segunda-feira, 21 de maio de 2012

O vapor de Cachoeira não navega mais no mar!



                                           Antonio Nunes de Souza*
Aprendi essa música saudosista quando morava no recôncavo baiano e havia um pequeno navio que levava os passageiros de S. Felix, Cachoeira e Adjacências, singrando o rio indo de encontro às correntes marinhas de Salvador. Mas, mediante os escândalos proporcionados pelo Sr. Carlinhos Cachoeira, que montou uma companhia marítima nacional, com tentáculos de cruzeiros internacionais, nossa modesta viagem do vapor, passou a ser uma minúscula ou ínfima lembrança de um passado distante.
Às vezes, sinto-me repetitivo nas confissões de estarrecimentos pelas ocorrências trágicas e sórdidas das nossas ruas, cidades, estados e capital federal que, não parece que estamos dentro de uma cruel realidade, e sim participando de um filme americano que nos mostra as ações da máfia italiana na sua perigosa e poderosa época!
O escândalo “Cachoeira” está crescendo de tal forma, que já se transformou nas cataratas do Iguasul, ou a monstruosa queda d’águas de Niágara. A cada minuto aparecem denúncias das mais escabrosas, envolvendo pessoas que viviam em suas redomas ilibadas, distribuindo entre sorrisos uma imagem totalmente contrária aos seus comportamentos. E, pior que tudo, é que são políticos, praticamente, pertencentes a todos os partidos, desmascarando uma oposição que tinha escondida a parte podre da maçã e, por uma questão de comodidade e impunidade, colocava e coloca a culpa na presidência e no partido que comanda nosso país. Porém, se você for criterioso e tiver o bom senso de analisar sem radicalismos tolos, e sim de nacionalismo sério, constatará que todo esse vexame que explode no momento, são efeitos de bombas criadas num passado distante, quando nem existia partidos da esquerda com forças e maturidades para que sonhassem comandar a nação. Todos esses movimentos começaram com pressões para melhorar as condições humanas e sociais do povo, mas, com o tempo, crescimento e reconhecimento do povo e simpatizantes, foi crescendo, agigantando-se e alcançando o status atual.
É com tristeza e alegria, dois sentimentos adversos, que presenciamos essa farra aquática pior que um tsunami, pois, essa é criada não pela natureza, e sim pela podridão humana. Vamos aproveitar as próximas eleições e começar a destronar e destruir esses cancros políticos/sociais, melhorando nossa representação com caráter comprovado e, nos casos de erros ou falta de compromissos, não procedermos como vaquinhas de presépios, chorando, balançando as cabeças e agüentando sem lutar pelas soluções. Se você deseja o melhor, exerça o seu direito e vote nos melhores!
No nosso rio Cachoeira, que nunca deu para se navegar bem em direção ao mar em função de ser bastante acidentado, hoje, além desse fato, encontra-se tão imundo e asqueroso com o esgoto da cidade e da câmara de vereadores, que se situa em sua margem derramando uma lama fétida e grotesca, que até as restantes piabas fogem com nojo e vergonha.
Vamos fazer parte de uma fase de purificação pública e política, para que sejamos lembrados como pessoas que ajudaram a deixar um futuro melhor, mostrando que amamos o nosso país e estamos aprendendo a viver comunitariamente!
O vapor de Cachoeira não navega mais no mar, mas, como diz a música: Ai ai ai nós queremos navegar!!!
*Escritor (Blog Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com)

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