segunda-feira, 14 de maio de 2012

Doutor deixe eu participar!



                                                              Antonio Nunes de Souza*
Felizmente, no mundo geral das pesquisas e estudos, graças aos esforços de abnegados cientistas sempre alcançamos resultados (rápidos ou demorados) de grande valia para a humanidade.
Muitas vezes, acidentalmente, meio a uma experiência para um determinado objetivo, inesperadamente, descobre-se outro bastante útil em outra área totalmente adversa, porém tão importante ou mais que a que se procurava obter. Se você pesquisar um pouco, encontrará centenas desses acasos tanto na área científica como industrial. E, graças a Deus, isso acontece e espero que continue acontecendo, contanto que suas utilizações sejam práticas e nos tragam benefícios reais que não sejam contraditórios.
Quando digo que não sejam contraditórios é baseando-me em resultados de algumas experiências genéticas nesta última década que, embora altamente válidas, lamentavelmente, colocam nós homens, como categoria de coadjuvantes ou dispensáveis para determinadas e maravilhosas funções.
Posso citar como exemplo a inseminação artificial, onde não passamos de fornecedores da matéria prima que pode ser comprada em bancos apropriados. A clonagem que é mais sofisticada, nem o espermatozóide é necessário, etc.. E agora, para fechar o cerco contra a classe masculina, um cientista pesquisando um estimulador para ser utilizado para obter respostas positivas na coluna vertebral, acidentalmente, descobre que o equipamento utilizado nas mulheres, produz a divina e maravilhosa sensação do prazer orgásmico. Podendo inclusive ser regulado para ser usado qualitativamente em qualquer ambiente ou horário, bastando para isso apenas que a usuária saiba disfarçar os efeitos nos lugares públicos, não cometendo a imprudência de, cada vez que aparecer um sedutor sarado em sua frente, ela aperte discretamente o botãozinho do dispositivo e caia no chão como se estivesse dando um ataque de epilepsia. Lógico que vai cair muito mal termos que presenciar uma série de convulsões pelas ruas. E, se alguma afoita tiver ao volante e parar no sinal ao lado de um gato irado e bonitão e ela for logo apertando o botão. Vai ser uma série de batidas de carros somente vista em filmes americanos.
Sinceramente, não acho que deviam ter espalhado essa descoberta e nem tão pouco aprimorá-la para por em prática, pois o modo tradicional de obter-se tal prazer é tão mais interessante e participativo que deve ser preservado, literalmente, como foi criado por Deus e difundido pela serpente, através de Adão e Eva.
Assim sendo, mesmo a distância, gentilmente peço a esse cientista que deixe as coisas como estão, apenas preocupe-se a ensinar melhores técnicas de obter-se o orgasmo para aquelas que têm dificuldades. Mas, que o método seja sempre o tradicional, divulgando enfaticamente, que não existe outra maneira mais eficiente e agradável para chegar-se ao ápice. Para nós homens, bastam como fortes e inevitáveis concorrentes apenas a genérica e solitária masturbação e os sapecas vibradores que só faltam falar.
Portanto, não encarem minhas palavras como se fosse uma declaração machista, pois sou, radicalmente, favorável à satisfação bilateral. O que desejo é continuar ativamente participando desse antigo processo tão agradável e salutar. Por favor, doutor, não tire o prazer do meu prazer.
Doutor, deixe eu continuar participando!
                                                  *Escritor (Blog Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com)


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