segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

A VIDA VISTA POR OUTRO ÂNGULO!

 

Antonio Nunes de Souza*

Não é a primeira vez que me arvoro, ousadamente, escrever sobre a questão “vida e morte”, dando uma opinião com conotações bem distante da realidade, acreditada e defendida por todos, baseando-se nas religiosidades, ciência, linguagem poética e opções impostas!

Pela conceituação considerada a normal, a vida começa quando colocamos a cabeça para fora e nascemos. Daí pra frente, acredita-se que passamos a desfrutar a magnifica e gloriosa dádiva, dada graças a bondade e generosidade divina!

 Uma linda, maravilhosa e simples definição, relativo a algo tão miraculoso e cheia de mistérios mirabolantes!

Eu, como disse no início, com a ousadia de um modesto escritor e pensador, depois de matutar muito, cheguei a uma conclusão cabível e paradoxal, completamente adversa a essa simplicidade versada universalmente, concluindo, não ironicamente, mas, com deduções bastante lógicas, pertinentes e sensatas que, literalmente, a vida tem um prazo estipulado de “nove meses”, começando na hora que somos concebidos através do sexo, ou inseminação artificial, tranquilamente, acomodado no útero materno, recebendo alimentação, carinho, aconchego, proteção e todas as atenções especiais necessárias para viver feliz!

Aí, passados nove maravilhosos meses de vida, onde tudo é lindo, deslumbrante, encantado e misterioso, chega o dia da saída para o mundo, para começar a enfrentar a terrível, abominável e destrutiva “morte”. Pode parecer uma ideia louca e descabida, porém, tem o maior sentido, uma vez que, a proporção que vamos crescendo, os anos passando, a “morte”, é o que estamos desfrutando. Pois, vai nos debilitando com doenças, acidentes de percursos, nos envelhecendo, chegando com o tempo, ao ponto que ela deseja, ou seja, de se apossar completamente do nosso bendito corpo!

Sem sombra de dúvidas, e nem querer colocar na história, as fantasias obsoletas e abstratas das religiosidades, literalmente, a vida tem somente nove preciosos meses de validade, enquanto a “morte”, geralmente, demora muitos e muitos anos, pois, seguramente, a cada dia que passa nós estamos, estranhamente, acompanhando a trajetória da dela! Por mais esquisito que possa parecer, quando alguém morre com bastante anos, deveríamos dizer: Fulano teve uma morte longa, graças a Deus (esse graças a Deus faz partes do hábito cotidiano). E, quando o falecimento é cedo e inesperado, seria justo dizer: Pobre fulano, nem aproveitou a “morte” direito, foi logo chamado por Deus (esse chamado por Deus, faz parte do fraseado usual)!

Essa síntese de um assunto tão complexo, que merece uma série de livros, mesmo sendo simples e objetiva, certamente fará você pensar um pouco, fazer uma reflexão sem paixões religiosas, costumes e hábitos milenares, e ver, claramente, que tem muito sentido, e não trata-se de uma ideia louca e pecaminosa, pois, das maneiras que são ditas que estamos vivendo (?), creio eu, que estamos, tristemente, morrendo!

Sugiro que todos aproveitem a “morte” ao máximo, pois, ela pode findar a qualquer momento sem nenhum aviso. Nada de deixar alguma coisa para amanhã!

Imagino se essa ideia, que é lógica, passar a ser aceita, o pânico que causará num aniversário, na hora de apagar as velinhas, todos cantarem: “Parabéns pra você, nesta data querida, muitas felicidades, muitos anos de morte!”

*Escritor – Historiador – Membro da Academia Grapiúna de Letras - AGRAL

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