Antonio
Nunes de Souza*
Nada
absurdo acontecer uma aventura amorosa entre moradores de um edifício, já que
os encontros quase que diários nos elevadores, começam com trocas de olhares,
cumprimentos cordiais, pequenos sorrisos e, daí pra frente, as conversinhas
sobre o calor, chuvas, trânsito, violências, etc., passam a ser uma constante,
até que numa dessas, quando o tema principal era o calor, o homem sentindo que
está chegando a hora de atacar, com todo carinho convida sua presa para depois
do expediente, tomar um sorvete ou um chope geladinho para rebater a incômoda
temperatura. No caso, sendo ambos casados, essa decisão para ela era um tanto complicada,
receosa da reação do seu marido, homem bastante violento e cheio de ciúmes,
Para Luiz era indiferente, pois já era habituado a pular cercas, graças a
liberdade que sua mulher lhe dava. Mas, para Adélia, era mais perigoso e o
risco de acontecer algo errado fazia com que contivesse os seus desejos como
nesse começo de aventura com dr. Luiz advogado renomado na cidade, que já lhe
provocava uma vontade de ceder. Agradeceu o convite e disse que um dia poderia
marcar se houvesse possibilidade!
Com
essa abertura inicial, Luiz ficou logo excitadíssimo, pois se tratava de uma
mulher bonita e sedutora, além de ter mestrado em literatura. Mulher para cama,
mesa e banho!
Esperançoso,
até que um dia Adélia, espontaneamente falou: Meu marido viajou e hoje poderei
chegar em casa mais tarde, já que ele só vai retornar depois de amanhã. Vamos
tomar aquele chope prometido?
Aquela
proposta quase provoca um orgasmo, uma vez que Luiz já estava cheio de tesão
pela sua vizinha do quarto andar. Combinaram o local do encontro, ela disse que
iria sem o carro e poderia voltar com ele. Encurtando a conversa, se
encontraram, tomaram alguns chopes e, como se esperava, foram parar num motel,
transando como manda o figurino, sem deixar nenhuma posição em branco. Duas
horas depois saciados dos seus ímpetos e desejos, tomaram um banho, pagou a
conta e foram para o carro e, logo que ele deu ré e saiu do Box, olhou para o
lado e, assustadíssimo, viu no carro da frente Ramon marido de Adélia com sua
mulher Helena abraçando-o e beijando-lhe o rosto. Deu-lhe uma tremedeira filho
da puta, mas, como reagir se estavam cometendo o mesmo pecado? Ambos se olharam
espantados, mas minutos depois começaram a rir da conhecidência sacana que o
destino lhes pregara!
Resultado:
os quatro continuam juntos sendo maridos, esposas e amantes, todos calados e
quietos, curtindo suas aventuras amorosas. Como todos quatro são independentes
financeiramente, não têm filhos e são jovens, estão vivenciando uma aventura
nada normal, mas cheia de emoções, segredos e deliciosos pecados. Um dia, quem
sabe, não oficionalizam as separações e viverão dentro dos padrões ditados pela
sociedade!
*Escritor
– Membro da Academia Grapiúna de Letras de Itabuna –
antoniodaagral26@hotmail.com
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