quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Meu primeiro dia do ano!

Antonio Nunes de Souza*

Acordo sentindo aquele gosto ruim na boca, proveniente de diversas bebidas, comidas, beijos e, provavelmente, sexo oral no final da intempestiva comemoração, encerrando todo aquele turbilhão de festejos ecumênicos, mas, sempre pendente para os desejos e atos profanos que, naturalmente, dão graça ao evento: Reveillion!
Olho para o outro lado da cama e vejo Larissa nua, toda aberta sem censuras, babando num ronco silencioso, maquiagem borrada, cabelos assanhadíssimos, que não parecia nem de longe a mulher charmosa e sensual da noite passada. Mesmo ainda meio sonolento, pensei como as mulheres usam tantos artifícios para nos atrair e nós, nas volúpias da sacanagem, somente nos preocupamos em analisar uma bunda arrebitada, peitos maneiros e o jeitinho sacana e pecaminoso que faz rolar a tal da química, física e matemática. A química porque se torna uma mistura perfeita, a física em função do tesão e a matemática, obvio, em razão de estimular uma, duas e até três sem dar descanso ao pobre e sagaz membro. Nem levo em conta essa estória de pele, pois, quem se preocupa com pele é jacaré para não virar bolsa!
Levantei, silenciosamente, olhei pela janela da suíte da pousada e vi o mar tranqüilo e calmo, depois de ter salgado milhares de pessoas em nome de Iemanjá, fiscalizando os adeptos dos folclóricos pulinhos das “sete ondas”, na esperança de alcançar dias melhores no ano que inicia. Aqueles com pedidos mais exigentes levaram flores, espelhos e perfumes para o vaidoso Orixá que, provavelmente, deve ter seus admiradores no fundo do mar. Eu não levei nada, mas, devo ter dado milhares de pulos nas rasas ondas, pois, ao chegar no banheiro percebi que, mesmo depois de ter tomado um banho quando chegamos do evento, na minha regada da bunda ainda havia uma pequena quantidade de areia entranhada no cu, demonstrando as minhas caídas nas águas milagrosas de Iansã!
Tomei um banho caprichado, escovei os dentes, fiz a barba, coloquei uma nova bermuda branca, uma camisa regata, pois, mesmo com meus cinqüenta anos, ainda estou meio saradinho e com uma modesta barriguinha de tanquinho. Sempre me cuidei, assim como Larissa que, com seus trinta e oito anos, arrumadinha ainda parecia uma gatinha. Sempre fomos amigos e nada tivemos, porém nesse fim de ano, por estarmos sozinhos combinamos passar as festas juntos, mesmo que não rolassem sacanagens. Mas, como não rolar? Ela gostosa, tesuda, sexy e safadinha, bastaram algumas taças de champanhe para que nossos líbidos ficassem acesos: ela molhadinha e eu ereto como um soldado do Castelo inglês. Daí pra frente o coro comeu direitinho e tudo começou a rolar da maneira mais liberal e espontânea possível. Dançamos pagode, arrocha, funk, samba, bolero, sertanejo e todas as porras que tocavam. Um repertório uma merda, mas, o importante era a esfregação. Cheguei ao hotel e vi que minha glande estava mais vermelha que um morango, de tantos atritos em sua bundinha deliciosa e coxas. Com tantos preliminares deliciosos, meu pensamento sempre estava voltado para a partida principal. E não deixou nada a desejar, pois transamos nas mais diversas maneiras, sem preconceitos ou tolices, valendo tudo e em todas as posições. Larissa é uma danada na arte de transar. Parece que decorou o livro Kama Sutra e as lendárias aventuras amorosas de Lucrecia Borgia. Sabe usar um penes como eu gostaria de ter a mesma destreza para escrever!
Tomei um café revitalizador, sentei-me na varanda apreciando a praia e o mar e, em pensamento, agradeci a Rainha das Águas por essa noite maravilhosa, e que 2014 seja tão bom como começou!

*Escritor – Membro da Academia Grapiúna da Letras de Itabuna – antoniodaagral26@hotmail.com



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