Antonio
Nunes de Souza*
Por
mais que tenhamos visto nessa terra de meu Deus, sempre acontece algo
completamente inusitado, que nos surpreende bastante pelas suas características,
completamente fora de todos os contextos!
Esse
caso ocorrido com Rafael Padilha da Cruz é um exemplo dos mais verdadeiros,
curiosos e interessantes que tive a felicidade, ou infelicidade de acompanhar
de perto, tanto o seu começo como o resultado final
Rapha
como era chamado em toda cidade, homem próspero, trabalhador, dono de uma boa
serraria especializada na confecção de diversos tipos de urnas funerárias
(caixão de defunto) e, logo depois, montou uma majestosa capela para velórios,
pois, com essas duas atividades, todos os enterros tinham que passar pelas suas
mãos, consequentemente, trazendo bons faturamentos.
Como
tratava-se de uma cidade de porte médio, os óbitos eram poucos e a empresa
começou a sentir enfraquecimentos. Então... Rapha na preocupação financeira,
passou a fazer promessas para que ampliasse mais os óbitos na cidades e região
para que ele tivesse uma clientela em massa para estabilizar suas finanças.
Acendia velas daquelas gigantes diariamente para os santos, e fazia suas
orações noturnas acompanhadas do pretensioso pedido.
Aí,
algum Santo, querendo ser bom, inesperadamente, enviou essa epidemia da coronavírus
e, sem que esperássemos, começou a morrer gente as dezenas em toda região e
Raphael teve que ampliar os negócios, colocar mais funcionários, fabricar até caixões
de papelão e outros materiais. Ao mesmo tempo que trabalhava bastante, sorria
de ver a entrada de dinheiro não só dos parentes como das administrações
governamentais. Sua vida passou a ser de casa para a serraria, idas aos
hospitais, cemitérios, capela de velórios, etc., deixando sua linda esposa
solitária em casa, criando uma revolta e arrependimento desse casamento. Mas,
segurava a barra para ver até que ponto aguentaria essa união.
O
fato que a serraria passou até a exportar urnas para outros estados, os
faturamentos quadruplicando diariamente e, para simplificar, infelizmente nosso
querido Rapha se contagiou, foi acometido da doença, não resistindo depois de
30 dias veio a falecer, deixando uma verdadeira fortuna para sua esposa que,
imediatamente a calmaria da situação, mudou a empresa para fabricação de
móveis, vendeu a capela de velórios, deixando completamente para trás, qualquer
coisa relativa a mortes.
Hoje
Maria da Penha está de cacho com um garotão que dirige a serraria, vive
viajando pelo Brasil, Europa, Estados Unidos e América Latina, e o pobre Rapha
junto com seus clientes em algum lugar. Tomara que pelo menos seja no céu!
Essas
são as grandes ironias do destino, pois, para Penha, a endemia foi uma coisa
maravilhosa!
Tenha
cuidado com suas promessas e pedidos, pois os resultados poderão não ser
favoráveis!
*Escritor-Historiador-Membro
da Academia Grapiúna de Letras-AGRAL-antoniodaagral26@hotmail.com-antoniomanteiga.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário