Antonio Nunes de Souza*
Na
sala, com o olhar fixo no caixão, Erika rememorava toda sua vida passada ao
lado de Luis Roberto, homem amável, bonito, competente, responsável, próspero
em seus negócios, mas, infelizmente, nunca deixou de ser bastante mulherengo!
Para
muitos esse comportamento era tido como absurdo, porém, para outro tanto de
pessoas, principalmente entre os homens, essa virtude era aclamada e elogiada
até com um pouco de inveja. Ele, com a sua personalidade forte e marcante,
desde que começou o namoro com sua querida Erika, jamais negou que era uma
coisa incontrolável e, infelizmente, ela deveria se habituar, pois, por mais
que variasse o seu cardápio vaginal, nada abalaria o seu amor e afeto por sua
companheira. Tudo aquilo era apenas um desejo incontrolável de ter sexo com
todas as mulheres que lhe excitassem, satisfazendo assim seus impetuosos
desejos. Era o que poderíamos dizer no popular; Um fudião de primeira grandeza!
Mesmo
agindo normalmente dessa forma, com a condenação familiar e das suas amigas,
Erika segurava essa barra com tranquilidade, pois, mesmo com as suas trepadas
avulsas, sempre chegava em casa e lhe proporcionava uma série de orgasmos
múltiplos. Não sei se ele era uma personagem divina ou tinha parte com o
Satanás, pois possuía uma pica miraculosa e sempre disposta a trabalhar!
Não
tiveram filhos por causa de um problema genético com ela própria, porém, vinha
sempre fazendo tratamentos, usando todas as astúcias e simpatias possíveis, na
esperança que um dia fosse realizado o desejo de ambos. E, naquela hora,
alisando a sua barriga, sentiu uma sensação que sua tão desejada gravidez
havia, tardiamente, chegado. Chegado exatamente numa hora que seu amado estava
ali na sala, dentro de um caixão, com seis mulheres de programa lhe batendo
punhetas, pois, em vez de “carpideiras” para chorar a sua morte, Erika foi
obrigada a contratar essas punheteiras, uma vez que a morte do marido foi em
função de ter tomado dez comprimidos de Viagra de uma só vez, para reprimir a
sua primeira falta de tesão e, seu pau respondeu a altura, mas, seu coração não
aguentou essa dosagem cavalar!
Com
a pica apontando para o céu, a tampa do caixão não encaixava e, para fazê-lo
descer, foram precisos 26 bem batidas punhetas com as mãos habilidosas das Garotas
de programas contratadas para esse serviço durante a madrugada. Até esse vexame
Erika teve que suportar, mas, ela o amava desesperadamente e em função das suas
outras virtudes, tudo aquilo era perdoável.
Terminado
o ritual das masturbações, dia clareando, pagou as meninas, fechou o caixão e,
em minutos, começaram a chegar os amigos para o enterro.
Hoje,
passados oito meses, Erika está na maternidade, teve o seu esperado filho como
uma lembrança e presente daquele bondoso marido, mas, não se esquece que, na
hora que o médico segurou o garoto pelos pés, deu um tapinha na bundinha e
virou o moleque para ela, percebeu que a criança que se chamaria Júnior, estava
com a rola dura feito pedra apontando para a parede. Com o susto gritou em voz
alta: Meu Deus doutor, esse moleque também vai ser um fodião!
Como
dizia meu saudoso e sábio avô: “Quem sai aos seus não degeneram!”
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos membros fundadores da Academia Grapiúna
de Letras!
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