quinta-feira, 13 de junho de 2013

Tenha cuidado com as gozações!

                                   Antonio Nunes de Souza*

Humberto era um eterno gozador e aproveitava qualquer detalhe para se apegar, fazendo suas críticas e gracejos, sempre pensando em sacanear seus amigos, não só nas horas de lazer, como também dentro do trabalho. Era o palhaço da turma e sentindo-se bem ser o alvo das atenções nas reuniões. Lógico que ele provocava esse status, atropelando todos com suas falações, deboches e apelidos novos para seus velhos amigos. Um verdadeiro pentelho, mas, era simpático apesar da sua língua maldita e suas brincadeiras, muitas vezes, nada agradáveis ou bem aceitas.
Como ocorre normalmente nas grandes empresas, geralmente entre seus funcionários nos diversos e grandes departamentos, formam-se grupos que se agregam fazendo seus festejos, eventos, etc., sempre juntos com  participação de todos os familiares. E, assim sendo, era grande e versátil o grupo que Humberto e a família participavam, pois eram todos funcionários da Petrobrás.
Um belo dia chegou transferido para esse setor, um novo funcionário chamado Uriel que, curiosamente, morava no mesmo bairro e na mesma rua que Humberto. Já se conheciam de vista, mas, sem nenhuma intimidade. Inclusive o Uriel era calado, tinha uma voz fina, sendo uma pessoa, notadamente, discreta bem ao contrário do nosso amigo.
Como se trabalhava com produtos processados do petróleo, no fim do expediente, todos tiravam suas roupas de trabalho e tomavam banho num banheiro coletivo, obviamente numa completa nudez, sem os tolos pudores que as mulheres normalmente têm. Foi aí que aconteceu algo constrangedor com relação o nosso novo colega. Quando ele tirou a roupa, todos se assustaram com o tamanho do penes do cara! E não era por ser grande demais não. A merda era insignificante, que poderíamos chamar aquilo de uma “binguinha” infantil que, quando ele entrou embaixo do chuveiro e a água fria bateu, a porra praticamente sumiu, deixando a vista apenas aquele saco murcho pendurado nos pentelhos. Olharam uns para os outros, bem discretamente, porém, o sacana do Humberto, mesmo sem ter uma maior intimidade, disse para Uriel: Por que você quando vem trabalhar deixa a pica em casa? Pode trazer que não tem perigo nenhum!
Uriel ficou vermelho de raiva, mas contendo-se, deu um sorriso sem graça, entretanto sem dizer nada como resposta. Aí, Humberto percebendo que o homem agüentava brincadeira e não reagia com valentia, resolveu explorar ao máximo aquela novidade. Colocou vários apelidos no colega, ficando o definitivo como “rola invisível”. Chegou ao ponto de dizer que Uriel quando era jovem se masturbava apenas usando o polegar e o indicador.
Uriel ouvia todas as piadas, apenas dava alguns sorrisos, porém todos percebiam que ele estava puto da vida com essa sacanagem diária, relativa ao seu modesto membro sexual. Aí um dia aconteceu um escândalo que abalou a estrutura do grupo, deixando todos perplexos: Uriel foi flagrado comendo a mulher de Humberto, pela própria sogra dele e aconteceu a maior merda que poderia ter acontecido. Uriel fugiu nu pela janela, a vizinhança morrendo de rir pela cena hilária e, principalmente, por verem que o homem quase que nem tinha pau para tal façanha.
Resultado: Humberto morto de vergonha pediu transferência para outra unidade, separou-se da mulher e nosso amigo Uriel passou a ser mais respeitado no trabalho, sendo hoje conhecido no ambiente como “O Terror das Xoxotas”!
Só posso dizer que tenham muito cuidado com suas gozações!


*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras – antoniodaagral26@hotmail.com

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