sábado, 30 de abril de 2011

Uma noite na balada!

                                            Antonio Nunes de Souza*
-Estava esperando encontrar uma mulher como você!
Dizendo isso e recebendo um sorriso como assentimento, pegou-a pelo braço, começou a dançar e, sem pestanejar, com menos de cinco minutos foi abraçando-a com o braço direito, mão na nuca fazendo pressão e carinho, braço esquerdo envolvendo a cintura e a mão espalmada na linda bundinha da vítima, puxando-a para junto do seu corpo para que ela sentisse o tanto que era desejada e, ao mesmo tempo, aplicava um beijo na boca daqueles que a língua se transforma em uma turbina dentária fazendo branqueamento.
O curioso é que a receptividade foi maravilhosa, pois, quando se separou, ela, mesmo meio sufocada, esboçou um sorriso de satisfação e continuou dançando freneticamente ao som do ritmo caribenho que o Dj comandava, fazendo os casais na pista irem à loucura e êxtase!
Alguns minutos depois ele falou que seu nome era Hilton e ela, com a maior naturalidade, disse chamar-se Isa.
Imagine vocês que a cena acima é uma singela substituição do gesto e comportamento, já considerado pré-histórico, aperto de mão e a expressão de “muito prazer” quando se conhecia uma moça. Hoje você tem que beijar, mostrar que tem uma boa pegada, senão é taxado logo de gay e, além de não ganhar ninguém, a notícia se espalha até no programa do desagradável Varela, batendo na mesa em sua homenagem!
Já bastante suados pelas esfregações no calor de dezenas de casais na pista da boate Borracharia, pararam para tomar um drink e trocar uma idéia numa parte mais silenciosa (ou menos barulhenta), no sentido de se conhecerem melhor e combinarem o desenrolar da noite e o raiar do dia. A essa altura já estavam mais agarrados e seguros que cordeiros de blocos, nas maiores intimidades, que só se fazia antigamente depois da quinta noite da lua de mel. Para todos que ali estavam era naturalíssima a agarração e amasso, pois, preocupados em fazer o mesmo, ninguém prestava atenção a ninguém.
Não precisa narrar o óbvio que, horas depois, ela seguiu para o apartamento dele e, depois de um bom vinho e alguns desempenhos de posições do Kamasutra, dormiram o sono dos justos como, normalmente, fazem os jovens da atualidade. Simplesmente, ficaram!
*Escritor (Vida Louca–ansouza_ba@hotmail.com– antoniomanteiga.blogspot.com)

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Oba! Cirurgia bariátrica!

                                               Antonio Nunes de Souza*

Com muita alegria li no jornal que, conforme declaração do prefeito Azevedo, o município em breve ganhará uma unidade de cirurgia bariátrica. Achei sensacional essa implantação em Itabuna, já que o governo colocou esse procedimento para que possa ser realizado através do SUS, beneficiando nossos queridos, gulosos e simpáticos gordinhos.
Então, colocando minha fértil mente para funcionar, pensei logo em algo bastante útil e importante para a alegria do magro e sofrido povo: que nosso prefeito aproveite a oportunidade e entre em contato com o Ministério da Justiça, solicitando que seja agregado a esse benefício que reduz a capacidade estomacal, cirurgias bolsoátricas, meiátricas e cuecátricas, especificamente direcionadas aos políticos e servidores públicos corruptos, que utilizam tais elementos do vestuário para encher, sem piedade, seus patrimônios pessoais e engordarem suas contas bancárias.
Em princípio pode parecer que é um exagero, mas, sabemos todos que esses tipos (que não são poucos), já estão usando as compridas meias de futebol, cuecas samba-canção e os bolsos das calças alcançam as batatas das pernas. Portanto... é bastante justificável cirurgias de reduções, já que é praticamente impossível coloca-los num SPA/cadeia para um regime de desonestidade e ganância. Se não temos meios ou condições de acabar com essa doença, onde o paciente é a própria praga, pelo menos podemos minimizar a ferocidade com que ela ataca, reduzindo o campo de acomodação da virose “safadorum cretinus”.
Tenho que confessar que, por traz desse deboche proposital, está visível uma realidade a cada dia mais crescente que, quando alguém faz um ato normal de honestidade, transforma-se em alvo nacional de notícia, não como a regra, e sim a exceção. E, infelizmente, chegamos a esse ponto graças a todos nós que não soubemos educar, não demos bons exemplos, nos omitimos e não nos preocupamos nas escolhas dos que vão nos administrar e executar seguindo as leis existentes, mesmo sendo muitas completamente obsoletas e ultrapassadas.
Creio que ainda é possível, mesmo com muita luta, reverter esse enraizado comportamento, bastando para tanto que cada uma caia na real, reflita seus comportamentos (profissionais, comerciais, sociais e domésticos), procurando fazer as correções necessárias, pensando sempre que a globalização é inevitável, mas, não precisa que seja um mapa mundi de misérias e injustiças!

