Antonio
Nunes de Souza*
É
pública e notória a necessidade premente de melhorar a situação do trânsito da
nossa cidade, principalmente minimizar a dificuldade que temos para estacionar
carros em qualquer lugar que seja, dado o número de veículos que circulam em
função das facilidades de compras, melhorias do poder aquisitivo do povo e,
mais que justo, os veículos passaram ser instrumentos de trabalho, sendo
secundada a sua utilidade como complementação do lazer!
Então
é claro e evidente que medidas sejam tomadas, normatizando esse comportamento,
hoje entregue aos famigerados “flanelinhas”, que infernizam nossas vidas,
praticamente nos obrigando a pagar o que eles desejam, somente porque estamos
fazendo uso das ruas, cujos direitos temos de sobra. Nada cabível, porém temos
que engolir para que na volta não encontremos veículos riscados e arranhados
como uma hostilidade e vingança. Essa prática é conhecida e já sofrida por
grande parte da população.
Porém,
como estamos no período das reivindicações e a nossa administração está aberta
ou escancarada para atender todos que se acham “donos” da cidade, pode aguardar
que, mediante a liberdade de livres acessos, os camelôs solicitarão uma
marcação de “Zona Verde” exclusiva para colocação de suas bancas, tabuleiros,
mesas, barracas, carros de lanches e refeições, venda de vídeos, CDs,
celulares, brinquedos, roupas, rifas, etc.
Como
já estão, praticamente, monopolizando todos os passeios ou calçadas do centro
(do jardim do O até a Juracy Magalhães, desviando com ocupações em massa nas
praças Camacã e Adami), nada mais justo, para eles, que a prefeitura se
organize melhor e mande pintar uma “Zona Verde” exclusiva para esses vendedores
informais que hoje representa a força máxima comercial do município.
Provavelmente, a arrecadação de impostos e taxas que a prefeitura faz é bem
mais significativa que a que consegue com o comerciante organizado, pagador de
todos os seus tributos. Pois, uma corrente paga com o dinheiro ganho suado e
com sacrifício e a outra paga através de votos eleitorais de agradecimentos. E,
para os políticos essa segunda corrente é mais importante e benéfica para suas
carreiras. Uma verdadeira tristeza esses homens, ávidos pelos poderes,
desprezarem seu município, deixando que nossa cidade pareça um vergonhoso
mercado ou feira pública indiana.
Nunca
fui contra e jamais condenarei a informalidade, mas, trabalhada com respeito,
organização e dignidade, nunca ultrapassando os seus direitos e deveres!
Vamos
nos preparar, pois, não será de se estranhar tal solicitação da classe, em
função da satisfação que os governantes estão tratando essa vertente, que,
mesmo já vinda de outras administrações, seu crescimento nos últimos meses
tornou-se gritante e sem limites.
Suponho
que, se essa modesta premonição vier a ocorrer, coisa que não será absurda,
nossa cidade vai se tornar uma verdadeira “zona”, como eram denominadas as
casas de tolerâncias do passado!
*Escritor
– Membro da Academia Grapiúna de Letras de Itabuna –
antoniodaagral26@hotmail.com
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