Antonio Nunes de Souza*
Antigamente, seguindo a cultura milenar dos romanos, que tapeavam o povo com “pão e circo”, nossos políticos profissionais tinham a preocupação de fazer com que o nosso festeiro povo baiano esquecesse as atrocidades e descasos públicos, pulando atrás dos trios elétricos ou nas laterais dos elitizados blocos. O pão era servido durante o ano através dos regrados salários e, com essa junção miraculosa, sabiamente, conseguiam os votos necessários para se elegerem nos melhores cargos públicos.
Esse método tornou-se imbatível e infalível, ainda utilizado em larga escala na nossa política em todas as vertentes.
Entretanto, nossa cidade que já foi campeã nessa modalidade, inclusive com divulgação nacional pela arrojada transferência de datas comemorativas, conseguindo reeleições diversas graças às artimanhas momescas, deparou-se agora com uma administração que, querendo mudar esse milenar costume ou achando que para apascentar suas ovelhas não é mais preciso do circo e basta o pão das cestas básicas que o governo federal proporciona, aboliu, completamente, o carnaval da nossa querida Itabuna.
Aí eu imaginei logo: vai ser a maior chiadeira!
Mas, que nada rapaz. O povo fraco pela falta geral de assistência médica, os corpos moles provocado pela dengue e os perigos de assaltos e crimes nas ruas, acha preferível ficar em casa e entregar de vez o município a “Tropa de É leite” e deixar todo mundo mamando ao Deus dará!
Claro que não concordo com esse comportamento de ficar deitado em berço esplendido ou vendo a banda passar num governo de amores, pois, tudo isso está acontecendo em função do descaso das ditas sociedades organizadas que, não defendem os interesses do povo, somente se pronunciando quando algumas farpas ferem os seus, como ocorreu agora com relação aos cálculos dos alvarás. Estou vendo o pessoal sapateando mais do que o Fred Astaire e pinotando nas pontas melhor que Ana Botafogo. E, tenho certeza, que conseguirão mudar o curso da história. Quanto ao povo? Esse que se exploda sem festas, sem assistência médica e hospitalar. Nós temos nossos planos de saúde que nos dão amparo!
Fico estarrecido com essa atitude nada solidária e, ao mesmo tempo, burra e descabida, pois, a medida que o povo não é provido de saúde, educação e segurança o desastre social vai ampliando e esse asqueroso feitiço vai virando contra os omissos feiticeiros. Já estão sendo colhidas uma significativa parte dessa plantação (ou implantação) que vem sendo regada e bem cuidada pelos descuidos por partes das famílias e sociedade.
Estamos com a cabeça cheia de promessas vazias, desculpas descabidas, desinteresses políticos, além de denúncias nada elogiosas feitas pelos próprios participantes da gestão pública que, quando se desentendem, abrem os bicos. Mas, com um punhado de alpiste, seus senhores e chefes calam os cantos das mais barulhentas Arapongas!
Para não passarmos totalmente em branco, vamos vestir fantasias de palhaço e aproveitar o festejo da lavagem do Beco do Fuxico!
Saliento aos fanáticos e capachos de plantão que não estou fazendo comparativos políticos, apenas lamentando a situação que estamos atravessando (só os cegos e loucos não estão vendo) e que é preciso providências urgentes para que sejam sanados esses problemas, assim como, o lazer de uma festa que é nacional.
*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com – antoniomanteiga.blogspot.com)
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