Antonio Nunes de
Souza*
Escrevi
dois textos anteriormente alusivos as passeatas, reações públicas, desejos de
melhoras, etc., mas, como fui enfático, tudo começou por causa de míseros 20
centavos que afetam bastante a bolsa do povo nas idas e vindas para seus
trabalhos e escolas. Justíssima reivindicação, principalmente pelas péssimas
condições dos veículos colocados nas ruas pelas companhias detentoras das
linhas de atendimento.
Como
o tempo me ensinou, pela vivência cotidiana, o brasileiro sofre, critica,
condena, revolta-se, mas, infelizmente, não toma atitudes, não são solidários
nas campanhas de maiores abrangências, preferindo sofrer as agruras do inferno,
que organizar grupos para reivindicar os seus direitos. Não atribuo isso a
acomodação ou covardia, mas, que é uma realidade, todos nós temos que
reconhecer. Principalmente as camadas mais pobres que, amedrontadas, ficam
quietas apenas comentando seus sofrimentos nas esquinas e botequins. Porém, desta
feita, provavelmente por estímulos de lideranças políticas interessadas em
desestabilizações governamentais, infiltrando nos diversos grupos nas cidades e
estados organizadores profissionais de passeatas, patrocinando faixas,
panfletos, tintas para os caras pintadas, ônibus de graça, dispensa de
trabalho, lanches, etc., sendo que, os mais covardes e canalhas, ainda
contratam baderneiros mercenários para criar um clima de guerra e depredação,
atacando a polícia e os prédios públicos até com centenas de bombas “coquetel
molotov”, desvirtuando as justas reivindicações pacíficas do ordeiro povo
brasileiro. Suponho que todos já têm conhecimento através da mídia, que os
pagamentos desses desordeiros (comprovadamente) variam de 20 a 50 reais.
Sem
que fosse essa a intenção do povo, hoje, aproveitando o momento de uma
aclamação nacional, quase que esqueceram os modestos 20 centavos e todos
partiram para assuntos muito mais sérios e importantes que são: Educação,
saúde, segurança, saneamento, moradia e, principalmente, um combate veemente a
forte corrupção que vêm dominando o país há décadas. E, por mais absurdo que
pareça, esse mesmo povo reelege uma grande maioria desses saqueadores do nosso
país, provando que seus votos são dados por interesses egoísticos ou obediência
partidária, pouco se importando com a repetição dos podres resultados.
Essa
síntese que faço sobre as ocorrências, não quer dizer que sou o advogado do
diabo, apenas, tenho uma visão menos poética do que muitos outros e, como
defendo esse mesmo povo por mais de cinqüenta anos, creio que tenho direito de
dizer certas coisas, baseando-me na vivência de vários regimes políticos nesse
período.
Estou,
como muitos, esperando que tenhamos resultados benéficos, sirva de alerta aos
campeões de peculato do Brasil e que algumas reformas sejam feitas
urgentemente!
*Escritor
– Membro da Academia Grapiúna de Letras de Itabuna –
antoniodaagral26@hotmail.com
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