quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

RECORDAÇÃO NA PRAIA!

 

   Antonio Nunes de Souza*

A praia estava totalmente deserta. Somente eu com ela deitada ao meu lado. Estávamos naquele lindo horário do crepúsculo. Findava a tarde e a noite caía calmamente como se quisesse, com carinho, apagar a luz do sol. Sentado na areia eu olhava para o meu lado esquerdo, admirando sua pele que, embora um tanto crespa estava linda e bronzeada, quase vermelha em todo corpo.

Com certeza eu não esperava encontrá-la tão linda e deliciosa, como se estivesse esperando-me para entregar-se. Creio que foi uma sorte ou dádiva que Deus quis presentear-me naquele dia.

Suas pernas eram longas, uniformes e padronizadas, como se fossem feitas a mão. Seus olhos eram grandes e negros, fixados para o alto como se nada estivesse enxergando em sua volta. Olhando cuidadosamente o seu corpo, veio-me a vontade louca de comê-la imediatamente, principalmente quando comecei a admirar aquele lindo e delicioso rabo carnudo.

Entretanto, mesmo cheio de desejo, preferi aguardar mais um pouco e conter meus impulsos até um momento mais adequado, sem deixar-me levar pela sua sedução.

Passados alguns minutos, que para mim pareceram horas, com o sol já se escondendo quase que completamente no horizonte, embriagado pelo clima e a volúpia do desejo de saciar meus instintos, virei-me para o lado e comecei a tirar sua roupa bem cuidadosamente, como se estivesse descascando uma fruta deliciosa. E, ao tempo que a nudez do seu corpo ia aparecendo, minha boca enchia-se de água.

Ela continuava impassível não esboçando nenhuma reação, contudo, algo me dizia que se ela falasse, diria: Coma-me logo para matar seu desejo!

Naquele momento, não podendo mais refrear meu ímpeto, comecei a lamber carinhosamente o seu corpo, sentindo aquele seu sabor salgado e delicioso, mesmo com aquele cheiro acentuado de maresia que nos cercava. Ao mesmo tempo em que passava lentamente minha língua entre suas lindas pernas, contornando sua cintura e indo até as suas costas, dava também pequenas dentadas em sua carne macia, enchendo o meu corpo de prazer.

Como era de se esperar, afastei suas pernas para os lados e comecei a comê-la vorazmente, deliciando-me gradativamente, ao tempo em que ia saciando toda minha fome e desejo.

Ela entregou-se a mim sem nenhuma reação, dando a entender que aprovava minha atitude. Nada falou, porém soube satisfazer um homem cheio de desejos e faminto.

Terminada essa minha operação que mais pareceu um ritual, levantei e fui andando em direção ao mar para lavar minha boca, as mãos, e pensei:

 -Que sorte eu tive em ter pescado essa lagosta tão grande e poder cozinhá-la aqui mesmo com água do mar. Agora poderei ficar pescando até mais tarde, já que matei a fome!

 

*Escritor–Historiador-Membro da Academia Grapiúna de Letras-AGRAL- antoniodaagral26@hotmail.com-antoniomanteiga.blogspot.com

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                          

 

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