terça-feira, 28 de junho de 2011

Os homens também são rotulados!

                                                             Antonio Nunes de Souza*
 Assim como se tornou modismo as nomenclaturas dadas pela mídia televisiva a uma série de mulheres (melancia, melão, samambaia e outras mais), fiquei matutando qual a razão que as mulheres têm esse privilégio de serem divulgadas, elogiosamente, pelos seus avantajados e provocantes bumbuns e seios e os homens apenas com as simples adjetivações de horríveis, feios, simpáticos e bonitos. Imaginei logo que seria justo e correto, também fazer uma classificação masculina, não só elogiosa para aqueles que são merecedores, como também crítica para alertar aqueles que não honram a classe e ficam denegrindo nossa imagem, já bastante desgastada pelos maus usos! Vou iniciar pelos mais perniciosos e, posteriormente, os qualificados.
Não poderia deixar de começar pelo mais conhecido e suponho ser o mais comum encontrado em abundância: o homem “banana”. Esse, inegavelmente, é a vergonha masculina, manobrado pelas mulheres, amigos e patrões, sendo sua maior característica a falta de firmeza nos posicionamentos, se deixando levar por todos, terminam carregando uma série de decepções durante a vida, que os transformam em verdadeiros focos de chacotas e exemplos de idiotas e tolos. Mas, no fundo, são pessoas puras que acreditam nas palavras dos seres humanos e, por mais que sofram, não mudam seus comportamentos. Provavelmente, estão fadados ao reino dos céus para seguir a carreira de arcanjos! Embora exista uma grande variação de bananas (prata, d’água, nanica, terra, etc.), esses tipos servem apenas para parâmetro dos tamanhos dos pintos, pois os comportamentos são idênticos em todas as circunstâncias. Quando se diz: fulano é um banana! Não precisa maiores explicações comportamentais, entretanto, aqui no norte/nordeste este ser também tem a alcunha junina de “pamonha”!
Já o homem “abacaxi”, que hoje está lutando pela predominância quantitativa, é aquele que tem uma aparência curiosa e digna de atenção. É casca grossa, mal educado, egoísta, mal informado e, mesmo sendo portador de uma doçura interna, seus comportamentos não estimulam a ter que aturá-los como companhia. Geralmente, quem se atreve a descascar um homem abacaxi, termina se ferindo nos espinhos da sua coroa. Esse tipo já deveria ter nascido em compotas que seria melhor digerível! Porém, quando um abacaxi se apaixona e a mulher sabe manipulá-lo direitinho, ele se transforma em verdadeiro banana. Come na palminha da mão! O pior de todos é o abacaxi/cafajeste que adora palitar os dentes e ainda sai do restaurante, entra no carro e vai dirigindo com um palito na boca (uma grossura imperdoável só comparável a ter que agüentar uma mulher mascando chicletes como se fosse uma vaca ruminando).
O homem “pepino”, conhecido nacionalmente como problemático e perigosíssimo, tem uma característica atraente pelo seu porte, geralmente com boa aparência, grande poder de convencimento, simpatia e a cara de sincero, sabendo ser camaleônico nas mais diversas ocasiões que seja preciso para alcançar seus objetivos. São sempre enganadores e conseguem dobrar suas parceiras nas mais diversas situações, criando problemas no presente e, muitas vezes, no futuro. Normalmente, deixam seqüelas irreparáveis e inesquecíveis. Esse, até na salada não é digestivo!
Poderia falar também nos sarados, bombados, barrigas de tanquinhos e os cocô-boys que ficam com seus equipamentos de sons com milhares de decibéis desfilando pelas ruas ou nas lojas de conveniências, acreditando que estão abafando. Estes, seguramente, serão os futuros abacaxis, pepinos e bananas!
Vou me ater apenas a esses poucos exemplos dos menos classificados, que são os mais acentuados, mas não posso deixar de dizer que existem homens maravilhosos, educados, bom gosto, refinados, cultos, românticos, sinceros, honestos e solidários que, na próxima oportunidade, citarei com carinho e atenção, defendendo essa parte da casta que me honra ser um participante. Estou pensando até chamá-los de homem manga, pois têm a pele lisa e macia, são doces e servem para se comer e chupar, proporcionando prazeres inesquecíveis.
*Escritor Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com – antoniomanteiga.blogspot.com)

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Tem pesquisas científicas que apoio!

                                                                                                                      Antonio Nunes de Souza*
Ouço sempre comentários e recebo uma série de e-mails sobre meus escritos (com opiniões diversas), e algumas condenando, veementemente, minha posição com relação aos cientistas e pesquisadores. Às vezes parece que existe certa dose de exagero, mas, se for olhada a coisa por um ângulo prático e salutar, chega-se a conclusão que o que mais desejo é a conservação da espécie, utilizando as metodologias antigas e, comprovadamente, muito mais prazerosas.
Se sou contra o progresso?
De forma nenhuma! Apenas, em algumas áreas sou radical! Contudo, sempre justificando, criteriosamente, meus pareceres. Lógico que não são técnico-científicos, mas, bastantes práticos baseados em grandes experiências ao longo da vida com resultados deliciosos.
Agora mesmo, acabei de conhecer uma bióloga extremamente competente que, num sacrifício de centenas de dias e noites dentro de um laboratório, descobriu que é possível conciliar duas qualidades de alimentos deliciosos e altamente essenciais ao homem.

Trata-se do “Projeto Sereia”, que parece uma utopia, entretanto, os resultados alcançados até agora, têm sido promissores e, com certeza, será aplaudido de pé no CNPq e, quem sabe, OEA e na ONU.
Para que vocês tenham uma idéia desse trabalho fantástico, vou fazer uma síntese, porém, bem elucidativa:

Como uma das suas especialidades é a descoberta de novos alimentos, genialmente, ela observou que a sereia por ser meio peixe, meio mulher, chegou à conclusão, depois de muitos estudos e testes com barracudas e piranhas, que poderia muito bem utilizar as milagrosas e tão na moda “células troncos” e, após a captura da sereia, o homem poderá aproveitar a calda e fazer uma deliciosa moqueca baiana, escabeche, frita ou mesmo crua como sushi. E, simultaneamente a preparação das iguarias, aplicar dose certa de células troncos estimuladas por aceleradores genéticos e, com dois ou três dias, terá ao seu dispor uma mulher completa com os membros inferiores perfeitos e demais detalhes, podendo, tranquilamente, comê-la também.
Imagine vocês quanto será útil essa ambigüidade “sereal” para os pescadores! Pobres coitados que singram os mares nas suas pescarias de dias e mais dias e, sem mulheres, sofrem amargamente a forçada abstinência sexual.
Mas, dentro de breves dias, graças à genialidade dessa bióloga competente e dedicada, já poderão ter em seus barcos e jangadas, pequenos depósitos de hidrogênio recheados de células troncos e, numa simples operação com uma seringa descartável, terá ao seu dispor dois pratos variados que farão bem ao corpo e a alma.
Estão vendo que tem experiências que eu aprovo?
Mas, inseminações artificiais, abolindo a metodologia antiga, não concordo de forma alguma!
Parabéns doutora! São cientistas como você que orgulham o nosso Brasil!

*Escritor (Vida louca–ansouza_ba@hotmail.com – antoniomanteiga.blogspot.com)

Solidariedade masculina!

                                                                                                                *Antonio Nunes de Souza           

Nós, soberanos desse solo, temos que reavaliar nossos conceitos antigos, sabendo reconhecer e dar o devido valor a certos seres vivos que vivem em torno de nós, normalmente dependentes, mas esforçando-se o suficiente para alcançarem o status de humanos.
Entre os pássaros podemos citar o papagaio que é uma ave inteligente, aprende a repetir palavras e frases, canta assovia, tem aparência colorida e vistosa, reconhece pessoas, convive em uma casa e sempre está nos dando alegrias com suas falações e estripulias, simplesmente em troca de alimentação e carinhos eventuais.
Como podemos deixar de reconhecer nesse pássaro suas características quase humanas?
De jeito nenhum! Devemos olhá-lo com mais dignidade e respeito, pela sua luta constante em assemelhar-se cotidianamente aos seres racionais, muito embora com sua aparência de ave.
Temos também, entre os seres em evolução, um que não é tão inteligente, mas fala mais que o papagaio consegue aprender a ler e escrever repete com maestria os clichês bonitinhos que aprendem nos livretos de auto ajuda, canta (às vezes até muito bem), assovia, aparência multicolorida, nos proporciona prazeres, convive com relativa harmonia, faz bastantes estripulias e muitas falações, às vezes desnecessárias, só que não é apenas por alimentação e carinhos eventuais. Este ser é mais exigente, pois gosta de presentes, conforto com mordomias e, principalmente, dinheiro. Esse por sinal é o seu fraco! Se facilitarmos, e sempre idiotamente fazemos, esse ser em evolução fulmina qualquer conta bancária sem pestanejar, utilizando uma característica de todos os animais, mas, só ele tem, compatível para nossa satisfação e desperta profundamente o desejo do homem.
Embora com os predicados (bons e ruins) citados acima, vê-se claramente que se trata de um ser quase humano, que tenta de todos os meios igualar-se aos homens, conquistando um espaço igualitário, com os poderes de sua “fenda”, que é sua melhor ferramenta de trabalho ou arma poderosa, como também podemos classificar.
Seria justo nos rendermos a esse ser desde agora, determinando, não pela lei jurídica, pois nessa ele já ganhou a condição e status, e sim pela lei real, que é a dos homens, enquadra-lo como ser humano racional?
Será que ele realmente já está qualificado para tanto?
Não seria de bom alvitre aguardar mais uns 100 anos?
Sinceramente não sei! Tenho minhas dúvidas e acho que qualquer oficialização agora seria precipitada. Embora ele chegue a enganar com a aparência e imitando os procedimentos, seria uma temeridade dar liberdade total a um ser que, com benevolência, ensinamos a enfrentar a vida, damos uma série de liberdades e ele está sempre confuso e termina metendo os pés pelas mãos.
Como adoro esse ser e não quero que nada de mal lhe aconteça, sugiro que devamos aguardar pelo menos mais algumas décadas, para voltarmos com força e coragem, re-analizar criteriosamente essa alforria. E, nesse meio tempo, ajuda-lo mais ainda na sua preparação.
Entretanto, jamais podemos deixar de reconhecer o grande mérito desse ser em nos ajudar na nossa reprodução, e na sua também, através do prazer inigualável do orgasmo, que é seu handcap com todos os homens do mundo (excetuando os gays que são seus adversários e disputam o mesmo lugar com mais discernimento, inteligência e competência, mas, não possuem a “dita cuja”, porém, cirurgicamente, vão adquirindo com qualidade relativamente já apreciável).
Mediante essa exposição sensata e justa, onde não deixei de ser imparcial, fica patenteada a solidariedade dos homens com esse ser quase humano racionalmente, dando-lhe parabéns pelo seu esforço e luta e, algum dia, se ele mudar um pouco sua tática para alcançar seus propósitos, estaremos de braços abertos para abraçá-lo e aplaudi-lo pela sua ardorosa conquista.
Os grosseiros machistas, sem cerimônia, dizem abertamente com um sorriso nos lábios, que o bicho que parece mais com gente é a mulher. Isso é grotesco e de uma deselegância ímpar! Ela apenas está passando por um processo de evolução da espécie, como todos nós passamos, desde a época das cavernas, só que seu processo é apenas mais lendo pela sua deficiência de neurônios.
Mas, como grande feminista que sou, digo e repito com orgulho e carinho: Um dia ela chega lá!
Obs. “Não concordo com nada disso, trata-se apenas de uma provocação de deboche com minhas maravilhosas mulheres!”
*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com – antoniomanteiga.blogspot.com)

domingo, 19 de junho de 2011

Uma noite de S. João!

                                                Antonio Nunes de Souza*

Tempos passados transportei-me para uma noite junina, enfrentando o frio úmido da beira rio, vislumbrando nosso lindo e poluído Cachoeira, ornamentado por uma nova praça de lazer, onde as bandeirolas dançavam ao som do vento e das bandas, caracterizando o nosso Carnajoão Baiano.
O povo, na euforia peculiar interiorana, deliciava-se com o feriadão junino, entregando-se as sensuais danças, esquecendo-se momentaneamente seus problemas. Essa, aliás, é uma característica acentuada do brasileiro. Historicamente, uma herança dos povos africanos que, em todas as ocasiões especiais (caça, pesca, guerra, paz, casamento, morte, etc.), usavam cantos e danças como ritual necessário e eficiente. E, graças a isso, somos um povo sofrido, mas, paradoxalmente, super alegre.
O camarote oficial estrategicamente armado em frente ao palco principal proporcionava uma visão perfeita dos shows apresentados, como também para vislumbrar a multidão enlouquecida requebrando numa esfregação deveras maliciosa e salutar. As roupas eram de uma diversificação deslumbrante. Podia-se ver de micro saia até exagerados trajes compatíveis com o frio andino. Não vi aquela antiga “Rita vestida de chita, com um laço de fita que não tem mais tamanho”. Não se fazem caipiras como antigamente, graças a intolerável globalização através da TV. Em compensação deparei-me com dois guapos gaúchos vestidos a caráter, dando um toque especial ao ambiente. Talvez essa versatilidade de ritmos, roupas, danças e iguarias sejam o que tornam especiais as festividades brasileiras, principalmente a baiana, já que miscigenação aqui é mais abundante e os novos hábitos e costumes aportam diariamente através do turismo.
Além das mesas ornamentadas com garrafas de licores diversos, os quitutes eram abundantes para que os convidados especiais se deleitassem durante os papos políticos, sociais e econômicos, entremeados de abobrinhas eventualmente ocorridas nessas ocasiões. Mas, repentinamente, conheci alguém com interesses compatíveis com os meus e, imediatamente, começamos a conversar sobre os nossos sonhos de pretensos escritores literários. Senti no seu olhar uma vontade forte de explodir um romance dantesco sobre a vida de uma mulher que, embora comum, apresentava nuances especiais dignas de serem narradas. Dentro da complexidade eclética dessa figura feminina, havia um homem que, como eu, chamava-se Antonio. Ri com a conhecidencia e interessei-me mais ainda por saber maiores detalhes. Claro que não foi possível em função das interrupções constantes, como também pelo processo criativo ainda estar em andamento. As idéias estão coordenadas, entretanto a estruturação ainda requeria um andamento com ponderação e estudos criteriosos. Graças a Deus os meus escritos são livres de compromissos e não me preocupo por minúcias ou detalhes. Simplesmente escrevo para descrever momentos, sem a preocupação de compromissos com a posteridade ou transmitir conhecimentos profundos, inclusive porque não tenho para dar. Isso se torna mais fácil passar para o papel as descartáveis criações que pintam em minha branca cabeça. Entretanto, sei admirar profundamente os escritores coerentes e filósofos do presente e do passado.
Gostei desse novo conhecimento, pois, em nossa cidade, dificilmente encontra-se pessoas interessantes intelectualmente. Antes se conversava das pompas e riquezas. Hoje, crise e violência. Esses papos são tão pobres como as imaginações dos interlocutores. Minha idade já não dispõe de paciência para tal sacrifício.
Espero que tenhamos oportunidade de nos encontrar novamente e, que desta feita, possamos simbiosamente, trocar mais figurinhas.
Foi bom que essa fogueira de S. João tenha acendido uma nova amizade!

*Escritor (Vida louca – ansouza_ba@hotmail.com – antoniomanteiga.blogspot.com)                                                      

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Os homens bombas!

                                                    Antonio Nunes de Souza*
Estamos nas vésperas do S.João, santo que teve seu nascimento anunciado por uma fogueira e, logo em seguida, uma comemoração com festanças, bebericagens e cantorias que, com a descoberta da pólvora pelos chineses, foram incorporados fogos para que o brilho do evento fosse digno do seu patrono.
Lembro-me na minha juventude que saímos pelas casas da cidade e gritávamos nas portas: S. João passou por aqui? E as famílias mandavam entrar, serviam licores, canjicas e outros derivados de milho, sempre numa mesa farta de bolos e outras iguarias deliciosas. Tenho que ser saudosista, pois, infelizmente, jamais terei novamente a alegria e tranqüilidade de desfrutar de tais prazeres com a paz de outrora.
Comecei com essas lembranças juninas, mas, na verdade o que está me preocupando são os verdadeiros homens bombas. Não os fanáticos religiosas do mundo árabe, pois esses seguem suas convicções, hábitos e culturas que, certamente, ainda durarão alguns milênios para haver mudanças. Refiro-me aos marginais criminosos, assassinos e assaltantes de banco que, absurdamente, passaram a explodir as casas bancárias, mais precisamente os caixas eletrônicos, causando danos materiais e financeiros, não só aos bancos, como também para os comerciantes que acolhem esses equipamentos, facilitando a vida dos seus clientes e da população em geral.
Essas quadrilhas estão se espalhando por todo território nacional, se aproveitando das cidades menores nos interiores, já que nesses lugares o policiamento é mínimo e a população, geralmente, é pacata e boa índole. O pior é que, nem os bancos, nem a polícia, conseguiram um plano de proteção adequado, a não ser um insólito projeto de tingir as notas no ato das explosões, mas, tranquilamente, os bandidos já estão com um antídoto que apaga a tinta e as notas poderão circular sem problemas.
Do jeito que está caminhando, em breve, assim como os marginais dominam o jogo de bicho livremente, as máquinas caça-níqueis, bingos, cassinos clandestinos e outras contravenções, passarão a ser donos dos caixas eletrônicos, implantarão o “Explodecard”, e nós, pobres mortais, teremos que usar para fazer saques, em vez de cartões de crédito, pistolões adrianinos ou caramurus a depender do valor que estejamos querendo sacar.
É lastimável essa nossa convivência, tendo que assistir que as chefias dessas ações estão protegidas nas melhores e seguras penitenciárias do país, tudo por nossa conta e não se encontra uma solução para acabar com esses crimes.
Que Deus me perdoe, mas, seria preferível que fossem deixados soltos esses manda-chuvas do crime, pois, quando fossem prende-los novamente, poderia haver uma “troca de tiros” e, acidentalmente, eles falecerem. Porém, como está, eles vivem super seguros e nós aterrorizados, trancafiados e gradeados em nossas casas, sem ter o direito de ir e vir, de conformidade com nossos direitos de cidadãos!
Observe que o assunto é sério, mesmo com algumas observações debochadas nas entrelinhas (faz parte do meu estilo), porém, lamentavelmente, cada dia aparece algo para tirar nossa tranqüilidade e dificultar nossa qualidade de vida.
Temos que reconhecer que todos nós temos uma parcela de responsabilidade, não devemos culpar apenas os governos, sem antes procurarmos mudar também nossos comportamentos. Gostaria de ter tempo para ver o reconhecimento das comunidades, seguindo o que Ruy Barbosa, sabiamente disse: “A pátria é a família amplificada!”. Então, se cuidamos de todos, todos serão beneficiados!

*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com – antoniomanteiga.blogspot.com)

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Mude seus conceitos e preconceitos!

                                                                                *Antonio Nunes de Souza

Como sou partidário de todos os movimentos favoráveis aos direitos humanos, igualdade de todos, etc., e estando em São Paulo, não poderia deixar de ir apreciar a Parada Gay para dar o meu modesto apoio aplaudindo, como também me deleitar com boas risadas em função de alguns exageros que geralmente são cometidos, principalmente para escandalizar os falsos puritanos conservadores de normas obsoletas, esquecidos que estamos no século XXI e, convenientemente, cegos em não enxergar que houve uma grande evolução de hábitos e costumes na raça humana.
Assim que me instalei num lugar privilegiado, notei que ao meu lado estava uma família e, junto ao pai, um garotinho com uns nove anos aproximadamente, usando um boné e com os olhos vivos procurava através da longa avenida, o desfile que lentamente caminhava ao longe. Ouvi quando sua mãe falou:
-Calma Julinho! Daqui a pouco a parada estará aqui!
-E mamãe...está demorando muito!
Olhei para eles e dei um sorriso para o pai do garoto, que segurava sua mão com bastante firmeza, talvez preocupado com a possibilidade de o menino perder-se no meio da monstruosa multidão, que a cada minuto crescia nas ruas.
Os olhos de Julinho estavam vibrantes, acesos e mexiam para todos os lados não querendo perder nenhuma cena que se passava na avenida. Mas, como ver tudo se a multidão era imensa, as músicas, fantasias, performances, trejeitos, cenas de amor e carinho, etc., eram tão continuas e volumosas?  Por mais ágil que a visão humana pudesse ser, jamais captaria completamente aquele gigantesco desfile de protesto, mais parecendo ser de vitória alcançada. Acredito mais nessa segunda opção, pois, mesmo oficiosamente, todos sorriam, aplaudiam e se deliciavam com tudo que estava se passando, mostrando através das suas fisionomias, que devemos mudar nossos conceitos e aprender urgentemente respeitar as opções alheias, desde que não infrinja os nossos direitos, nem as regras estabelecidas na lei. Devemos esquecer certos ensinamentos ultrapassados, onde o amor só pode ser praticado entre um homem e uma mulher.
O amor é algo (sentimento ou ilusão) que desabrocha inesperadamente pela identificação entre pessoas, provocação da libido, oportunidade, carência e, algumas vezes, pela busca de tudo isso.
Quando não existe nada disso, logicamente, não se trata de amor. É outra necessidade fisiológica chamada sexo. Que, ao meu ver, é a melhor das nossas necessidades corporais em todos os sentidos. Senão, vejamos:
Primeiro: Geralmente pratica-se deitado em uma cômoda posição (as variações fazem parte do tema. Mas, o papai/mamãe até hoje é bastante apreciada).
Segundo: Somos estimulados através de toques, odores e, muitas vezes, somente com o olhar. Aliás, esse último é sempre o primeiro.
Terceiro: Baixo custo. Uma vez que existe interesse de ambas as partes e, logicamente, o prazer e desejo são recíprocos, nada se gasta a não ser algumas calorias (muito mais bem gastas do que ficar correndo feito um louco pelas avenidas da cidade). Porém, caso não se tenha os cuidados necessários, alguém pode ganhar peso através da barriga ou contrair doenças perigosíssimas. A falta de precaução pode causar prejuízos e desastres irreparáveis. É como comer bacalhau: Uma delícia! Mas, se não evitar as espinhas, as despesas médicas e hospitalares serão altas.
Quarto: Quando você acaba de satisfazer essa necessidade sente-se relaxado, feliz, vitorioso e saciado temporariamente (jamais definitivamente). Resultados esses, não encontrados nas nossas outras necessidades fisiológicas, onde as posições são humilhantes, os odores horríveis, altos custos alimentícios e a absurda perda de 30% de nossa vida dormindo. Sem contar o tempo que perdemos na nossa imperiosa higiene pessoal. Sinceramente, acredito que quem fez essa distribuição de tempo para nossas necessidades fisiológicas era eunuco.
Todas essas coisas passaram pela minha cabeça, quando de longe, observava o garoto Julinho vendo o desfile da “Parada Gay” realizada em Sampa. Lembrei-me do princípio básico do direito milenarmente buscado pelos homens, que é a liberdade (de expressão, pensamentos, profissões, etc.) E por que não no amor? É fundamental respeitar para que se tenha respeito. Ninguém é obrigado a seguir padrões ditados por uma sociedade obsoleta, uma vez que esta vem deixando muito a desejar em dezenas de outras áreas, ficando parada no tempo sem acompanhar o processo evolutivo.
Portanto, que cada um tenha sua opção sexual, sem, contudo, jamais condenar outros por terem preferências diferenciadas. Inclusive, vale salientar que, segundo estatísticas, o crescimento do homossexualismo está tão acelerado em termos de aderências, que nos deixa a dúvida que vivemos num mundo de enrustidos.
Eu, particularmente, levanto essa bandeira para a quebra de preconceito por duas razões muito fortes: O livre arbítrio em todos os sentidos e por minimizar a concorrência. Pois adoro as mulheres!

*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com – antoniomanteiga.blogspot.com).
                                       



segunda-feira, 13 de junho de 2011

O demolidor do presente II !

                                                    Antonio Nunes de Souza*
Embora não seja o governador da Califórnia, não tenha a musculatura tão avantajada e nem galã de Hollywood, nosso demolidor é prefeito, tem a força do poder do cargo, não é galã das telas, mas, em compensação, também é um grande e invejável sedutor tupiniquim. Então... com essas similaridades, se acha no direito de colaborar de alguma forma (omissão ou participação) para que significativos marcos do passado de nosso município, sejam destruídos sem que antes haja um estudo a respeito e a sociedade seja consultada e ouvida.
No filme “Demolidor I” a derrubada na calada da noite foi a do Colégio Divina Providência. Isso depois de promessas que seriam feitas reuniões com os interessados em geral para, criteriosamente, fossem tomadas posições, inclusive, retroceder a operação e conservar o histórico prédio como patrimônio cultural, de conformidade com o desejo e determinação da administração anterior.
Infelizmente, essa demonstração de descaso com o passado de Itabuna nos deixa estarrecidos, uma vez que, até a casa do nosso escritor maior, orgulho do Brasil e respeitado em todo mundo literário, Jorge Amado, sobrevive num abandono de dar dó e desgosto, pela pouca expressividade com que é tratada.
Quanto ao “Demolidor II” quero referir-me a casa, quase centenária, construída pelo Coronel Ramiro Nunes de Aquino, situada na Praça Adami (que tem quatro nomes, sem contar o apelido pejorativo de Ilha dos ratos). Essa casa representa um dos primeiros palacetes de Itabuna, com uma arquitetura diferenciada e bonita, que poderia muito bem ser utilizada pelos poderes públicos para abrigar um museu, biblioteca ou uma outra função ligada à educação, demonstrando que respeitamos e temos orgulho do nosso passado.
Tristemente, mais uma vez vamos ter que lamentar, pois estamos sabendo que foi adquirido na mão da família Amazonas, por empresários que, a qualquer momento, em outra calada da noite, vão derrubá-la para instalar um empreendimento comercial. E aí, depois que as coisas acontecerem, aparecerão os historiadores e defensores de causas perdidas e sem retrocessos, quando nada mais poderá ser feito, apresentando razões do erro cometido, ou apenas chorando o leite derramado.
Nosso desejo é que, antes que aconteça o previsto e provável, sejam tomadas providências se acharem que existe pertinência no fato em pauta que, para mim, é merecedor de atenções especiais.
E, por favor, que não venham os secretários alegarem que no Colégio Divina vai proporcionar 600 empregos, no palacete da Adami mais 1.000, pois, com esse tipo de desculpa, fico imaginando que, a qualquer hora, vão vender a Praça Camacan para um novo shopping, alegando um mínimo de 2.000 colocações!
Creio que existem outras maneiras de abrir frentes de trabalho no presente, assegurar o futuro, sem que seja necessário destruir o passado!
*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com – antoniomanteiga.blogspot.com)

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Viva as mulheres!

                                                 Antonio Nunes de Souza*

Bem que tinha sentido quando o sábio do meu avô me aconselhava: “Meu filho, nunca seja um baba ovo, aprenda a ser um bom baba ovário!”
Eu, na minha pureza infante/juvenil, não entendia muito o sentido das suas palavras, mas, respeitando sua sabedoria, gravava na mente essas observações que hoje, graças a Deus, têm me ajudado bastante. Parece que ele já previa o que está ocorrendo no mundo, e nós, copiadores de culturas por excelência, estamos entrando na ciranda política feminina e, aceleradamente, deixando para trás muitos antigos governos mesclados de marginais e impondo, competentemente, um quadro invejável de administrações vaginais. E, com esse fato já tão evidente, passei a entender bem o que vovô queria dizer: Vamos agradar as mulheres, pois elas, em breve, dominarão o mundo.
E aqueles mais capacitados em agrados femininos, serão privilegiados com suas atenções, poderão chegar a um terceiro escalão e serem utilizados como instrumentos de prazer nas suas eventuais folgas, viagens, eventos, mordomias, etc., assim como os homens, cretinamente, ainda agem hoje como um comportamento normal. Mas, essa inversão está super acentuada, e elas têm provado que são mais sagazes e eficientes no domínio do sexo oposto, entendendo, tardiamente, que o buraco negro terrestre e corporal, tem poderes muito maiores que o interplanetário e celeste.
Imaginem vocês essa arma poderosa, aliada a competência técnica e profissional adquirida ao longo dos anos com os homens, eliminando as partes nocivas por eles implantadas, transformou-nas em seres, relativamente, híbridos e essenciais para que possamos ter um mundo melhor já no presente e, certamente, no futuro.
Creio que chegou a hora de jogarmos a toalha, reconhecer esse incontestável poderio das mulheres e ajuda-las no que for possível, para corrigir as bobagens e distorções provocadas por homens insensatos e desnaturados.
Acabamos de ser presenteados com mais uma ministra no nosso governo. Uma mulher bonita, atraente e, acima de tudo, com qualificações comprovadas para desempenhar um trabalho digno e admirável em benefício do nosso país!
Vovô, onde estiver, deve estar orgulhoso de mim, pois, ouvindo seu conselho e a colaboração da idade, tornei-me um exímio babador de ovário. Creio que me darei bem!
Viva esses seres maravilhosos, que são as mulheres!

*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com – antoniomanteiga.blogspot.com)

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Ironia do tempo!

                                         Antonio Nunes de Souza*
Nasci antes do que devia,
Para sofrer a ironia,
De ser muito velho para você.
Se fosse pelo meu gosto,
Eu não teria o desgosto,
De o tempo me envelhecer.

Se o meu tempo parasse,
Esperando que o seu tempo passasse,
Até que fossemos iguais.
Depois de muitas auroras,
Eu quereria a mulher de outrora,
Você não serviria mais.

Porém seria diferente,
Se meu tempo não fosse pra frente,
Começasse a reverter.
Encontraríamos-nos na mesma idade,
Mataria a minha vontade,
Amando-a até morrer!

*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com – antoniomanteiga.blogspot.com)


sexta-feira, 3 de junho de 2011

O que é o tempo?

                                 Antonio Nunes de Souza*

Será que é uma medida de idade?
Parâmetro de capacidade?
Ou determinação de objetivo?
Nada disso espelha veredicto,
Nem simples, nem esquisito,
Está mais para reflexivo.

O tempo nos anos vividos,
Pode ser bem dividido,
Em etapas de prazer.
Viver um dia de amor,
Vale mais que um ano de dor,
E não deixa envelhecer.

Se eu contasse a minha vivência,
Não computando carência,
Mil anos já vivi.
Tempo bem aproveitado,
Amando e sendo amado,
Fora o tempo que sofri.

*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com – antoniomanteiga.blogspot.com)

quinta-feira, 2 de junho de 2011

O que é que é isso brasileiro?

                                                        Antonio Nunes de Souza*

Começo fazendo essa pergunta, pois não entra em minha cabeça a idéia absurda e descabida de ler, ouvir e ver, diariamente, uma seqüência constante de “achólogos e Madames Beatriz” que, depois de terem assimilado a implantação de derrotistas, opositores e inimigos do país com relação à premonição de resultados, ficam agourando como um bando de urubus, loucos para que as coisas não dêem certas, para se orgulharem das adivinhações e se deliciarem com as carniças que venham acontecer, mesmo que sejam prejudicais ao Brasil, mas, que eles possam bater no peito e, orgulhosamente, dizerem: Está vendo? Eu bem que disse!.
Mesmo com uma quantidade de erros acontecendo, já que estamos corrigindo uma série de distorções do passado e outras do próprio presente, certamente, não se podem apresentar grandes resultados imediatos como se o governo fosse composta de uma mesa como a Santa Ceia cheia de Santos e fieis a uma única causa, pois, até nesse fato religioso e histórico, Judas tirou um pouco do brilho, assim como, depois, Pedro tirou o dele da seringa, negando seu Mestre por três vezes.
Não estou fazendo comparativos querendo dizer que os governos (todos eles, passados e presente), são puros e maravilhosos. Erros? Claro que tem aos montes, graças a nós mesmo por não sabermos escolher nossos dirigentes, ou não soubemos no passado e acharmos mais práticos e benéficos, escolher aqueles que melhor possam nos beneficiar diretamente, e o resto que se dane. Se você defende o povo, briga pelos pobres, marginalizados e oprimidos é taxado de comunista, petista, anarquista. Se defender as classes privilegiadas das elites é rotulado de neoliberal, capitalista, elitista. E, se preferir ficar quieto conservando-se calado sem dar nenhuma opinião ou interferência, é desclassificado pelos dois grupos como omisso e oportunista que espera os resultados para usufruir os benefícios.
Lógico que existe uma série de subcorrentes que puxam para baixo e para cima, desejando fazer parte do grupo que está na situação mais privilegiada. Veja você como é difícil lidar com uma situação dessas, num país com dimensões continentais e uma gama de políticos que vêm ditando as regras por longo tempo em seus benefícios, contando com as leis morosas e cheias de escapatórias, criadas por eles mesmos em seus próprios benefícios!
Terminei me estendendo acima, mas, com explicações necessárias, pois, minha intenção inicial era somente falar sobre o amontoado de crônicas, artigos, e-mails, condenando e desejando que as obras para a copa do mundo e olimpíadas não vão ficar prontas, que os aviões vão aterrissar no mar por falta de aeroportos, as partidas vão seu jogadas nas praias porque os estádios não estarão prontos, os turistas vão dormir embaixo das marquises por falta de hotéis e, depois dos eventos, o povo continuará com fome, sem saúde, educação e segurança. Só falta dizerem que quem vai fazer bons negócios serão os donos de mortuárias, vendendo caixões para os turistas e brasileiros mortos por assaltos e balas perdidas durante os eventos.
Será que é justo e representa cidadania ficar pintando esses retratos futuristas de hipóteses?
Por que não pensarmos com sensatez, participar ajudando e torcendo por resultados alvissareiros e promissores?
Todos os benefícios ou transtornos serão para todos! Então... por que  optar pelo lado negativo, desejando e projetando conjecturas derrotistas?
Temos exemplos que, países outros que foram sedes desses eventos, cresceram, prosperaram, ampliaram seus potenciais turísticos, industriais e comerciais. Por que será diferente no Brasil, país que está crescendo e ganhando a respeitabilidade mundial em todos os sentidos?
O que é que é isso brasileiro! Vamos nos unir, sem linhas partidárias e trabalhar para que tudo venha ocorrer da melhor forma possível e possamos ter orgulho da nossa pátria!

*Escritor (Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com – antoniomanteiga.blogspot.com)