Antonio Nunes de Souza*
Assim como eu, toda cidade de Itabuna-Bahia, ficou estarrecida com relação a um fato absurdo e inusitado, ocorrido na comunidade de Ferradas, vilarejo dos arredores, conhecido mundialmente, por ser onde nasceu o genial e maravilhoso escritor brasileiro, Jorge Amado. Lá é conservada até hoje a casa que morou sua família, atualmente transformada em um museu em homenagem aos magistral escritor, grande ícone da literatura, reconhecido e traduzido em centenas de países!
Mas, desta feita, nosso pequeno bairro de Ferradas voltou aos noticiários, não como algo expressivo e deslumbrante como o fato citado acima. Mas, por uma atitude inominável e grotesca, procedida por uma empresa funerária que, barbaramente, ao levar o caixão com o defunto para o cemitério, ao chegar e não encontrar nenhum parente, ou amigos do morto, absurdamente, os funcionários tiraram a urna do carro e colocaram na porta no cemitério, seguindo tranquilamente de volta para sua empresa, não se preocupando com o que poderia ocorrer!
Curiosamente, alguém que passava na hora, filmou essa desastrosa ação, mandando imediatamente para os jornais e as redes da Net!
Logicamente, causou uma grande celeuma, o prefeito foi acionado, pois, o pobre homem era um indigente, e a prefeitura fui que providenciou o funeral, porém, imperdoável foi a atitude desumana da empresa, através de seus funcionários, abandonar o pobre homem que, além da bruta falta de sorte na vida, teve essa desdita depois da morte, provando, literalmente e veementemente, que as pessoas estão se animalizando a cada dia, somente respeitando quem tem dinheiro e poder!
Tenho certeza que esse pobre homem deve ter sido recebido com tapete vermelho e as mais sinceras desculpas divinas, pelo seu sofrimento, tanto na vida como na morte!
Vale dizer que, após o reboliço na mídia geral, providenciaram às pressas o enterro do coitado, dando-lhe um pouco de dignidade!
Que isso sirva de lição para todos nós, pois, com certeza, essa atitude animalesca pode até ser repetida com você mesmo, uma vez que, a cada dia, a solidariedade vai desaparecendo, e o egoísmo aumentando desbragadamente!
Imagino que esse pobre homem sentiu a morte por duas vezes: Uma pela doença e outra pelo brutal desprezo recebido!
*Escritor – Historiador – Membro da Academia Grapiúna de Letras - AGRAL
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