*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com – antoniomanteiga.blogspot.com)

terça-feira, 19 de abril de 2011

Silêncio dos pecadores ou Gritos dos inocentes?

                                         Antonio Nunes de Souza*
Essa pergunta poderia se encaixar numa série de assuntos ligados a nossa querida cidade de Itabuna, mas, como gostamos de singularizar, acompanhar e cobrar resultados, dando prioridade aos mais importantes, direcionamos esse artigo a saúde, mais especificamente ao hospital de base Luiz Eduardo Magalhães – HBLEM.
Sabemos todos que, mediante administrações desastrosas, desvios, terceirizações, inchaço funcional e falta de compromisso social e político, essa unidade de saúde perdeu a plena e, mesmo com recursos na ordem de R$ 1.800,000,00 (hum milhão e oitocentos mil reais) mensais enviados, mensalmente, pelo Governo do Estado, além de não funcionar com as mínimas atenções nos mais simples procedimentos, diariamente vai se degradando, chegando as raias de desprezo pelos mais debilitados doentes, que, pela falta de remédios, assistência médicas e medicamentos, preferem morrer em suas próprias casas, deixando essa triste realidade para aqueles que para lá são transportados sem sentidos, provenientes de acidente. Porém, esses quando dão à sorte de não morrerem, quando voltam a si a primeira coisa que pedem aos familiares é que lhe transfiram para outro lugar.
Depois dos gritos dos inocentes, que são as reclamações constantes do povo exigindo providências, os pecadores representados pela administração pública, mudaram diretores presidentes, Secretário de Saúde, fez discursos, baixou falações, apresentou umas desculpas vazias sem nenhuma consistência justificável e projeto de recuperação baseado na duplicação dos recursos do Estado e a volta da gestão plena que, só podemos imaginar, que a fome dos que se alimentaram no passado, continua aguçada para se abastecerem no futuro.
Não conseguimos entender o prefeito dizer, enfaticamente, que sem as condições citadas acima é inviável administrar, dignamente, o HBLEM. Entretanto, luta com veemência para não entregar a unidade de saúde ao Estado, conforme desejo do Dr. Solla - Secretário de Saúde.
Para o povo o importante é ter a sua disposição um hospital decente e qualificado para atendê-lo, quer seja do Estado ou do município. Mas, infelizmente, graças aos descasos das ditas sociedades organizadas que, acobertados pelos seus bons planos de saúde, não desejarem antipatias políticas e em alguns casos receberem benesses, não arregaçam as mangas e pressionam resultados contundentes e urgentes, conforme as necessidades emergenciais do momento.
Esperamos que essas pessoas envolvidas descruzem os braços, abram os peitos mostrando que têm coração e retribuam a esse povo e município que lhes ajudaram a construir seus patrimônios, uma assistência digna e menos desumana!
Por enquanto, continuamos estarrecidos com o “Silêncio dos pecadores e Os gritos dos inocentes!”
*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com – antoniomanteiga.blospot.com)

segunda-feira, 18 de abril de 2011

O dia do índio!

                                  Antonio Nunes de Souza*
Como todos os anos, comemoram-se o “Dia do índio” fazendo-se alguns festejos nas poucas aldeias que ainda conseguiram sobreviver, apreciamos os nativos apresentando danças e alguns restantes costumes culturais, envergando suas belas indumentárias ornamentadas e cheias de penas proporcionando espetáculos cheios de purezas ainda existentes, geralmente, para a alegria e curiosidade dos ditos homens brancos que, sem penas nenhumas, com suas atitudes grotescas e desumanas, cada dia procura dizimá-los e tomar suas terras, sem nenhum respeito às leis e os direitos desse povo, originariamente, brasileiro.
Vergonhosamente, desde a chegada dos portugueses ao Brasil, quinhentos anos atrás, que os índios sofrem barbaridades através de escravaturas e, aqueles que não se submetiam, eram aniquilados como verdadeiros animais, sem entenderem qual a razão de tais atitudes, já que eram pacíficos (embora desconfiados) e recebiam todos que aportavam como se fossem curiosos visitantes.
Passadas essas centenas de anos, com a introdução da miscigenação de raças (pretos, brancos, índios, amarelos, etc.), grande parte dos índios perderam suas características físicas, incorporaram hábitos e costumes das cidades e comunidades civilizadas (?), inclusive, através de uniões e constituições de novas famílias, muitos que nunca viram uma flecha, a não ser a do Cupido, pelas comodidades e algumas assistências governamentais, travestiram-se de filhos, netos ou bisnetos de antigos caciques, bastando para tanto uma pintura no rosto, colares e algumas peninhas na cabeça. Lamentavelmente, esses oportunistas são os mais criadores de casos e, se vacilarem na comunidade indígena que vivem, imediatamente se proclamam caciques para gozarem de determinados privilégios!
Já finalizando minha licenciatura de história, questionei em algumas aulas sobre esse assunto, pois, não concordo que os índios incorporem tudo de moderno da civilização (carro, ar condicionado, DVD, computador, celular, máquina de lavar, televisão, refrigerador, etc.) e, nas horas das reivindicações, reúnem-se em grupos e filas indianas balançando chocalhos rudimentares, emitindo cânticos em estranhas linguagens e pitando cachimbos de barro (quando, normalmente, fumam Carlton). Isso é uma contradição bastante paradoxal, pois, na hora que querem algo substancial (por direito ou não), apresentam-se como pobrezinhos sofredores. Mas, quando estão tranqüilos em suas comunidades, agem e querem usufruir de todas as mordomias vistas nas grandes cidades, esquecendo de suas culturas por eles mesmo acharem obsoletas. Já que o importante é a preservação cultural (costumes e hábitos), me pergunto sempre: Por que eles não continuam se comunicando com sinais de fumaça ou batidas de tambores em vez de celulares? Por que não continuam se deslocando com lindos vôos nos cipós da selva e preferem caminhonetes cabines duplas ou aviões?
Como diria um conhecido político nosso: é uma faca de três gumes!
Eu prefiro uma de dois gumes, mas, o ideal seria que todos se agregassem numa única sociedade, cada grupo étnico conservasse sua cultura (como o negro e outros já fazem), porém incorporados às leis e determinações que são regidas para todos, uma vez que, pelo andar da carruagem, não teremos nem um índio autêntico para, daqui a alguns anos, comemorarmos essa data.
Como na verdade essa situação é complexa e confusa, prefiro deixar aos cuidados dos sociólogos e indigenistas, guardar minhas opiniões para conversa de botequim e me amparar na canção de Rita Lee, que diz: “Todo dia é dia de índio!”
Parabenizo todos os índios pela passagem do seu dia, reconhecendo que, para eles, meu apito é surdo!

*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com – antoniomanteiga.blogspot.com)

sábado, 16 de abril de 2011

Se inscreva para esse concurso!

