segunda-feira, 1 de agosto de 2011

A culpa é da vagina!

                                          Antonio Nunes de Souza*

Essa afirmativa, com relação ao caso em pauta, é justa, sincera e definitiva. Somente ela poderia expelir para o mundo três bibas tão desajeitas e sem graça para me deixar tão horrorizado, com a pretensa peça de teatro que as “danadinhas” se esforçaram para apresentar ao pobre público da nossa cidade.
Além do texto pobre calcado em piadas velhas e conhecidas, tive o desprazer de ver um guarda roupa tão pobre que só não conseguia ser mais feio, comparado aos horríveis rostos e corpos das “meninas” que se imaginam atrizes.
Não sou contra besterol e já tive oportunidade de ver espetáculos interessantes encenados por grupos baianos, onde as qualidades dos atores sempre suplantaram as tolices textuais, nos fazendo rir sem a apelação chula e sem sentido que, nesse caso, foi explorado sem a mínima dignidade ou capacidade dramática.
E pasmem meus amigos! O teatro estava lotado, ouviam-se risadas largas e constantes, provando o baixo nível cultural da nossa cidade que, freneticamente, aplaudiam entre gritos e assovios, dando um atestado cabal de serem verdadeiras hienas, que gostam de fezes e vivem felizes sorrindo.
Será que nossa cidade que há uma década é considerada um pólo cultural, graças a universidade Santa Cruz e diversas faculdades locais e circunvizinhas, com ampla diversidade de cursos, etc., não consegue colocar na mente dos jovens uma mentalidade mais exigente com relação à cultura em geral, fazendo com que saibam separar o joio do trigo, exigindo melhores espetáculos que acrescentem algo pedagógico, cultural e educativo?
Será que os professores e mestres são os culpados, já que foram educados com essa mesma dinâmica e a transmite como se fosse uma normalidade? Ou, por comodidade e falta de compromisso, deixam o barco correr, mesmo sabendo que a cachoeira abismo está ao longo do rio?
É preciso repensar isso e reverter essa situação crítica, lutando muito e com competência, abrindo novos horizontes para os jovens, no sentido de formarmos novos professores qualificados e competentes, cientes das suas obrigações e comprometidos com o futuro do nosso país. E, se faz um país é com educação!
Não estou fazendo uma apologia à formação de uma legião de “nerds ou cdfs”, mas, que seja mostrado com dados e convencimentos, comprovando as importâncias de boas leituras, teatro, música, cinema, poesias e artes plásticas. Isso sem abandonarem seus arrochas, axés, forrós e rebolation, porém, nas ocasiões sazonais.
Lamentavelmente, fiquei mais uma vez triste com o que vi e me retirei antes de terminar o espetáculo (?), pois, sinceramente, não tive condições de dedicar minha sexta vendo uma peça de quinta!

*Escritor (Blog Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com)

Nenhum comentário: