Antonio Nunes de Souza*
Aprendi
essa música saudosista quando morava no recôncavo baiano e havia um pequeno
navio que levava os passageiros de S. Felix, Cachoeira e Adjacências, singrando
o rio indo de encontro às correntes marinhas de Salvador. Mas, mediante os
escândalos proporcionados pelo Sr. Carlinhos Cachoeira, que montou uma
companhia marítima nacional, com tentáculos de cruzeiros internacionais, nossa
modesta viagem do vapor, passou a ser uma minúscula ou ínfima lembrança de um passado
distante.
Às
vezes, sinto-me repetitivo nas confissões de estarrecimentos pelas ocorrências
trágicas e sórdidas das nossas ruas, cidades, estados e capital federal que,
não parece que estamos dentro de uma cruel realidade, e sim participando de um
filme americano que nos mostra as ações da máfia italiana na sua perigosa e
poderosa época!
O
escândalo “Cachoeira” está crescendo de tal forma, que já se transformou nas
cataratas do Iguasul, ou a monstruosa queda d’águas de Niágara. A cada minuto
aparecem denúncias das mais escabrosas, envolvendo pessoas que viviam em suas
redomas ilibadas, distribuindo entre sorrisos uma imagem totalmente contrária
aos seus comportamentos. E, pior que tudo, é que são políticos, praticamente,
pertencentes a todos os partidos, desmascarando uma oposição que tinha
escondida a parte podre da maçã e, por uma questão de comodidade e impunidade,
colocava e coloca a culpa na presidência e no partido que comanda nosso país.
Porém, se você for criterioso e tiver o bom senso de analisar sem radicalismos
tolos, e sim de nacionalismo sério, constatará que todo esse vexame que explode
no momento, são efeitos de bombas criadas num passado distante, quando nem
existia partidos da esquerda com forças e maturidades para que sonhassem
comandar a nação. Todos esses movimentos começaram com pressões para melhorar
as condições humanas e sociais do povo, mas, com o tempo, crescimento e
reconhecimento do povo e simpatizantes, foi crescendo, agigantando-se e
alcançando o status atual.
É
com tristeza e alegria, dois sentimentos adversos, que presenciamos essa farra
aquática pior que um tsunami, pois, essa é criada não pela natureza, e sim pela
podridão humana. Vamos aproveitar as próximas eleições e começar a destronar e
destruir esses cancros políticos/sociais, melhorando nossa representação com
caráter comprovado e, nos casos de erros ou falta de compromissos, não
procedermos como vaquinhas de presépios, chorando, balançando as cabeças e
agüentando sem lutar pelas soluções. Se você deseja o melhor, exerça o seu
direito e vote nos melhores!
No
nosso rio Cachoeira, que nunca deu para se navegar bem em direção ao mar em
função de ser bastante acidentado, hoje, além desse fato, encontra-se tão
imundo e asqueroso com o esgoto da cidade e da câmara de vereadores, que se
situa em sua margem derramando uma lama fétida e grotesca, que até as restantes
piabas fogem com nojo e vergonha.
Vamos
fazer parte de uma fase de purificação pública e política, para que sejamos
lembrados como pessoas que ajudaram a deixar um futuro melhor, mostrando que
amamos o nosso país e estamos aprendendo a viver comunitariamente!
O
vapor de Cachoeira não navega mais no mar, mas, como diz a música: Ai ai ai nós
queremos navegar!!!
*Escritor
(Blog Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com)
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