                             Antonio Nunes de Souza*
Supomos que já está passando a hora de tomarmos as devidas providências com relação às inscrições para o concurso “Passageiro da Agonia”, que deverá ser realizado no próximo ano, juntamente com as eleições municipais.
Obviamente, você está estranhado esse inusitado concurso e, esperando que expliquemos, já deve ter feito mil conjecturas, imaginando que se trata de algo absurdo e engraçado. Mas, na verdade o assunto é bastante sério, devendo ser encarado com patriotismo, amor à vida e uma perpetuação de espécie com uma qualidade mais eficiente e validade mais ampliada.
Não precisa que ninguém seja um novo Nostradamus para fazer uma previsão que com as hecatombes, tragédias, poluições, terremotos, maremotos, vulcões e a famigerada dengue, a tendência é o mundo se acabar pela segunda vez. E, como uma nova versão do dilúvio da “Arca de Noé”, os estaleiros brasileiros já se capacitaram para a construção de uma monumental e quilométrica arca, aproveitando os recursos do PAC, juntamente com as doações de políticos influentes, que desejam camarotes especiais.
Imagino que você pensou: Como assim levar dezenas ou centenas de humanos, se a história diz que se deve levar um casal de cada espécie?
Podemos explicar com detalhes as razões dessa modificação, pois, como da vez anterior Noé levou apenas um casal de cada animal existente na terra, a lotação foi grande e exaustiva, mas, desta feita, com os extermínios de uma série de animais que nós acabamos com as espécies, as vagas ampliaram bastante (olhe que matamos bichos à beça). E, logicamente, os políticos reivindicaram essas vagas para eles, foi aprovado na câmara e no senado, exigindo uma primeira classe especial.
Como não temos alternativas para derrubar essas leis esdrúxulas, só nos resta fazer um concurso nacional para o casal que obtiver a primeira colocação seja o escolhido como representante do povo brasileiro, responsável de repovoar a nova terra, no sentido de servir aos políticos, reelegendo-os normalmente como faz hoje. Igual a colonização, os políticos esperam que na nova terra possam encontrar tribos indígenas para poderem utilizá-los como escravos, enganando-os com apitos e espelhos.
A inscrição será de apenas um quilo de alimento não perecível, que será destinado a alimentação durante a viagem. Chamamos atenção que, como vamos levar em torno de 600 políticos (titulares da câmara e do senado, apenas), vale a pena que no ato da inscrição seja anexado como complemento e presente espontâneo, vinhos, whiskys, champanhe e algumas iguarias de qualidade para agradar os “homens”, para ver se nas próximas e novas gestões eles pensem mais nas necessidades do pobre povo!
Observação: “Caso nossa modesta premonição não se concretizar até as eleições de 2012, já estamos pedindo desculpas antecipadas e direcionaremos os alimentos arrecadados para os abrigos e casas pias. Assim como, se a nova arca naufragar em função dos pesos das consciências dos políticos, não acataremos reclamações indenizatórias de algum parente sobrevivente. Será, simplesmente, uma obra de Deus”!
*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com – antoniomanteiga.blogspot.com)

quinta-feira, 14 de abril de 2011

O homem feliz!

                                  Antonio Nunes de Souza*

Era o que alguém poderia dizer com segurança: Impossível!  Isso não existe!
E o pior era que existia e, futuramente, foi comprovado por toda cidade, causando a mais completa e absurda indignação.
A cidade era pequena e do interior. Logicamente todos se conheciam e os segredos de todos ou quase todos, já não eram segredos para ninguém. Eu disse quase todos, porque o segredo de Marcos era, inacreditavelmente, desconhecido por todo mundo, inclusive os seus amigos mais íntimos. Pois, quando Marcos chegou para morar na cidade, juntamente com a sua mãe que era viúva, já tinha 10 anos de idade e por isso ninguém conhecia suas particularidades.
Para mim foi um choque tremendo, quando descobri inesperadamente e em circunstancias trágicas, toda aquela desvairada e fantástica historia. Nada poderia ser mais absurdamente incrível do que o que acontecia nas barbas de toda cidade e todos desconheciam e jamais poderiam suspeitar que aquilo existisse e, caso pudesse existir, seria impossível estar existindo tão perto de todos nós.
Marcos era um rapaz relativamente bonito. Não era alto, um pouco magro, tinha uma bunda meio batida e seu andar era engraçado porque ele andava com os pés um pouco para fora, como se estivesse sempre chutando uma bola. Embora usasse óculos, estes até que melhoravam sua aparência, dando-lhe um aspecto enganador de intelectual. Sempre estava participando de festas, pois adorava dançar, principalmente exibir-se para as platéias. Porém, o que mais gostava era de ficar aos beijinhos com as gatinhas, dando uma impressão que não poderia viver sem elas. Seu chamego era tanto que os amigos apelidaram-lhe de Mosca de Padaria. Porque beijava todas as roscas e broas e não comia nenhuma. Algumas vezes a gozação era maior e diziam que ele era igual a uma serpente banguela (dava o bote, mais não comia ninguém).
A verdade é que ele não precisava de ninguém. Era um homem literalmente completo que, mais tarde, veio a dar inveja a muita gente. Seus prazeres eram constantes e sempre estava sorrindo em função de ter uma vida sexual intensa e deliciosa, isto a qualquer hora ou lugar, independente de estar só ou acompanhado. Parece estranho o que eu disse, porém é a expressão viva da verdade, e você logo saberá que eu tenho as minhas razões de assim afirmar.
Marcos era um hermafrodita. Embora tivesse todas as características masculinas (não se levando em conta algumas frescuras eventuais), era possuidor de uma linda e sensual xoxota, situada ao lado interno da sua coxa esquerda que, por estar bem próxima lateralmente do seu saco escrotal, era praticamente imperceptível para qualquer pessoa notar, mesmo ele estando nu. Este seu segredo, que só sua mãe sabia, jamais foi descoberto ou confessado por sua fiel genitôra, fazendo com que ele circulasse normalmente em qualquer lugar, sendo tratado acima de qualquer suspeita.
E, em função dessa agradável (?) anomalia, Marcos não dependia de ninguém para saciar seus desejos sexuais, pois, todas as vezes que ficava excitado, bastava introduzir o seu modesto pênis na sua particular e sedutora vagina e, em qualquer lugar que estivesse, gozava várias vezes, sem que os que estavam cercando-o percebessem o que estava passando em sua cabeça, ou seu membro por assim dizer. Uma vez que já estava habituado a transar em locais públicos, acostumou-se a não deixar transparecer as suas emoções na hora dos orgasmos, ocultando com maestria aqueles peculiares tremores e viração de olhos, tão comuns nesses momentos de prazer.
Entretanto, um belo final de tarde, ao por do sol, estava Marcos na sacada da sua casa admirando a linda praia que ficava em frente, quando surgiu andando pelas areias uma maravilhosa mulher, com um corpo escultural que, sem a menor cerimônia, passou a tirar o minúsculo biquine e encaminhou-se para o mar, completamente nua. Ao retornar, depois de molhada, a penugem do seu sexo deixou Marcos tremendamente excitado e desejoso de possui-la.
Na proporção em que se deitava na areia, rolando para os lados, o sol desenhava sua silhueta, provocando cada vez mais o desejo de Marcos em transar com ela.
Nessa altura, já com seu membro totalmente duro e latejando, querendo dizer que era importante uma penetração naquele momento, mais que depressa, dada a sua prática e sagacidade, Marcos sentou-se no baixo muro da sacada da janela do seu quarto, situado no andar de cima do sobrado, cruzou as pernas e introduziu quase que de uma vez todo seu membro na sua particular vagina que, como uma boca gulosa, engoliu aquele pedaço de nervo com a maior alegria. Assim procedendo, começou a bater as coxas, fazendo com que o movimento fizesse com que ele chegasse logo ao orgasmo.
E foi o que aconteceu quase que imediatamente. Marcos gozou logo uma vez, porem achando que era pouco, continuou com o bate coxas até gozar mais duas vezes. Aí, nessa última vez, não conseguindo controlar-se com os seguidos estertores e ejaculações, escorregou janela abaixo, caindo de uma altura de mais de dez metros.
Não precisa dizer que foi o maior vexame. Pois, aquele corpo nu espatifado na calçada, fez com que todos corressem para cima. E, assombrados, dezenas de curiosos em sua volta, ainda puderam ver Marcos, no tremor da morte, ainda gozar mais uma vez e, como últimas palavras, disse:
 “Graças a Deus eu sempre fui um homem auto-suficiente. Mulher eu sempre olhei como se fossem cobras. Bonitas, coloridas, sensuais, porém perigosas e cheias de veneno”.

