quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Coragem ou inocência?

Antonio Nunes de Souza*

A proliferação da marginalidade no país está tão grande e audaciosa que, por mais que a polícia organize seus projetos defensivos, equipe seus quadros, adquira instrumentos adequados para os patrulhamentos, os bandidos, soltos, presos e engaiolados, comandam suas quadrilhas determinando operações completamente condenáveis e, na maioria das vezes, são bem sucedidos com resultados financeiros substanciais, além de uma matança sem precedente e completamente injustificada, que supomos ser o método usado para criar pânico, medo e respeito!
Esse retrato bizarro e triste, com tendência diária de ampliação, nos faz crer que chegamos ao fundo do poço, acuados em nossas residências, trabalhos e nas ruas, estando todos passivos de sofrer algum tipo de criminalidade e sair dando graças a Deus, quando não morremos por balas achadas e perdidas, ou agraciados com seqüelas irreparáveis!
Parece uma piada a audácia de um desses saqueadores de rua que, sem nem se preocupar quem é a sua vítima, afrontou em pleno dia o Comandante da Polícia Militar da Bahia que, lamentavelmente, sentiu na pele o que o cidadão baiano sente quando está desfrutando das belezas da orla marítima, ou mesmo indo e voltando da sua labuta diária. Levaram seu celular, e mais não levaram porque o nosso querido defensor policial estava com roupas esportivas praticando a caminhada cotidiana, logicamente para conservar a saúde e trabalhar cada vez melhor defendendo a população!
Não sei dizer se o referido marginal é um homem corajoso ou agiu por inocência, atacando logo uma das grandes autoridades que batalham, avidamente, procurando dar a merecedora tranqüilidade que precisamos. Porém, já soube através de um zum- zum- zum as escondidas que, os chefões das quadrilhas aterrorizadoras, já mandaram fazer uma placa de prata para agraciar esse considerado herói quando for preso e, com gratidão e respeito, terá no presídio todas as regalias que são dadas aos chefões!
Só nos resta saber se na realidade o ato foi praticado por coragem ou inocência? Peço a Deus que se trate da segunda hipótese, pois, caso contrário, que será de nós que não temos nenhuma patente?


*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras de Itabuna – antoniodaagral26@hotmail.com

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