Antonio
Nunes de Souza*
Enquanto o país está em
tensão extrema com as passeatas de protestos contra os vinte centavos de
aumento no transporte coletivo, movimentos mesclados com vândalos contratados
para incentivar os grupos e, ao mesmo tempo, fazerem badernas, quebram quebras,
destruições de patrimônios do próprio povo, outros grupos, mais bandidos ainda,
se aproveitavam para fazerem saques, roubos, arrombamentos de casas comerciais,
incendiarem carros, ônibus, apedrejarem policiais, etc., nesse mesmo momento, a
câmara de deputados estava tremendamente preocupada em aprovar um projeto
inusitado e incrível denominado CURA GAY!
Lógico que se for contado
isso em qualquer lugar do mundo servirá de gozação ou pensam que você está
brincando. Mas, é a mais pura das verdades. Um deputado que não é do SUS, mas,
ferrenho protetor dos CUS, acredita, piamente, que dar o fiofó seja uma doença
grave, que eu não sei se ele acha que é contagiosa ou hereditária, mas,
dependendo de um bom tratamento, pode-se transformar uma bicha louca daquelas
bem espalhafatosas como essas que aparecem nos programas humorísticos das
televisões, num dos mais respeitáveis garanhões brasileiros.
Se ele pensa que é um
problema psíquico, está enganado redondamente, pois, segundo uma psicóloga de
renome internacional, não se trata de distúrbio mental e nada tem a ver com as
funções cerebrais. É vontade de dar o chicote mesmo. Não se tem uma explicação
convincente, porém, segundo declarações abalizadas de praticantes rotineiros, é
uma verdadeira delícia esse ato, principalmente quando praticado com e por
amor!
Então, já que esse
comportamento é de vontade própria e desejo sexual, devemos todos nós respeitarmos
as pessoas que assim procedem e se consideram felizes com suas práticas,
vivendo independentemente, sendo inclusive excelentes profissionais nas suas
atividades.
Eu, com minha mente cheia de
criações malditas, imaginei logo como seria uma clínica especializada em curar
gays. Todos acordariam às cinco horas da manhã, tomariam uma ducha fria, colocariam
suas roupas de ginástica e os médicos soltariam vários Petibulls atrás deles
para que corressem ligeiro para não tomarem mordidas na bunda. Na volta, fariam
uma série de ginásticas com marombas de vários pesos e, depois de dez minutos
de descanso, duas horas de aulas de Karatê, Judô, Box e mma. Após essa
maratona, um café robusto e, em seguida, dar vinte voltas numa piscina olímpica
com água gelada, parando para um almoço com dobradinha, feijoada, sarapatel e
feijão tropeiro. Claro que com bem pimenta, etc.
Depois dessas pequenas tarefas,
um bom descanso de uma hora e, imediatamente, um ônibus levariam todos para um
bar da periferia, daqueles de malandros e pagodeiros, para aprenderem gírias, o
linguajar falado na malandragem, como ganhar as gatas nos bailes funks, etc.
No fim da tarde voltariam um
pouco cansados, jantariam e cada um iria para o seu quarto, onde uma enfermeira
já estaria nua em sua cama, para dormir bem abraçada fazendo todas as carícias
possíveis.
Lógico que, na manhã seguinte
desse comportamento médico, haveria um suicídio coletivo de todos os pacientes!
Não sei se exagerei nas
minhas elucubrações, mas, deixo patenteada a minha indignação com esse ridículo
preconceito, uma vez que todos temos nossos direitos de escolher as opções
sexuais que mais nos apraz, exercendo o famoso livre arbítrio. A câmara de
deputados deveria se preocupar com coisas que realmente sejam problemas e não
preferências sexuais. Assim como todos nós lutamos pelo nosso direito de ir e
vir, os homossexuais têm o direito de dar e receber, desde que não ofenda ou
firam nenhuma pessoa!
*Escritor – Membro da
Academia Grapiúna de Letras – antoniodaagral26@hotmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário