segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Oba! Chegou a medicina internacional!

Antonio Nunes de Souza*

Nós, terceiro mundo em acessão, já considerado país quase primeiro pela sua posição e comportamento de emergente, também tem direitos de ter certos privilégios dentro da medicina, tendo a oportunidade de sermos tratados por profissionais internacionais e, orgulhosamente, encher a boca e dizer: o meu médico inglês me receitou, mas, por precaução, também fui a um espanhol para ratificar meu atestado de saúde e ele aprovou a medicação e mandou que eu fosse fazer umas sessões de fisioterapias com um americano!
-Menina isso é uma maravilha, pois além de saudável, estou tendo lições de diversas línguas e, com certeza, além de saudável, estarei poliglota para atender os turistas da copa!
-Eu também minha amiga. Já sei falar “Bon jour, Bon soir, Good morning, Good night, Buenos dias, Adios e mais umas pequenas coisas. Mas também eles acabaram de chegar e também estão tomando aulas para que possam nos dar os diagnósticos. Eu soube que a primeira frase que ensinaram foi: Usted estás fodidito! Ou You are focked! Isso para os casos mais graves. Não sei bem como se escreve, mas, a pronúncia é essa!
-Imagine você que a minha vizinha, aquela cheia de poses, está mais metida ainda, somente porque fez um papa Nicolau com um médico americano da Califórnia. Ela está grávida e o filho vai se chamar Frank Arnold em homenagem ao cantor e o artista ex governador. Quem é que vai agüentar a pose dessa mulher?
Essa semana aproveitei que a mídia está acompanhando com rigor esse começo, fui a um médico suíço e ele me perguntou se eu gosto de fundi. E eu, sem entender o que ele dizia respondi que era casada, mas poderia transar com ele escondido. Como ele não entendeu nada, não rolou! Mas, era um gato de olhos azuis. Depois é que fui saber que fundi era uma comida!!!
Ok! Minha amiga estou saindo agora para ir buscar minha mãe no posto médico que foi ser atendida por um médico português. Preferi um lusitano, pois a velha é ruim de línguas e aí vai se entender melhor. Beijos e abraços e aproveite para internacionalizar suas doenças, dando um maior gabarito as suas viroses!

*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras  -  antoniodaagral26@hotmail.com






domingo, 25 de agosto de 2013

Seguramente vamos ampliar!

Antonio Nunes de Souza*

Sem querer entrar no mérito clínico e medicinal, já que nossa competência se restringi a opiniões singelas e pouco sólidas, não posso deixar de apenas, leigamente, dizer que, com a chegada dos médicos estrangeiros ao país, automaticamente e forçosamente, o governo terá a obrigatoriedade de proceder com a máxima urgência, uma estruturação necessária para que esses homens possam trabalhar dignamente, como nosso sofrido povo brasileiro merece. E, para justificar tal atitude que conta com a desaprovação de uma ala do povo e algumas instituições, certamente seremos todos agraciados com bons postos, hospitais, ambulâncias, medicamentos, etc., pois, nada adiantará, contarmos com os profissionais da saúde e esses não tenham as condições normais para exercer suas funções atendendo as comunidades!
Antes de fazer conjecturas e premunições como muitos já estão fazendo, prefiro torcer, não apenas para ser solidário ao governo, mas, seguramente, pensando no melhor tratamento que o povo receberá.
Entretanto, quando pensei e comecei em escrever esse texto, minha mente criativa cheia de elucubrações e algumas semi loucuras, estava focada na nossa certa e tranqüila ampliação de ritmos que teremos em nosso incomensurável cabedal de passes e requebrados, herdados de outros povos, como as variações em torno dos temas, criadas pelos próprios brasileiros. E, desta feita, será mais que rapidamente agregado ao nosso tabuleiro de requebrados, o famoso e sensual “merengue”. Nós brasileiros, dançantes por tradição e agregadores de culturas dessa vertente, não pestanejamos quando é para rebolar a bunda, fazer esfregações, caras e bocas provocantes e, conseqüentemente, terminar numa “ficada”, passiva de mais uma produção independente. Creio que já faz parte integrante do nosso quente e sadio sangue latino!
Obviamente, teremos outras ampliações, uma vez que receberemos grupos de médicos de outros países e, com certeza, também trarão seus hábitos e tradições.
Assim sendo, vamos pedir a Deus que também não venha o hábito de fumar charutos e outras “cositas mas”. Devemos nos preparar para já no próximo carnaval, ver encima dos trios um grupo de médicos cubanos dançando e cantando, ao mesmo tempo em que grita para a multidão alegre e feliz: “Arriba los pés muchachos”!


*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras – antoniodaagral26@hotmail.com

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Arregacem as mangas!

                                Antonio Nunes de Souza*

Parece uma situação cômoda a de cobrador, fiscalizador e lamentador de comportamentos estranhos, por que não dizer, bizarros, desrespeitosos, ameaçadores e, com o maior agravante, transformando nossa cidade numa feira feia, ridícula e vergonhosa!
Lamentavelmente, não é a primeira vez que abordo esse assunto bastante importante que, ao longo dos anos, vem sendo ampliado como se fosse uma insólita representação de progresso comercial. Os procedimentos, as novas licenças, os descasos e a falta de administração que a cidade merece, são encaradas com uma banalidade grotesca e sem o pensamento, mesmo mínimo, que essa situação não só começou em gestões passadas, como também, generosamente, demonstrar que o povo e os comerciantes estabelecidos são os idiotas que pagam seus impostos, alvarás, taxas, investem em suas lojas com vitrines, equipamentos modernos para um bom atendimento aos clientes, estupidamente, sofram uma desleal e contraventora ação dos ambulantes que comercializam, informalmente, deixando as calçadas e estacionamentos, juntamente com as praças, com uma imagem vergonhosa para todos os itabunenses!
Já não falo, ou não bastam, os critérios da limpeza pública que durante a noite os varredores limpam (?) a cidade, para logo cedinho, as moças distribuidoras de panfleto cumpram seus papeis de entregar para os transeuntes, e esses, sem a menor cerimônia, logo em seguida, embolam e jogam nas ruas, como se fosse um comportamento certo e educado.
Voltar a esse assunto jamais significa chover no molhado, pois, suas ramificações comportamentais que fazem parte dessa mesma secretaria (Indústria, Comercio e Turismo), hoje entregue ao meu amigo e colega no curso da ADESG- Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, Humberto Martins advogado competente, mas, por razões que o povo não concorda, veementemente, até agora não tomou nenhuma medida com relação a esse caos insuportável!
Para ser um pouco benevolente, nem tocarei na assustadora poluição sonora, que estouram nossos tímpanos através dos carros, motos, bicicletas e alguns vendedores ambulantes que, parecendo um concurso, cada um demonstra suas monumentais capacidades de decibéis.
Que os responsáveis diretos ou indiretos desses desmandos sem precedentes, tomem atitudes que não sejam desagregadoras  e prejudiciais aos trabalhadores autônomos, mas, que não deixem também a nossa cidade se transformar num vergonhoso e abandonado município!
Arregacem as mangas senhores administradores e legisladores, sem terem medo de perderem votos, pois, depois de um resultado que atenda todos, a situação será benéfica e reconhecida pela comunidade!


*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras  -  antoniodaagral26@hotmail.com

domingo, 18 de agosto de 2013

Brasileiros ou guerrilheiros?

Antonio Nunes de Souza*

Essa pergunta triste e vergonhosa é bastante pertinente, em função das absurdas ações praticadas por uma parte da população que, tolamente ou por ignorância, se junta aos marginais sem escrúpulos, para fazerem tumultos, violências, saques, destruições, enfrentamento policial, paralisações comerciais, industriais, rodoviárias, aeroviárias, médicas e escolares, além de tantas outras ligadas entre si.
Essas atitudes cotidianas, vistas nas horas das ações através das TVs, nos deixam bastante tristes, em presenciar uma série de reivindicações, sendo muitas até justas, mas, de uma maneira prejudicial ao país, pois, a sua paralisação em condições grotescas como a que estamos vivendo, nada acrescenta de bom e, com certeza, não haverá grandes vencedores. Apenas, vencidos e sacrificados!
Imagine vocês que, com apenas sete meses de governo que esse mesmo povo votou elegendo seus governantes administrativos e legislativos, estejam com paus e pedras (e muitos pacificamente), gritando e sugerindo a saída e abandono dos seus cargos, querendo soluções imediatas de distorções que já perduram por vários e vários anos ou décadas. Por que não pensaram isso na hora de seus votos, fazendo análises mais apuradas sobre o caráter de seus candidatos?
Parece até uma dinâmica já fazendo parte dos nossos costumes, hábitos e comportamentos de gritar para que eles, corruptos ou incompetentes, saiam com essas pechas e, louvadamente, voltem carregados ou em tapetes vermelhos como verdadeiros heróis!
Essa é sua atitude de demonstrar que é um cidadão brasileiro?
Se você planta sementes podres, logicamente não vai ter uma colheita fértil e sadia. O mesmo acontece nas administrações publicas! Estamos vivenciando dois exemplos nas nossas vizinhas cidades (Ilhéus e Itabuna). Na primeira vocês elegeram Jabs Ribeiro como o homem ideal que tiraria a cidade do caos deixado pela administração anterior. Entretanto, nem deram chance ao homem de, praticamente, tomar posse e, com três meses e até hoje o grito que soa na cidade e passeatas é de “Fora Jabs, o incompetente”! Que exijam dele uma presença maior no trabalho, maior empenho e presença, etc., mas, soluções miraculosas e mágicas, sinceramente, não tem muito sentido pela exigüidade de tempo. Já em Itabuna, nosso prefeito “Vane do Renascer”, escolhido como o Fênix grapiúna, também estão querendo enforcá-lo porque entregou a prefeitura ao PC do B que, manipulando praticamente tudo, preocupando-se, simplesmente, em preparar a cama para a eleição de Davidson Magalhães para a Câmara Federal e a de Wenceslau para Deputado Estadual ou futuro prefeito. Nessa circunstância, nosso estimado Vane está acochado entre forças claras e não ocultas, talvez não podendo ofertar ao povo o que prometeu e, logicamente, merece. Lamentavelmente, passou a ser uma “Rainha da Inglaterra”. Tem a titularidade, mas, pouquíssimo poder de mando!
Nunca fomos de badernas como a que estamos vivendo e, como já disse antes, creio que tudo isso está sendo plantado por interesses políticos de maus brasileiros ávidos do poder, e os incautos tolos e ignorantes seguem seus comportamentos de destruição e terror, criando um pânico generalizado!
É uma pena estarmos sofrendo nas mãos de guerrilheiros e maus brasileiros!


*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras- antoniodaagarl26@hotmail.com

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

A exceção da regra!

Antonio Nunes de Souza*

Existe um adágio popular bastante usado e conhecido: “ Quem tem c... tem medo”. E essa teoria é comprovada não só entre os homens, como também entre os animais irracionais que, nas horas perigosas, procuram correr ou se protegerem escondendo-se e maneirando suas ações. Para essa grande maioria, esse ditado tem um valor profundo e abre os olhos dos que não respeitam os perigos, para que tenham cautela, seguindo outra expressão popular bastante correta e pertinente: “Cautela e caldo de galinha não faz mal a ninguém!”
Mas, como toda regra tem suas exceções, estamos convivendo, atualmente, com uma das mais estranhas e polêmicas que é super prejudicial à vida, chegando inclusive a ceifá-la sem dó nem piedade e, quando acontece algo e ela quer ser benevolente, deixa, pelo menos, algumas seqüelas que serão inesquecíveis.
Estou falando sobre o acidente de motocicletas que, pela constância diária, tornou-se um assunto que nos chamou a atenção com preocupações, já que esses usuários, normalmente, na sua grande e vasta maioria, não respeitam as regras de trânsito e, não só se expõem aos perigos como também trazem riscos constantes para os pedestres com suas manobras intransigentes, velozes e arriscadas.
Com relação a normalidade de tráfego entre os carros e as motos, essa não existe, pois, devido aos desrespeitos mútuos (mais acentuado da parte dos motociclistas), parece que estamos presenciando um verdadeiro “rally urbano”, com ultrapassagens perigosas sem que haja juízes para controlar os ímpetos mais absurdos e arriscados. Esses juízes que cito, são nada mais, nada menos que os guardas de trânsito tão necessários para fazer com que as leis sejam obedecidas!
E, com a série de acidentes fatais diariamente, os cavaleiros das duas rodas continuam acelerados e acelerando suas máquinas, provando, literalmente, que “eles têm c..., mas não tem medo!”. Que são os expoentes máximos dessa regra sábia, para uma ação que não justifica para quem ama a vida.
Para nós, resta lamentar esse comportamento insólito, nada digno de um ser racional que, sem nenhuma dúvida, causa transtornos para todos que circulam pelas ruas, principalmente o pobre e desprotegido pedestre.
Aos queridos motociclistas, só nos resta pedir que parem de ser a exceção dessa regra, usem seus equipamentos de proteção, sejam cautelosos nas manobras, evitem disputas com outros veículos, aguarde os semáforos verde para passar, pois, assim fazendo, teremos uma acentuada melhoria nas vias públicas e minimizaremos muito os acidentes!
Ou será que motociclistas não te C...?


*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras – antoniodaagral26@hotmail.com

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Desenvolvimento demográfico no mundo!

                                                                            *Antonio Nunes de Souza

Quando acabei de escrever a respeito da relação da cobra com o homem, a história do Paraíso, etc., imediatamente veio em minha mente uma série de dúvidas a respeito da densidade demográfica do mundo, partindo de um único casal: Adão e Eva.
Segundo contam, esse casal teve apenas dois filhos: Caím e Abel. E assim sendo, mesmo que eles fossem os precursores da homossexualidade, não poderiam ter tido filhos, pois, até os dias de hoje, mesmo com a tecnologia avançadíssima, ainda não é possível à gravidez masculina.
Lógico que fiquei pirado com tal fato! Uma vez que estou sempre preocupado com nossa origem, e gostaria de traçar uma árvore genealógica mais próxima possível da realidade palpável e menos abstrata.
O que será na verdade que aconteceu?
Fontes meio duvidosas me contaram que (não é sacrilégio, estou apenas repassando o relato), como naquele tempo não se levava em consideração ou desconheciam-se os graus de parentescos, o incesto era encarado com naturalidade. Aliás, ninguém nem sabia o que era isso. Tudo mundo era de todo mundo, bastava apenas aflorar o desejo e pronto.
Então, logo que os meninos ficaram rapazes, suponho pela minha ignorância por não me esclarecerem até hoje essa dúvida, começaram a olhar a mãe com outros olhos e intenções, resultando em relacionamentos agradáveis, prazerosos e sem nenhuma condenação, pois ainda não existia sociedade para impor preconceitos.
Resultado: Começou a nascer sobrinhos irmãos, primos tios, netos sobrinhos, avô cunhado, tia avó, etc.. Minha fonte relatou que nem folha de parreira usavam mais, pois enrolava na hora e ficava parecendo charutinho árabe (talvez daí tenha vindo à idéia da iguaria tão apreciada).
Tudo corria as mil maravilhas, até que um dia pintou um tal de sentimento que hoje é conhecido com o nome de amor!  Cara, eu sabia que essa merda só apareceu no mundo para criar problemas! Abel andou dando muito em cima de uma das meninas que Caím estava apaixonado (além de primeiro filho ele também foi o primeiro idiota), num impulso de ciúme, Caím matou o irmão sem dó nem piedade (voltou ao pódio como o primeiro assassino do universo). Mas, como não havia polícia, leis, juízes (mais ou menos como hoje: existem, mas não funciona), não deu em nada e o processo demográfico foi se ampliando cada vez mais, transformando o lindo paraíso nesse formigueiro de gente.
Seria injusto da minha parte, se não confidenciasse como consegui dados e informações para escrever detalhadamente essa meio desconhecida parte da história:
Tenho um velho papagaio que, ouvindo esse relato transmitido bico a bico pelos seus antepassados (pois foi o único animal, com exceção do homem, que já nasceu com o dom de falar), que me contou e pediu para eu levar esse segredo para o túmulo. Mas, como não sou baú, mato a história da cobra, digo, a densidade demográfica, sem precisar mostrar o pau.

*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras – antoniodaagra26@htmail.com  




quinta-feira, 8 de agosto de 2013

A surpresa!

