”, começa a
sentir em dobro ou triplo uma série de doenças que vão debilitando seu corpo,
fazendo com que você, assombradamente, espere a morte chegar a qualquer
momento! Lógico que é uma sensação de terror diário, porém, simpaticamente,
colocaram o nome dessa nossa linda (?) fase: Terceira ou Feliz Idade!
Eu,
sinceramente, continuo defendendo o meu ponto de vista que, por mais
maravilhosa que seja essa tal de feliz idade, nunca me fascinou e nem fascinará
e, repito sempre, que não gostaria de passar por ela, preferindo quando
começarem minhas debilitações pelos pesos dos anos, que venha a morte, já que
do outro lado do mundo temos algo desconhecido, porém, com surpresas e algumas
bondades divinas.
Dando
mais uma de profeta, suponho que Deus, com sua sabedoria incomparável, também
aproveita esses momentos terráqueos finais para dar os merecidos castigos pelos
pecados cometidos durante suas vidas, poupando o trabalho de fazer do céu um
lugar de julgamentos e condenações, recebendo as almas já purificadas. Em
função dos seus erros e pecados cometidos, piores serão seus sofrimentos nas
doenças e nas modalidades de mortes. Os bonzinhos (que não são muitos) morrem
dormindo sem sentir nenhuma dor ou enfartos fulminantes). Os que morrem de
desastres são os mais danados, pois devem ter cometidos muitas coisas as
escondidas. Os que morrem crianças ou jovens é porque no futuro iriam aprontar
muito.
Em
uma coisa temos que concordar, pois, se for católico Deus perdoa e vai direto
para o céu, se for espírita vai purgar um pouco e depois voltará para cumprir sua
jornada. Somente, junto aos evangélicos é que se você for bom ganha o céu e se
for ruim vai direto para o inferno, pois não existe meio termo!
Eu,
precavidamente, já estou negociando com Deus uma nuvem de quarto e sala, com
vista para o paraíso, ter o privilégio de anjinhos tocando harpas as sextas-feiras a noite, um bom manjar
diário e umas “caipihóstias” para animar! E não quero pagar condomínio.
*Escritor
– Membro da Academia Grapiúna de Letras de Itabuna –
antoniodaagral26@hotmail.com
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