quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Está no sangue com certeza!


Antonio Nunes de Souza*

Sem estar baseando-me em estudos minuciosos e criteriosos das ciências de comportamentos, lastreando-me apenas em minhas observações e vivências, além de algumas informações adquiridas na faculdade quando estudava licenciatura de história, cheguei à conclusão que a nossa condição de dançantes em todas as circunstâncias, foi e é graças à influência e a mistura sanguínea das etnias negra e indígenas.
Qualquer observador, por mais distraído que seja já deve ter percebido que em todas as circunstâncias de suas vidas, os índios e os negros resolvem ou tentam resolver através de danças. Dançam para chover, porque choveu, para se dar bem na caça, porque vão fazer guerras contra seus inimigos, quando retornam (se ganharam ou perderam), nos eventos significativos importantes, como nos considerados maior idade para os novos guerreiros, casamentos, mortes e nos enterros. Logicamente, as danças são diferenciadas, porém com similaridades no conjunto. O importante é que ninguém fica sem dançar para comemorar qualquer que seja o que está ocorrendo nas suas tribos no decorrer de cada dia. São, comprovadamente, povos que trazem no sangue esse espírito vibrante e inquieto de usar a expressão corporal como uma prova e testemunho da sua alma com relação a sua vida!
Lógico que o homem dedicado ao brutal capitalismo, onde o importante é ganhar dinheiro, esses hábitos são provas de irresponsabilidades, preguiças e falta de profissionalismo. Mas, aí é que mora o ledo engano! O nordestino, principalmente o baiano, dança, canta e requebra o ano todo e, com esse comportamental, traz uma lucratividade excelente para os seus estados, aumentando cada vez mais o número de turistas, favorecendo muito o comércio informal, fazendo que os turistas tenham uma visão mais ampla do nosso país e deixe muitos dólares e euros para que o nosso Brasil passe a ser cada vez mais conhecido e respeitado na comunidade européia e em todas as Américas!
Portanto caro leitor, só podemos dizer que somos privilegiados por resolver nossos problemas e acidentes de percursos dançando, nos baseando num pensamento oriental que diz numa sabedoria tibetana maravilhosa: ”Se o problema não tem solução, não se preocupe porque ele não tem solução. Mas, se ele tem solução, para que se preocupar se ele tem solução!”
Assim sendo, já começou o festival do verão, a lavagem do Senhor do Bonfim e, daqui para frente, nossas festas e danças não vão parar, jamais, pois, está no sangue mermão!

*Escritor (Blog Vida Louca – antoniomanteiga.blogspot.com  -  antoniodaagral26@hotmail.com)

Nenhum comentário: