Antonio
Nunes de Souza*
Diz
o adágio popular que “Deus escreve certo por linhas tortas!” Curiosamente,
sempre acontecem coisas que, rigorosamente, comprovam a veracidade da sabedoria
do povo nas suas criações filosóficas e cheias de fé!
Assim
como os romanos que compraram a cabeça de Jesus Cristo por modestas 30 moedas
(no caso uma atitude atroz e sórdida, mas determinada por Deus, para provar porque
o seu filho veio ao mundo), nós brasileiros, inesperadamente e sem uma previsão
diretamente no sentido da compra efetuada, adquirimos a aprovação da encostada
e repudiada pela câmara por vários anos, votação aberta para todas as ações,
inclusive cassações de mandatos!
Podemos
dizer que, graças aos minúsculos e pobres 20 centavos no aumento dos
transportes urbanos, o povo pacato, cordeiro e ordeiro, foi as ruas, e as
reivindicações foram ampliadas para outras áreas, chegando a uma que tanto nos
alegra e dá um sabor de vitória brilhante, provando que, se nos mobilizarmos,
deixarmos as omissões, pensarmos coletivamente, valorizarmos nossos votos,
podemos consertar muitas distorções e injustiças que sofremos ao longo dos
anos.
Não
concordo com os atos de vandalismos gratuitos, destruições de lojas, bancos,
ônibus, veículos e tudo que é visto pela frente, entretanto, muitas vezes,
somente na porrada conseguiu-se algo com a frieza e hipocrisia de uma gama de
políticos nada brasileiros que, com tranqüilidade, só se preocupam com suas
melhorias pessoais e de seus parentes e amigos.
O
que aconteceu essa semana merece o maior dos nossos repúdios de tão
inacreditável e vergonhoso. Foi feita uma votação para que fosse estabelecida a
cassação de um deputado federal, condenado por uma série de atos de bandidagem,
presidiário cumprindo pena em regime fechado e, barbaramente, a câmara usando o
seu direito de voto secreto, conseguiu a maioria absoluta de votos para
inocentá-lo, dando-lhe o direito de continuar como representante do povo na
assembléia, mesmo estando atrás das grades! Você diz: Inacreditável!!!
Mas,
o mais inacreditável ainda é depois de pressões de alguns deputados e o povo em
geral, essa mesma câmara que inocentou esse pulha, secretamente, vota por
unanimidade que as votações passem a serem abertas para o povo. Não quero nem
analisar o desprezível ato da mudança repentina lastreada no corporativismo,
prefiro vibrar com a vitória do povo que, por lutar por 20 modestos centavos,
comprou uma velha e pendente briga, hoje, praticamente, ganha!
Mais
uma prova que o dito popular tem suas razões: “Deus escreve certo por linhas
tortas”!
Escritor*
Membro da Academia Grapiúna de Letras
- antoniodaagral26@hotmail.com
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