*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com – antoniomanteiga.blogspot.com)

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Você é machista?

                                           Antonio Nunes de Souza*


Por ter convivido por mais de meio século nessa bendita terra, venho acompanhando de perto a evolução dos costumes, hábitos e comportamentos como bom observador, testemunhando, cotidianamente, as acomodações de conceitos e a extinção de preconceitos dentro da sociedade.
Em muitos casos as quebras de barreiras estão acontecendo em função da força da juventude feminina que, senhora dos seus direitos, mesmo com os desagrados familiares, impõem um comportamento jamais imaginado algumas décadas atrás, procurando um equilíbrio de direitos entre filhos e filhas.
Nos anos 50/60, em minha plena puberdade, tive o desprazer de ver uma colega minha do curso ginasial, com 16 anos, juntamente com a família, ter que mudar de cidade (Santo Amaro da Purificação), porque, num vacilo emocional, tinha mantido relações sexuais com o namorado. E, como não era um procedimento usual, ele muito idiota e querendo demonstrar ser o tal, saiu se vangloriando com os amigos que tinha “tirado Elizabeth de casa” (essa era a rotulação machista, uma vez que, a moça que fizesse tal absurdo, era taxativamente expulsa de casa pela família). Nesse caso, a família embora repudiando o fato, preferiu mudar de cidade pela vergonha e escândalo que a coitada, por alguns instantes de prazer, tinha proporcionado.
Mesmo naquela época e convivendo com esses dogmas da sociedade por demais hipócrita, fiquei pasmo e horrorizado por sentir de perto como eram encarados os direitos masculinos e femininos em plena era da modernização mundial.
Com os rapazes os pais facilitavam as coisas, levando-os ou pedindo aos amigos que fizessem (essa segunda opção era mais usual, pois muitos não se sentiam à vontade com os filhos para tais assuntos) e, quando sabiam que os filhos eram grandes namoradores e freqüentadores das casas de prostituição, enchiam o peito e diziam: Ah! Meu irmão, ali saiu ao pai! Frase dita seguida de uma risada, massageando calorosamente seus egoss.
Eu ficava sem entender, porque quando as filhas faziam a mesma coisa eles não estufavam o peito e falavam: Ah! Meu irmão, ali saiu a mãe!
Essa minha reação era porque sempre achei que os direitos devem ser iguais, já que somos seres semelhantes, apenas um com o sexo pra dentro e o outro para fora, além de algumas poucas outras características servidas para atender a maternidade. Mas, na mente e nos desejos, a igualdade é cientificamente comprovada. Portanto, seres iguais, direitos iguais!
Hoje, as mães já estão bem mais compreensivas e solidárias, pois foram sofredoras das repressões no passado, mas, os pais na sua grande maioria, aceitam tal fato com dor no coração e, muitos deles, preferem fazer que não sabem de nada para não se sentirem coniventes, pois ainda existe incrustado em suas mentes o ranço tolo do machismo.
Se você ainda é daqueles trogloditas que fazem verdadeiros escândalos de repressões e ameaças, procure logo tratar de mudar os seus conceitos e dedicar-se a dar bons aconselhamentos e orientações para evitar DST e filhos fora do tempo, pois as Elizabeth estão mandando ver. E, se as famílias delas tiverem que se mudar, nossa cidade vai ficar despovoada.

Com dois filhos homens e, em função disso, não pude sentir na pele o problema para ver se encararia com a naturalidade que estou dizendo se fosse um casal. Mas, creio que sim! Pois, quando eles levam as namoradas para dormir lá em casa, eu encaro com a maior tranqüilidade do mundo. O único sentimento que sinto e lamento é de muita inveja.

*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com – antoniomanteiga.blogspot.com)


sexta-feira, 1 de abril de 2011

Será que nossa vida é uma mentira?

                                                                                                                      *Antonio Nunes de Souza
                                                                                             
Parece até que é! Desde a hora que acordamos ouvimos narrações tão escabrosas sobre tudo que está acontecendo ao nosso redor que, por mais otimistas que sejamos, temos que admitir estarmos desiludidos com o fantástico show da vida. O show continua existindo, mas, infelizmente, de completo terror.
Voltando nossas atenções para fatos políticos, ficamos estarrecidos com tantas barbaridades que vêm à tona todos os instantes, fazendo com que não acreditemos mais em ninguém, já que no passado também não acreditávamos. Vemos, ao vivo e a cores, dezenas de facções políticas sendo destronadas, através de dúvidas e comprovações, nos deixando boquiabertos e enfatizando nossa idiotice de eleitores esperançosos de um mundo melhor.
Culpar os atuais governantes não deixa de ser radicalismo. Porém, inocenta-los é um atestado de incompetência e cegueira. Que todos culpados sejam punidos severamente!
Mas, como fazer julgamentos e punições se é diabos acusando capetas?
Como se pode chegar a veredictos ou sentenças se os próprios jurados são também réus?
Tudo isso parece um filme de Frederico Fellini, onde o impensável ultrapassa o próprio absurdo!  E nós? Pecadores inocentes que colocamos essas pessoas nos diversos poderes?
O adágio popular diz: O poder corrompe! Será que temos que admitir que isso seja uma verdade?  Ou nos conscientizarmos que os corruptos são os que conseguem mais facilmente chegar aos poderes?
Quero deixar claro que não estou fazendo alusão a o que está acontecendo nesse momento, pois a corrupção no mundo e nesse pobre país (pessimamente colonizado), que nos mandaram a escória, através de degradados, criminosos e banidos, para ser nossa escola de como comandar uma nação. Estou referindo-me aos nossos 500 anos de uma história que, lamentavelmente, não é muito digna de orgulhos, pelos procedimentos inescrupulosos de uma série de homens que nos governaram nas mais diversas áreas no decorrer desse longo tempo.
Por outro lado, devemos fazer uma reflexão justa e honesta, pois não existem corruptos sem os devidos corruptores. Nós brasileiros temos provado, lamentavelmente, que adoramos benesses e favorecimentos e, conseqüentemente, nos deixamos envolver com aqueles que prometem ou nos poderão ser úteis. Daí, essa habitual e podre troca de interesses vista cotidianamente, faz com que tenhamos um sistema político nada digno para um país.
Os culpados são somente os políticos?  Nada disso!  Ninguém chega com a mala e se acomoda numa cadeira municipal, estadual ou federal dizendo que vai ocupar o cargo. Nós é que os colocamos nesses lugares. E isso acontece porque nós somos ignorantes, tolos ou interesseiros?  Vale a pena uma reflexão, uma vez que os trágicos reflexos sempre recaem sobre nós mesmo.
Se nós continuarmos falando, reclamando e votando nas mesmas pessoas de sempre, estamos ratificando e aprovando a triste tônica popular: Cada povo tem o governo que merece!  Creio que podemos mudar essa expressão insólita e ridícula, tentando ajudar aos menos esclarecidos, mostrando o que realmente é melhor para todos em termos comunitários, fazendo ver claramente, que aqueles que vendem seus votos por presentes, promessas falsas ou interesses pessoais imediatos, estão na verdade vendendo um futuro melhor e promissor para suas famílias.
Se nós, mais esclarecidos, não nos preocuparmos com essa atitude educacional dos nossos irmãos brasileiros, jamais poderemos ser respeitados como um país sério. Ou então ficar na brutal dúvida se nossa vida é uma completa mentira.
O dia hoje é da mentira, mas, tudo isso é uma triste verdade!

*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com – antoniomanteiga.blogspot.com)