sábado, 30 de maio de 2015

Reivindique mas, não prejudique!

Reivindique mas, não prejudique!


Antonio Nunes de Souza*

A instituição do uso da greve como uma maneira de se conseguir alguns direitos, exigir respeito, democracia e outras exigências, cabíveis ou não, vem desde os tempos primórdios, quando heróis, solidários e corajosas pessoas, resolveram enfrentar as grandes forças, administrações, governos, empresários gananciosos e exploradores que, em função das suas forças políticas e financeiras, exploravam seus comandados, pensando apenas em ampliar suas posses e riquezas, obviamente, seus poderes!

Alguns trabalhadores mais destacados pelas suas desenvolturas e facilidade de expressão, procuravam seus comandantes e, em nome de suas classes solicitavam as determinadas medidas precisas e necessárias para melhores desempenhos e, logicamente, melhoria em suas vidas, através de salários justos e merecedores. Mas, como disse acima, os podres e gananciosos poderosos, logo demitiam esses modestos e guerreiros líderes, fazendo com essas atitude, assombrassem e acalmassem todos, conformando-os com a situação vigente. Era a lei do mais forte (até hoje vigente), que determinava como as coisas deveriam ser conduzidas!

Então, com o passar do tempo, as classes foram se organizando, criando associações, sindicatos e outras representatividades, contando, minusculamente, com as obscuras leis, procurou-se estabelecer um diálogo entre os interessados, propostas apresentadas, estudadas e, mesmo assim, somente as questões que beneficiavam, unilateralmente, os poderosos eram aceitas, em detrimento do povo. Aí, mediante a falta de respeito, cidadania, solidariedade e humanitarismo, começaram os movimentos de paralizações temporárias, como uma forma de pressão, já que, sem funcionar seus negócios, os prejuízos seriam fatais, para que eles dessem ouvidos as reivindicações apresentadas e, mais que depressa apresentassem soluções, mesmo paliativas, porém, que suas empresas e administrações tivessem continuidades. Mas, o que se viu no passado, foram muitas dessas greves pacíficas serem rechaçadas na base de cassetetes, prisões e demissões, conseguindo-se pouco do essencial e desejado. Mas, mesmo com essa torpe receptividade, em vez de amedrontar, os efeitos foram contrários, pois os sindicatos e associações foram crescendo assustadoramente, chegando ao ponto de criarem seus partidos políticos, elegerem seus representantes e, mesmo com forças inferiores, já tinha uma base de defesa que impunha certo respeito. Assim sendo, as greves passaram a ser a arma mais poderosa dos trabalhadores em geral, englobando todas as classes. Hoje, tenta-se o diálogo, faz-se propostas e, se não houver respostas adequadas e pertinentes, as classes fazem suas greves com paradas sem previsão de retornos, esperando para regularização dos trabalhos, quando são ouvidos, respeitados seus direitos e aprovados, pelo menos, 60% no mínimo das reivindicações!

Vocês leram uma modesta síntese da história grevista e suas razões, entretanto, imagino que ninguém se preocupou com esse movimento que, barbaramente, dá grandes prejuízos a nação, principalmente na saúde, educação, segurança e transporte, uma vez que atrofia os atendimentos médicos e hospitalares, priva milhões de alunos de frequentarem suas aulas, as cidades ficam à mercê dos bandidos e, a falta de transportes deixam as cidades totalmente desordenadas, não dando oportunidade as pessoas chegarem em seus trabalhos!

Será que não estamos adultos e educados suficientes para encontrar uma “arma” que reivindique mas, não prejudique?

Pois, fazendo-se uma análise bastante simplista, chegamos à conclusão que as greves são facas de dois gumes, sendo que, do lado do povo, o corte é bem mais afiado! Para minimizar esses prejuízos causados pelos movimentos grevistas, temos em princípio que votarmos melhor, escolher pessoas que tenham responsabilidade, comprovadamente, com o povo, não querer que tudo se resolva imediatamente, estimulando centenas de greves ao mesmo tempo, analisar quanto, você mesmo, está sendo prejudicado através dos problemas que está causando aos seus familiares!

Assim sendo, não querendo ser um advogado do diabo, nem defensor dos poderosos, percebe-se, claramente, que meu desejo é que, apenas, procuremos uma maneira que menos prejudique a sociedade, na hora das exigências de melhores benefícios. Somos racionais e devemos ser solidários em nossas atitudes, reivindicando sim, mas sem prejudicar!