Antonio Nunes de Souza*

-Meu Deus! Essa notícia me pegou de surpresa!
-Pois é meu amor, você vai ser pai, exclamou Sheila, olhando toda orgulhosa para a barriga que em nada se pronunciava, a não ser os pneuzinhos normais de sempre.
Com lágrimas nos olhos de tanta emoção, pensei como aquilo estava acontecendo, pois, segundo os médicos, por uma questão genética, eu jamais poderia ser pai a não ser se fosse por adoção. Agora, com essa notícia de supetão, para mim que nunca tinha confessado esse problema congênito para minha mulher, não pude deixar de imaginar duas coisas: Ou aconteceu um milagre divino ou eu sou um grande corno!
Não pude esconder no rosto minha reação, em razão do estranho pensamento que me veio à mente. Uma vez que, como não sou muito religioso e minhas crenças são limitadas, a segunda hipótese poderia ser a mais provável.
-Que foi Mário? Que cara esquisita é essa?
-Nada amor! É pura felicidade, respondi. Mas, dentro de mim existia um grande conflito com relação à dura verdade sobre minha improvável paternidade. Enquanto ela sorria com o resultado do exame nas mãos e telefonava para as amigas, eu não sabia se contava meu drama e complicaria tudo com minhas dúvidas e ainda tomava uma bronca por ter guardado esse segredo, ou ficava calado e ir no dia seguinte fazer, sorrateiramente, um espermograma, tirando assim todos os grilos da minha cabeça, correndo o perigo de substituir estes pequenos insetos por um lindo e grande par de chifres.
Dei uma desculpa que precisava sair a negócios, mas Sheila nem prestou muito atenção a minha desculpa, pois estava transmitindo a notícia para sua amiga Jamille, noiva do meu primo Raffael.
Peguei o carro e fui direto para casa do meu amigo Luiz Antonio, médico ginecologista, para dividir o meu segredo e pedir uma opinião de como proceder. Chegando lá fui logo abrindo o jogo e contando detalhadamente minha odisséia!
-Calma Luiz! Às vezes acontece esses problemas se corrigirem inesperadamente e sem explicações científicas. Vá batendo uma enquanto eu preparo o microscópio para fazer uma rápida pesquisa e verificar se seus espermatozóides saem vivos e sadios na ejaculação.
-Você acha que vou ter tesão pra isso do jeito que estou?
-Porra, cara! “Se você quer que o pinto endureça, pegue no meio e sacuda a cabeça”. Essa teoria popular nunca falha.
Peguei o bruto todo encolhido e cabisbaixo, talvez por estar entendendo a situação e comecei a sacudir, até que ficou meio pururuca, e, com a mão esquerda para parecer que era outra pessoa que estava batendo (poucas pessoas conseguem dar o ritmo certo), e depois de algum sacrifício, algumas gotinhas espirraram no recipiente que ele havia me dado.
Corri para a outra sala onde Luiz estava e entreguei aquele material, não tirando os olhos de cima, para ver se, mesmo a olho nu, via algum sacana se mexendo na lamina. Não detectei porra nenhuma. Aliás, só a própria porra!
Depois de um rápido e cuidadoso exame, ele olhou pra mim com um olhar incógnito, balançou a cabeça e disse: Estão vivos, cacete! Você não tem mais nada e pode ter um batalhão de crianças!
Não pude me conter e dei o maior beijo no rosto de Luiz e saí picado voltando pra casa, pois o meu desejo era encher Sheila de beijos e curtir o nosso futuro baby.
-Alô! É Sheila?  Consegui contornar a sua situação como você me pediu. Fiz o exame, dei um veredicto falso e ele saiu daqui feliz da vida. Agora é com você e o pai do menino. Nunca mais me peça um favor desses! Para que você tenha uma posição correta do estado genético dele, digo-lhe que seus espermatozóides são todos tetraplégicos e não conseguiriam atingir um ovário nem tomando uma carona com o Schumacker. Agora reze para que ele queira apenas esse filho único, porque se aparecer um irmãozinho eu estou fora.


*Escritor - Membro da Academia Grapiúna de Letras - antoniodaagral26@hotmail.com