segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Foram-se os barões... ficaram as baronesas!

                                                                     Antonio Nunes de Souza*

Numa lembrança que só nos causa tristezas, nossa região era conhecida como império dos barões do cacau, produtores que desfrutavam de situações privilegiadas graças suas benditas roças que, por uma centena de anos, deram sustentação e forjaram as diversas cidades do sul da Bahia.

Infelizmente, uma série de fatores (doenças, condições climáticas e falta de assistência) culminando com a famigerada praga da “vassoura de Bruxa”, fez com que a cacauicultura sofresse um abalo sem precedentes, já que, há duas décadas, várias são as tentativas feitas nos sofisticados e competentes laboratórios da CEPLAC e, os resultados continuam deixando a desejar, no sentido de um combate eficiente e necessário. Até agora, com alguns comportamentos, criações de clones, etc., tem-se conseguido minimizar um pouco, vislumbrando possibilidades de que seja possível conviver com a doença, controlando-a de uma maneira que a cultura volte a ser viável e com lucratividade.

Não vou me expandir no assunto, pois, depois que Daniel Thame escreveu o livro “Vassoura”, basta que você tenha o prazer de ler, para ter as informações mais precisas e consistentes sobre essa terrível praga!

Como gosto de fazer jogos de palavras nos meus artigos e crônicas, para condenar a brutal praga das baronesas, que todos os anos sofremos há dezenas de anos e, absurdamente, nada é feito como preventivo pelas autoridades competentes, nos deixando todos os anos (nessa mesma época) com o rio Cachoeira coberto de baronesas, criando uma verdadeira laje vegetal que serve de moradia para ratos, baratas, cobras e criatório do mosquito da dengue, além das muriçocas comuns e incomodativas. Isso tudo foi que fez eu abordar os saudosos baronatos.
Em algumas gestões passadas, depois de muita “chiada” da população, os prefeitos ou secretários da área, providenciavam guindastes e tratores e faziam limpezas, melhorando a fedentina e o fluxo do rio, dando uma satisfação a comunidade.
Acreditamos que o novo secretario municipal, juntamente com o prefeito, tomarão essas providencias urgentes e, mais que correto, em vez de paliativos, cuidem para que essa situação constrangedora não se repita anualmente.
Lamentavelmente, foram-se os barões... ficaram as baronesas!

*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com – antoniomanteiga.blogspot.com)

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