segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Desenvolvimento demográfico no mundo!

                                                                            *Antonio Nunes de Souza

Quando acabei de escrever a respeito da relação da cobra com o homem, a história do Paraíso, etc., imediatamente veio em minha mente uma série de dúvidas a respeito da densidade demográfica do mundo, partindo de um único casal: Adão e Eva.
Segundo contam, esse casal teve apenas dois filhos: Caím e Abel. E assim sendo, mesmo que eles fossem os precursores da homossexualidade, não poderiam ter tido filhos, pois, até os dias de hoje, mesmo com a tecnologia avançadíssima, ainda não é possível à gravidez masculina.
Lógico que fiquei pirado com tal fato! Uma vez que estou sempre preocupado com nossa origem, e gostaria de traçar uma árvore genealógica mais próxima possível da realidade palpável e menos abstrata.
O que será na verdade que aconteceu?
Fontes meio duvidosas me contaram que (não é sacrilégio, estou apenas repassando o relato), como naquele tempo não se levava em consideração ou desconheciam-se os graus de parentescos, o incesto era encarado com naturalidade. Aliás, ninguém nem sabia o que era isso. Tudo mundo era de todo mundo, bastava apenas aflorar o desejo e pronto.
Então, logo que os meninos ficaram rapazes, suponho pela minha ignorância por não me esclarecerem até hoje essa dúvida, começaram a olhar a mãe com outros olhos e intenções, resultando em relacionamentos agradáveis, prazerosos e sem nenhuma condenação, pois ainda não existia sociedade para impor preconceitos.
Resultado: Começou a nascer sobrinhos irmãos, primos tios, netos sobrinhos, avô cunhado, tia avó, etc.. Minha fonte relatou que nem folha de parreira usavam mais, pois enrolava na hora e ficava parecendo charutinho árabe (talvez daí tenha vindo à idéia da iguaria tão apreciada).
Tudo corria as mil maravilhas, até que um dia pintou um tal de sentimento que hoje é conhecido com o nome de amor!  Cara, eu sabia que essa merda só apareceu no mundo para criar problemas! Abel andou dando muito em cima de uma das meninas que Caím estava apaixonado (além de primeiro filho ele também foi o primeiro idiota), num impulso de ciúme, Caím matou o irmão sem dó nem piedade (voltou ao pódio como o primeiro assassino do universo). Mas, como não havia polícia, leis, juízes (mais ou menos como hoje: existem, mas não funciona), não deu em nada e o processo demográfico foi se ampliando cada vez mais, transformando o lindo paraíso nesse formigueiro de gente.
Seria injusto da minha parte, se não confidenciasse como consegui dados e informações para escrever detalhadamente essa meio desconhecida parte da história:
Tenho um velho papagaio que, ouvindo esse relato transmitido bico a bico pelos seus antepassados (pois foi o único animal, com exceção do homem, que já nasceu com o dom de falar), que me contou e pediu para eu levar esse segredo para o túmulo. Mas, como não sou baú, mato a história da cobra, digo, a densidade demográfica, sem precisar mostrar o pau.

*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras – antoniodaagra26@htmail.com  




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