Antonio
Nunes de Souza*
Confusões, alegrias,
comemorações, futebol e outros eventos juninos mais, não tiraram o humor dos
brasileiros, que carregam nas suas mentes todos os festejos possíveis, fazendo
com que remexam mais as bundas que os pobres e úteis cérebros!
Tudo isso faz parte das
nossas heranças da maravilhosa etnia negra que, singularmente, nascem bailando
e morrem dançando. Já me distraindo, comecei a escrever sobre o geral e ia
esquecendo-me do que na realidade me animou a fazer esse texto. Trata-se
exatamente de um fato completamente inusitado com relação ao famoso e
controvertido Projeto Cura Gay que foi para câmara para ser votado, sem que
houvesse uma veracidade científica sobre o assunto. Além de gerar discussões em
todas as esquinas, os próprios deputados estranhando a idéia, exclamaram em
coro que já tinham visto ex tudo, mas, viado, nunca! E foi aí que o deputado
homofóbico, mentor do projeto, apareceu na porta da frente, segurando no braço
de um rapaz bem apessoado e gritou: -Caros colegas, esse homem que está aqui
espontaneamente para um testemunho é, nada mais nada menos que um grande ex
viado e, para não suscitar nenhuma dúvida, ele vai falar sobre sua vida e o
tratamento que se submeteu para a bendita cura!
Claro que ouvimos aquele oooohhh,
de surpresa e descrédito, porém todas as atenções foram voltadas para ouvir as
palavras daquele homem corajoso, abrindo-se para os deputados e para todo
Brasil.
-Senhores deputados, meu nome
é Rodolfo mas, sempre fui tratado como Rodolfinho e, desde meus quatorze anos,
comecei a senti uma queda pelos outros meninos, sem nem perceber as meninas que
estavam em nossa volta.Nas brincadeiras de esconde-esconde sempre eu escolhia
os mais bonitinhos e procurava um lugar apertado e escuro, normalmente me
encostando com a bunda nos meus amigos, sentindo que muitos se excitavam, até
que os mais danadinhos começaram a tirar o meu calção e, com meu assentimento,
mandavam ver sem a menor piedade em minha alegre bundinha. O tempo foi
passando, passando, fui crescendo e, já com vinte anos já tinha dado para toda
turma da minha rua, fora as tournées que fazia nas ruas vizinhas. Sinceramente
excelências, foram anos inesquecíveis da minha vida. Mas, papai que era um
homem cheio de preconceitos, bastante religioso e crente nos poderes da
medicina, mandou-me para um hospital que não era especializado nesse assunto,
pois não havia nenhum na época. E, lá chegando, me deparei com um médico que
foi do exército, daqueles bem Caxias e me entregaram para ele me curar. Foi o
pior sofrimento que passei na vida. Ele me receitou logo de primeira 30
comprimidos de Leite de magnésia, para eu tomar de hora em hora, sendo que meio
dia e na hora de dormir tomar dois e sempre beber muita água. De estalo tive a
maior caganeira do mundo. No dia seguinte, sem querer fazer nenhuma queixa,
voltei e ele me receitou sessenta comprimidos de Magnésia purgativa para que eu
tomasse duas de hora em hora, dobrando nos horários pares.
Senhores chego a ficar arrepiados
quando me lembro que fiquei o dia inteiro sentado na privada e minha bunda
parecia um vulcão de merda e meu anus estava arregaçado e mais vermelho que
batom de puta. Rezei e pedi a Deus que o dia amanhecesse, pois não agüentava
mais de dores e sofrimentos. Logo cedo, não tenho vergonha de dizer que estava
todo cagado, fui para a enfermaria me encontrar com o Dr. Ronaldo o meu cruel
médico.
-Doutor não agüento mais,
pelo amor de Deus suspenda essa medicação, pois tem dois dias que estou me
esvaindo em merda! Aí foi que ele me respondeu: Seu filho da puta isso é para
você aprender que cu foi feito para cagar e não para sair dando pelas ruas!
Juro para os senhores que
nunca mais dei a bunda. Hoje estou casado, tenho duas lindas filhas e posso me
considerar um ex gay curado pela psicologia e capacidade médica desse doutor
que jamais esquecerei!
Será que esse método é
infalível, ou existem outros com a mesma eficiência?
*Escritor – Membro da
Academia Grapiúna de Letras de Itabuna – antoniodaagral26@hotmail.com
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