Antonio Nunes de Souza*
Se
nós remexermos nossas memórias, procurando algo que valha a pena ser contado,
provavelmente encontraremos alguns acontecimentos dignos de serem conhecidos
por outras pessoas, não só citados como exemplos bons, como ruins também, para
que sirvam de exemplos e reflexões nos seus comportamentos!
E
foi o que fiz hoje, nesse momento, vasculhando a minha ainda ativa memória dos
meus quarenta anos de vida, achei por bem relatar minha história de vida e os
caminhos que me levaram a alcançar êxitos!
Nasci
de uma família pobre, e por que não dizer paupérrima, moradores de roça,
analfabetos e sacrificados por terem quatro filhos para criar. E, por essa
razão, quando eu tinha seis anos, seus patrões pediram para eles me darem a menina
para ser criada na cidade e, nesse período ficaria fazendo companhia ao seu
filho que tinha apenas meses mais velho que eu. Meu nome é Kátia e o dele
Walmir!
Ele
era moreno igual aos pais e eu era branquinha e tinha, ou melhor, tenho olhos
claros e cabelos bem lisos.
Na
escola notavam que não éramos irmãos, mas nossa amizade era tamanha que
parecíamos que tínhamos vindo do mesmo ventre. Um tomando conta do outro e
sempre solidários nas horas precisas. Eu, por gostar muito de estudar, sempre
estava orientando-lhe e ensinando nas ocasiões das provas. Era uma felicidade
completa essa irmandade, principalmente porque os pais dele nos dava o maior
apoio! Meus pais verdadeiros saíram da fazenda e foram morar na Paraíba e, como
consequência, perdi completamente o contato, uma vez que minha verdadeira
família era a dos pais de Walmir, que me criaram com todo carinho e mimos!
Resultado
é que com o passar dos anos, fomos vendo que nossa amizade e afeto não era
apenas fraternal e descobrimos que havia algo mais entre nós, que poderíamos
dizer que era um amor carnal e cheio de encanto!
Então,
já com nossos dezoito anos, na faculdade, começamos a namorar claramente, mas,
sem a aprovação inicial da família, já que para ela, nós éramos irmãos. Mas,
com o passar do tempo, as coisas foram chegando para os lugares e as aprovações
passaram a ser completas. A essa altura já tínhamos transados várias vezes, até
mesmo dentro de casa e, praticamente, vivíamos como se fossemos um casal.
Então,
inesperadamente, já que não usávamos camisinhas ou outro qualquer preservativo,
eu engravidei do nosso primeiro filho. Com essa situação inesperada, foi
marcado nosso casamento, houve uma festa maravilhosa e viajamos em lua de mel
para o Rio de Janeiro, como presente de casamento dos nossos pais.
Estou
aqui na porta da universidade, pois vim trazer esse meu primeiro filho para
fazer vestibular para engenharia, seguindo a profissão minha e de Walmir. Por
estar sentada no banco do jardim, sozinha e olhando de longe meu querido filho,
veio em minha mente essa passagem maravilhosa da minha vida!
Um
caso que deu certo e me traz um grande agradecimento a Deus pelos resultados
mais que benéficos! O lamentável é que sem medir esforços, procurei meus três
irmão e meus verdadeiros pais e, infelizmente, não consegui localizá-los!
*Escritor-Membro da Academia
Grapiúna de Letras-AGRAL-antoniodaagral26@hotmail.com--antoniomanteiga.blogspot.com
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