*Escritor - Membro da Academia Grapiúna de Letras – antoniodaagral26@hotmail.com

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Matando a natureza!

Matando a natureza!


Antonio Nunes de Souza*

Antes uma linda corrente

Uma transparente vertente

Que enfeitava nossa cidade.

Hoje um lixão abandonado

Num desprezo inigualado

Uma triste realidade!



Alcancei sua água transparente

Que me deixava contente

Nos meus banhos ao entardecer.

Vendo as lavadeiras ribeirinhas

Cantando belas suas modinhas

E vendo o sol se esconder!



Muitos peixes, pitus e camarões

Que matavam as fomes nas refeições

Além de uma renda aos pescadores.

Mas, com o passar do tempo

Não sinto nenhum alento

Somente meu coração em dores!



Ah! Meu rio Cachoeira!

Fizemos tanta besteira

Lhe deixando no abandono.

Hoje és um morto/vivo

Completamente inativo

Um pobre cão sem dono!



Sinto uma tristeza profunda

Vendo sua bacia imunda

E nada fazem em seu favor.

Transformaram sua linda imponência

Numa enorme e podre excrescência

Uma suja e triste poça de horror!



Ah! Meu rio Cachoeira! Que pena!

Quisera ver minha dor amena

Se aparecesse uma solução

Mas, pelo andar da carruagem

Com essa longa estiagem

Vais sumir da minha visão!



*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras – AGRAL antoniodaagral26@hotmail.com













quinta-feira, 21 de maio de 2015

Está para acontecer!

Está para acontecer!


Antonio Nunes de Souza*

Raciocinando com muita perspicácia, sempre preocupado com a evolução das coisas, principalmente as atitudes humanas nos tempos atuais, resolvi fazer uma previsão de ficção que, com certeza, está para acontecer a qualquer momento e, seguramente, vai estarrecer o povo de uma maneira triste e vergonhosa!

Mediante os desembestados crimes que estão ocorrendo em nosso país (em muitos outros também): assassinatos, estupros de infantil a adultos, assaltos, roubos, sequestros, drogas, estelionatos e mais outras séries de barbáries, as quadrilhas bastante organizadas (mesmo com seus chefes aprisionados), tem provado que, infelizmente, estão vencendo a tal da sociedade “organizada”, criando um pavor terrível em toda população e, vendo ocorrer fatos de ataques reflexivos, prejudiciais e improcedentes, e tendo o cuidado de dar uma proteção aos seus parentes e agregados contra os ataques dos próprios parentes residentes em outras áreas, assim como, aos membros que não se conhecem, provavelmente, a qualquer momento vamos ver circular a seguinte recomendação:

A Associação Brasileira de Bandidos, Assassinos, Traficantes e Malfeitores S/A, vem através da presente determinar, rigorosamente, que a partir do mês de Agosto de 2015, sejam providenciadas pelos chefes de áreas, morros, distritos e cidades, as seguintes regras de uso dos determinados salvo condutos que seguem abaixo:

a) Crachás para todos os bandidos para que possam circular pelas ruas para suas “operações”, sem ter o perigo de ser atacado ou molestado por um colega que não o conheça.

b) Para os parentes e aderentes de todos pertencentes a nossa associação, será de vital importância que os adultos decorem uma senha super secreta, para citarem nos casos de ataques eventuais. E, ao ouvirem essa senha, nosso bandido deverá suspender a ação e ajudar a pessoa em sua trajetória.

c) Com as crianças, por ser um número bastante expressivo e, muitas vezes, difícil de contornar, sugerimos que livrem a cara de todos, tratando-os com carinho e estima, no sentido de angariar simpatia para aderência futura em nossas fileiras. Mas, nas horas de trocas de tiros com a polícia, nada de preocupação com as balas perdidas. Se tiver de atingir adultos ou crianças, não admitiremos as fraquezas de “penas” ou sentimentos similares!

Essas medidas deverão entrar, rigidamente, em vigor na data prevista, pois, infelizmente, tem ladrões e bandidos que estão com medo de sair, preocupados em serem assaltados. E isso não pode ocorrer em nenhuma hipótese, pois atrapalha o nosso produtivo trabalho!

