segunda-feira, 14 de julho de 2014

A turista que ganhou a copa!

Antonio Nunes de Souza*

Tivemos a alegria e privilégio de receber milhares de turistas em nosso país, onde se encontravam visitantes dos mais distantes lugares, etnias, línguas e dialetos, enfim, todos dando um colorido maravilhoso a nossa grandiosa copa do mundo. Nada de falar em ganhar ou perder nesse caso, pois o importante é ter proporcionado um espetáculo que deslumbrou o mundo!
O que quero destacar é a estória de Madalena, uma loiríssima argentina que, na sua terra, por ter um corpo escultural, lindos olhos azuis, características nórdicas, uma beleza super sedutora, aproveitava-se por ser esse monumento feminino, para usar o seu corpo em benefício de servir de acompanhante para ricos pagadores em suas viagens, passeis, reuniões sociais em outros países, etc. e, aconteceu receber uma proposta para acompanhar um rico industrial, para assistir a tão festejada copa do mundo, realizada no Brasil. A sapeca não titubeou, arrumou seus panos de bunda, pois, sempre exigia um guarda roupa novo compatível com o país que visitaria, inclusive para estar à altura do seu patrocinador, que certamente desejaria que ela chamasse a atenção para alimentar seu ego e sua satisfaço pessoal de grande conquistador!
Chegaram e foram se hospedar no Copacabana Palace, que ela quando viu foi logo imaginando: “Já comecei a ganhar a copa!” Pensou essas palavras com um sorriso lindo no rosto. Embora ele já tivesse estado aqui várias vezes, ela, por ser a sua primeira, começou a desejar fazer todas as opções turísticas e ele, obdientemente, fez as suas vontades, indo a algumas e em outras, entregando-a a uma companhia especializada nessas excursões, com guias bilíngües e todos os confortos. Diariamente, entre os jogos que não interessavam ele ir, ela ficava livre para suas aventuras pelos mais conhecidos e desconhecidos pitorescos lugares do Rio de Janeiro. Até que foram visitar uma das favelas pacificadas, sendo recebidos por um grupo de pagodeiros e MCs, bombando com suas músicas e danças Funk, cheias de seduções libidinosas que, imediatamente, Madalena caiu na roda experimentando aquela esfregação deliciosa, obviamente, sentindo a excitação desenfreado do seu “partener” do morro. E, ao deparar-se com um negro daqueles lindos, sorrisos teclado de piano, corpo de atleta e, sem cerimônia deixava que ela sentisse seu avantajado membro, nem pensou duas vezes. Agarrou-se a ele, esfregando-se mais que lavadeira em beira de rio e, sem nem ligar para a platéias, começou a beijá-lo com uma veemência voraz que seria capaz de transar ali mesmo no meio da roda!
Trocaram telefones combinando se encontrarem, sem excursões, para realizarem o que ambos estavam aflitos em fazer: sexo! E não deu outra, pois dia seguinte, acordou, ligou para a recepção solicitou um taxi, alegando ao seu patrocinador que iria fazer umas compras. Ele lhe deu os dólares necessários e ela saiu. Porém, ele puta velha e experiente, desconfiou das saídas e últimas reações, solicitou do hotel que um detetive particular a seguisse, alegando que era pela sua segurança, mas, desejava um relatório completo das suas andanças. À tarde, antes que ela chegasse, o detetive apresentou o “dossiê” com fotos dela nas agarrações com seu parceiro, tanto na entrada como na saída do Motel. Ele, como nunca confiou nessas galinhas, quando ela chegou, pegou as roupas que tinha comprado, deixando apenas as suas poucas que ela trouxe e, sem nem pestanejar, botou ela para fora do hotel, jogando-a na rua da amargura, sem dó nem piedade. Ela cheia de paixão pelo seu negão, correu para seu barraco no morro, e ele lhe disse: Eu não tenho porra nenhuma, moro aqui, faço samba para agradar turistas e moro sozinha. Se você quiser vir morar aqui, vai ter que dormir na copa, pois o barraco só tem dois cômodos.
Como ele nem deu sua passagem de volta, ela teve que se submeter à situação, já que não tinha alternativa, como também estava apaixonada pelo seu criolo avantajado. Resultado: Margarida fez sua última aventura como acompanhante e hoje está começando uma nova vida de “copeira” em um bar do morro e, certamente, aumentará a nossa já grandiosa quantidade de mestiços!
De uma forma ou de outra, ela ganhou a “copa e a cozinha”!


*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras de Itabuna – antoniodaagral26@hotmail.com

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