quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Saudosismo!

Antonio Nunes de Souza*

Minha maior característica como cronista é escrever textos somente criados pela minha imaginação sempre um tanto pecaminosa, espelhando situações nada peculiares, mas, com certeza, relativas a fatos e atos que já aconteceram em algum lugar do mundo, estão acontecendo nesse momento ou, seguramente, acontecerão no futuro. Logicamente, estou dizendo isso baseando-me nas “porralouquices” que os homens, nas suas horas mais terríveis, deixam transparecer através de ações nada comuns!
Porém, hoje acordei com uma grande saudade de um velho e querido amigo que, lamentavelmente, foi acometido de uma doença e veio a falecer apenas com 52 anos de idade. Pela nossa média de idade atual, podemos dizer que morreu na flor da idade, quando deveria começar a desfrutar das maiores alegrias e satisfações. Temos que encarar essas fatalidades, porém, com determinada tristeza principalmente quando os atingidos são pessoas amigas e queridas por nós. Esse foi o caso do meu dileto e estimado Chico! Francisco Cavalcante Filho, que ficava retado quando o chamavam de “Chico Mentira”. Mas, mesmo não gostando, segurava todas, somente fazendo uma cara de zangado e valente!
Era um tipo alegre divertido, forte, boa pinta, andar cheio de poses, adorava fazer, normalmente, caras e bocas, ser encarado como um touro valente e, acima de tudo, achava-se um grande conquistador. Em qualquer ambiente que estivesse, não deixava de fazer poses de machão e distribuir olhares de conquistadores de filmes e novelas, principalmente quando estava em um bar ou boite, que ele adorava pedir um Campari por ser uma bebida chamativa vermelha e havia na época uma publicidade com umas mulheres lindas e a mais bela dizia: Adorei aquele que está com um Campari na mão! Eu ria bastante por essa loucura de conquistador barato, mas, respeitava sua maneira de explanar o seu charme nada comum. Embora eu fosse bem mais velho que ele, saímos muito juntos nas noites e madrugadas, sempre nas esperanças de nos dar bem. Coisa raríssima, posso confessar, pois, mesmo ele com todos as suas nuances, eu terminei lhe apelidando de “serpente banguela”. Dava os botes, mas não comia ninguém! O verdadeiro “mosca de padaria que assenta em todas as broas, mas não come nenhuma! Eu o sacaneava com essas titularidades e ele ficava puto comigo, porém aceitava numa boa pois nossa amizade era quase ou mais que fraternal.
Hoje meus olhos lacrimejaram quando lembrei-me desse amigo querido que, com a aparência de um Pitibull, tinha um coração grande e acolhedor, sempre sensível para ajudar quem fosse preciso, na roda de seus amigos. Estou preparando-me para lhe encontrar em breve novamente na desconhecida terra do além, pois voltaremos a nos divertir, uma vez que imagino que esteja usando das mesmas estratégias terráqueas para conquistar as “anjas” lá no céu!


*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras de Itabuna – antoniodaagral26@hotmail.com

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