Cumpra-se como determinado e, caso contrário, os responsáveis das diversas facções serão eliminados como medida exemplar!

A DIRETORIA GERAL

Lamentavelmente, já que não podemos exterminar essa praga criminosa, temos que nos submeter a esses absurdos instalados em nosso país. Será que eles já venceram? Ou ainda podemos ter esperanças de uma guinada de cento e oitenta graus? Sinceramente, não vislumbro nada que seja benéfico em nosso futuro!

Vamos deixar a simplista desculpa que apenas o governo é responsável, pois essa responsabilidade é, também e lógica, da sociedade omissa que somente falam, mas, só olham para seus umbigos!



*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras –Itabuna-BA antoniodaagral26@hotmail.com



quarta-feira, 20 de maio de 2015

Suposição de retorno!

Suposição de retorno!


Antonio Nunes de Souza*

Através do potente transmissor telepático, todos os espíritos captaram o seguinte aviso: Atenção alma penada, depenada e recuperada completamente, JL-X072114, queira comparecer ao escritório central, na sala do Senhor das Mortalidades Imortais, dentro de 20 minutos, preparado para começar uma nova missão terráquea, cumprindo o seu destino de espírito perene, tendo a capacidade de ir para as profundezas e voltar reciclado, representando uma nova figura de encarnação e, com seu comportamental nessa nova vida, seja creditada votos de louvor em seu favor, podendo chegar a uma alma de qualidade superior, que não mais precisa de retornar para purgações e, como compensação maior, ganhará uma morada de qualidade e mordomias somente oferecidas as espiritualidades com o curso de mestrado em espiritismos, baseado no Instituto de Recuperações Especiais Allan Kardec!

Sempre que a sonorização telepática convocava, percebia-se uma movimentação grande, pois, como vocês podem ver, alguém estava ganhando a oportunidade de já retornar, ter uma reencarnação nova com grandes possibilidades de limpar e purificar seus pecados, adquirindo pontos positivos dentro da Maravilhosa Doutrina.

Mesmo com os vinte minutos dados pela chefia geral, em menos que isso, passava voando à meia altura o espirito de J.L-XO72114, sorrindo feliz com a alegria peculiar daqueles que são agraciados com essa benevolência de voltar com menos de dois anos de estudos, conselhos, reciclagens e reformas mentais e espirituais, além de, no seu retorno, ser uma nova pessoa sem nem saber o sexo, cor, etc., essa expectativa era uma das delícias da surpresa, pois, inegavelmente, ser outro ou outra é uma experiência sem precedentes na vida dos humanos!

E assim sendo, o Mestre falou para J.L.: Você estará seguindo novamente para Itabuna, reencarnará as 16 horas no Hospital Manoel Novais e, a partir desse momento, passará a ser Helena Azevedo Gomes Simões, uma mulher que revolucionará a região, mesmo nem se lembrando dessa sua passagem aqui e sem ter preocupações de agradar quem quer que seja!

Fazendo um gesto com a cabeça J.L agradeceu a generosidade e, sem nada dizer, entrou no vagão do almôdromo, acomodou-se, colocou o cinto de segurança e, em menos de 10 minutos, já estava chorando na sala dos recém nascidos acolhidos pelos seus novos pais e parentes. Todos felizes, sorriam e se abraçavam, e Helena, sem nada lembrar do seu passado, apenas queria mamar e dormir! Passaram-se os anos, Helena transformou-se em uma linda mulher e, como previu o Senhor, revolucionava todos completamente, pelas suas decisões, comportamento ultra liberal e, sem exagero nenhum, uma verdadeira “galinha” na arte da sexualidade, transando com todos que lhe eram agradáveis, sem perder a oportunidade de ir para cama, seja que hora fosse. Não sabemos as razões desse comportamento, se já estava previsto ou foi algum defeito na área de recuperação almadina. Vendo essa tragédia, o Senhor das Almas resolveu, trazê-la de volta, pois não era possível fazer um “recall”.

Assim, Helena desencarnou fora da época, voltou a oficina de reciclagem para que fosse descoberto o desvio, e descobriram que foi a escolha dos parentes que, com seus comportamentos horrorosos, não poderiam ter uma filha que fosse uma maravilha! Hoje, já com a alma curada e com certificado de “qualidade total”, esse espírito espera, generosamente, uma chamada para um novo retorno!

*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras de Itabuna – antoniodaagral25@hotmail.com





segunda-feira, 18 de maio de 2015

A...bundância!

A...bundância!


Antonio Nunes de Souza*

Em princípio parece que falarei sobre de grandes quantidades, verdadeiras abundâncias proliferando pelo mundo, mas, infelizmente, não é o caso, muito embora a quantidade é imensa e todo mundo tem, seja de que sexo for, mas, com as características que deslumbram as plateias, somente as privilegiadas possuem e, muitas mulheres, para que façam parte das admiradas e consiga seus intentos, aplicam suas mágicas cirurgias compensadoras, chegando muitas vezes as vias dos exageros. Imagino que já perceberam a minha objetividade direcionada as magistrais, admiradas e desejadas bundas!

Na etnia negra e suas descendências é, talvez, uma característica normal que sejam privilegiadas com lindas bundas, torneadas, arrebitadas, empinadas que com seus andares remexidos, provocam o desejo da sedução carnal, mesmo que não seja o apetite comumente usual em nossos dias, do desejo de uma relação anal. Trata-se, simplesmente, de um sabor lascivo que é desprendido dentro dos homens que sabem admirar a perfeição de uma mulher. Essas de cor negra e variações, são, geralmente, imbatíveis nos visuais quer sejam com roupas ou não. Podemos dizer que são modelos já saídos das fábricas para serem usados, sem precisar fazer “teste drive”. Tendo ainda um detalhe interessante, sobre a sua textura, pois, são durinhas e macias ao mesmo tempo, não tem cabelos nem penugens, verdadeiras peles de nêsperas. Juro que dá gosto passara mão para uma análise mais apurada ou fazer uma generosa carícia!

Nas outras etnias, com a exceção da branca que, algumas vezes nascem com essa característica, mas, normalmente, usam dos artifícios das aplicações do perigoso silicone, deixando (quando dá certo) lindas, grandes e majestosas bundas. Porém, normalmente, chegam as raias dos exageros, com bundas super volumosas, mostrando que são artificiais e enganadoras. As orientais, coitadas, suas bundas são murchas, batidas, suas costas são verdadeiras tábuas, não provocando nenhuma sensação libidinosa quando são olhadas por traz! Essas atraem pelos seus olhos amendoados e a maneira meiga de tratar os homens, seguindo seus hábitos e costumes!

Então, essa minha modesta explanação com relação as bundas, são pertinentes e, se vocês passarem a observar melhor, verão que tenho minhas razões no que digo, mesmo sem estar baseado em estudos profundos de anatomia, apenas um velho observador sem ser um usuário inveterado! Deus nos deu o dom de admirarmos as coisas belas, elogiá-las e, se possível, ir além das contemplações!

Alguns dos meus leitores falam que minhas crônicas são “picantes e vaginantes”, então, para variar um pouco o tema, resolvi escrever essa, literalmente a...bundante!



*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras – Itabuna-BA antoniodaagral26@hotmail.com



domingo, 17 de maio de 2015

Quem lucra com greve na educação!

Quem lucra com greve na educação?


Antonio Nunes de Souza*

Sabemos todos que a instituição da greve com a finalidade de reivindicar direitos, justiças, vantagens, respeito e obrigações pertinentes e necessárias, foi criada há bastante tempo e, seu uso, foi crescendo de tal forma, que hoje é usada como a principal arma contra as grandes injustiças sofridas pelo povo!

Mas, embora reconheçamos essa maneira de cobrar resultados que favoreçam as categorias solicitantes, devemos, antes de tudo, fazer análises sobre os benefícios e os prejuízos que são vistos, claramente, durante as diversas paralizações para as discursões entre os interessados. Os custos e benefícios são, desastrosamente, prejudiciais a toda sociedade, principalmente quando essas greves são na educação, saúde, transporte e segurança. Vertentes essas que, sem nenhuma dúvida, são aliciasses de grande importância para a funcionalidade do nosso país!

Dentre essas vertentes, optarei em falar sobre a educação, pois, seguramente, é a maior das necessidades básicas dos homens e, ao mesmo tempo, um esteio para todas as outras áreas. Saúde, segurança, transporte, etc., dependem diretamente de uma boa educação, não só com diplomas ou licenciaturas, mas, principalmente, pela qualificação das pessoas para exercerem cargos com desenvolturas e benefícios para o povo. Sem a educação, nenhuma dessas vertentes funcionará a contento atendendo as necessidades que todos precisam e esperam em suas cidades e comunidades.

