Antonio Nunes de Souza*
Ao tempo em que, diariamente, lemos e ouvimos notícias que nós alegram com novas descobertas científicas no sentido de curar ou minimizar doenças graves e mortais, experiências genéticas com caprinos, suínos, bovinos, muares e aves, desenvolvidas para melhor qualificar esses animais para consumo alimentar e força de trabalho, fitopatologistas desdobrando-se com cruzamentos laboratoriais diversos para agilizar, quantificar e qualificar a produção agrícola e técnicos e cientistas da informática ampliando velozmente as eficiências do hoje indispensável computador, sentimos tristeza e dissabor ao tomarmos conhecimento que, essa mesma ciência, seja estupidamente usada pelos próprios homens, em favor da criminalidade.
Na medicina ficamos estarrecidos em ver constantemente a polícia desbaratar quadrilhas com laboratórios clandestinos (e até oficiais), utilizando substâncias químicas inadequadas em remédios, provocando reações colaterais gravíssimas e até mortes. No reino animal, além das degenerações provocadas pelos usos abusivos e doses excessivas para acelerar o tempo do abate, ainda fazem chegar ao mercado consumidor carnes contaminadas por produtos químicos, causando malefícios à saúde humana. E, se isso não bastasse, academias inescrupulosas, aproveitando a vaidade tola dos jovens, manipulam fórmulas milagrosas com produtos veterinários que, depois de algum tempo, os “Apolos” sofrem atrofias e eventuais mortes. É uma pena que a grande maioria dos saradões, acredite que as mulheres adoram homens fortes e montanhas de músculos. Graças a Deus essa crença já está acabando até entre as patricinhas, pois elas chegaram c conclusão que homens fortes servem mesmo é para mudar a geladeira do lugar, afastar os guarda-roupas, carregar as malas, ser cordeiro de bloco, etc., para amar de verdade, não precisa força. O importante é talento!
A fitopatologia chegou a soja hidrogenada, o cacau híbrido e outros produtos de alta importância mundial, mas, podem ficar estarrecidos e pasmos, pois agora contamos com a maconha mentolada. E vocês pensam que ela foi conseguida através da aplicação do produto químico mentol? Nada meu amigo! Fazendeiros, exportadores e distribuidores da tal erva investiram em laboratórios sofisticados, hectares de viveiros experimentais, cientistas da área e, com a mistura do gen da hortelã, erva doce, gengibre, eucalipto e outras plantas que provocam algum frescor bucal, chegaram a novidade que está revolucionando os aficionados e exigentes consumidores. Lógico que o método usado é hipotético, pois a fórmula é segredo de 14 chaves. O fato é que a polícia federal já comprovou que o sabor é original da própria planta. Provavelmente os distribuidores colocarão na atual embalagem/tijolo: O Ministério dos Traficantes Anônimos informa: “Esse produto não contém substâncias químicas adicionais. Dizem que faz mal a saúde, mas, apenas deixa você muito doido e ligado”.
Eu não quero nem imaginar, se eles tiverem a ousadia de utilizar a embalagem igual aos cigarros! Tenha paciência, mas o Ministério da Justiça (e não o da Saúde) terá a obrigação de fazer com que eles coloquem nos maços: fotos de assalto à banco, crimes, chacinas, pancadarias nas casas noturnas, estupros, seqüestros relâmpagos, etc. (será a vingança dos fumantes, que têm o desprazer de toda hora ver imagens de ratos, pernas feridas e pulmões estourados).
Por último, nós usuários de computadores, essa telinha muitíssima mais útil do que a famigerada tv, sofremos com os idiotas gênios do mal, que nos infernizam criando vírus atrozes para colher informações, destruir os discos rígidos e fazer transferências fraudulentas em nossas contas bancárias.
Não creio, em nenhuma hipótese, que Deus criou o homem imaginando que este seria a perdição do mundo. Essa desculpa de que Ele deu livre arbítrio é coisa inventada para justificar. Ele deu foi a vida e um mundo maravilhoso para que sejamos felizes e solidários. Mas, as ganâncias do dinheiro e poder, apodreceram as mentes. Como um simplório pecador não tenho direito de contradizer a sua obra, mas, não custaria nada, Ele, em vez de gastar tanto barro na confecção das nádegas, deveria ter aumentado a cabeça e o cérebro. Talvez o homem pensasse mais racionalmente em seu próprio benefício.
É lamentável a dualidade da ciência, apenas por culpa do homem que, se formos nos basear na teoria de Charles Darwin, podemos acreditar que ainda estamos num estágio de evolução, bem aquém do que se imagina.
*Escritor-Historiador–Membro da Academia Grapiúna de Letras-AGRAL- antoniomanteiga.blogspot.com – antoniodaagral262hotmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário