Antonio Nunes de Souza*
Esse
puxão de orelhas, como um modesto historiador, prende-se ao dia 13 de maio que,
sem nenhuma dúvida, representou muito ao nosso Brasil, pois, em 1888 a Princesa
Isabel assinou a Lei Áurea. Como lamentamos essa memória brasileira,
principalmente a baiana, mais precisamente a da nossa região que abrange quase
todos os aspectos, esquecendo-se, literalmente, de fatos, arquiteturas e
acontecimentos que marcaram as suas histórias!
A
Lei Aurea deu liberdade aos escravos negros no Brasil, entretanto, temos que
salientar, que essa postura e atitude, não foi exatamente por bondade ou
benevolência principesca. Havia um interesse por trás disso, no sentido de
procurar trazer imigrantes europeus para estimular à agricultura e,
possivelmente, com custos mais baratos que a manutenção da escravidão negra. E,
para os escravos, não foram essas maravilhas todas, pois, foram largados atôa,
sem nenhuma assistência ou estruturas para suas sobrevivências, forçando a
criação de favelas, bairros periféricos, guetos e quilombolas sem as mínimas
qualidades, enfrentando fome, doenças, mortes e desesperos, chegando ao ponto
de terem saudades dos seus pelourinhos, trabalhos acorrentados e chicoteados,
mas, tendo casa e comida!
Felizmente,
e honradamente, por tratar-se de uma etnia, valente, lutadora e guerreira,
mesmo sem as oportunidades que até os dias de hoje não acontece claramente, estão
provando suas grandes qualidades em todas vertentes profissionais, ocupando espaços
merecidos, enfrentando os ridículos preconceitos, mostrando com orgulho a sua
cor, chegando aos píncaros da gloria, até como presidente da maior e mais
poderosa nação do mundo. E, com esses exemplos, devemos, com orgulho, respeitar
e muito, esse povo que ajudou a construir a nossa e varias outras nações do
mundo, com sua força de trabalho e inteligência, mesmo, sendo tolhidos de uma
educação escolar merecida!
Em
uma das minhas terras, (pois, acidentalmente, nasci em São Paulo, cresci em
Santo Amaro da Purificação e, em Itabuna, recebi, honradamente, o título de
cidadão itabunense, fatos que me glorificam muito.) Santo Amaro celebra com uma
semana de festas essa gloriosa data, apresentando uma série de eventos
relativos a cultura negra, demonstrando o respeito e a gratidão pelo que
representou e representam seus negros habitantes, juntamente seus descendentes
mulatos pardos e sararás. Esse evento foi intitulado como o “Bembé de Santo
Amaro”, termo alusivo e uma corruptela de candomblé, por ser a dança e religiosidade
predominante na cultura africana!
Nada
custaria que a mídia, escolas e instituições da sociedade, se manifestassem
mesmo de uma forma simples, mas, fazer chegar ao conhecimento dessa nossa
juventude quanto foi e é importante a etnia negra em nosso país!
Temos
duas opções: Tomar “Memoriotol” ou vergonha!
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos membros fundadores da Academia Grapiúna
de Letras!
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