Creio que, deixando as políticas de oposições, desejosas de tomar os poderes dados pela constituição, de estimular as greves sem que tenham tentado diálogos com quem pode decidir, vendo inclusive se existe possibilidades para todos os atendimentos, com relação aos recursos disponíveis, seja feito uma análise mais humana, social e patriótica, discutindo com os escalões com poderes decisórios, no sentido de se chegar a um denominador comum, sem que seja as prejudiciais e absurdas greves que prejudicam o país inteiro, inclusive os grevistas, filhos, netos e agregados. Com a educação aprendemos a votar bem melhor e, importantíssimo, saberemos cobrar e exigir, veementemente, aos administradores, legisladores e governantes, justiça social e cumprimento na valorização dos trabalhos exercidos pelo povo!

Vamos trabalhar mais as nossas mentes, deixar de tomar atitudes reflexíveis, evitando esse instrumento instituído que, infelizmente, paralisa muitas vezes milhares de cidades, pondo em risco as comunidades durante suas durações, sendo em alguns casos, com resultados poucos e danosos.

Pelo menos na educação, sugerimos que, pelo nível de ilustração, sejamos mais benevolentes com os alunos, que no momento festejam não ter aulas, mas, no futuro, os resultados serão desastrosos.

Vamos aprender a exigir os nossos direitos junto aqueles que elegemos e colocamos nos poderes, mas, para isso, é preciso que sejamos, literalmente, bastante educados!



*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras de Itabuna- BA.antoniodaagral26@hotmail.com



quinta-feira, 14 de maio de 2015

O comedor inveterado!

O comedor inveterado!


Antonio Nunes de Souza*

Pode parecer um exagero da minha parte quando vocês lerem a história de uma rapaz que conheci no passado, com características incríveis e fora dos padrões da época, pois, não é sobre alimentação que vou falar, e sim de sexo que, era algo, sigiloso e pecaminoso ao mesmo tempo!

Pois é meus amigos, Milton era um voraz praticante de sexo, não olhando ou dando valores diferenciados aos gêneros. Tanto podia ser homem como mulher ele não se inibia e, transava tranquilamente, saciando seus ímpetos e desejos, pois, no passado havia um certo diferencial e, somente era “viado” o passivo. O ativo era até elogiado e gratificado pelo seu desempenho. Não sei como ele conseguia tantas conquistas, mas, sem querer elogiá-lo, diziam que tinha um pênis enorme e ele sabia usar com destreza e capricho, deixando as “vítimas” cheias de alegrias!

Com o passar do tempo, não sei se por pressão dos gays (não existia essa denominação e o usual era “viado” mesmo), passou-se a considerar todos como homossexuais, sem que houvesse menor ou maior pecado entre quem dava ou quem comia. Ambos eram denominados, como hoje, como gays ou uma série de titularidades ridículas e desagradáveis. Mas, para alegria de todos dessa vertente (masculinos e femininos), já existe leis, direitos, maiores respeitos e uma discriminação menos acentuada que no passado. Porém com essa conjunção de titularidade sexual, Milton ficou meio cabreiro, com um pouco de vergonha e, sem pestanejar, mudou de cidade, foi para bem longe no sentido de preservar sua fama de comedor, também masculino, e não ser taxado como gay. Se fosse hoje, com certeza seria apelidado de “virose”, pois, quem ele desejava, levava logo para cama!

Mas, na outra cidade que foi, não deixou de lado seu furor atirando em todas as direções, não desprezando a parte masculina que, na verdade, era uma grande maioria e rendia-lhe bons presentes.

Passados alguns anos, estando num shopping de Salvador, vi uma figura um tanto chamativa e, olhando com atenção vi que tratava-se de Milton, já envelhecido. Aproximei-me me identifiquei, ele lembrou-se logo de mim e disse: Querido, que alegria ver alguém do meu tempo de juventude! Estou super feliz aqui, morando com um rapaz maravilhoso, pela minha idade já não sou aquele comedor de outrora e dedico-me a, simplesmente, dar. Sigo a oração de são Francisco: “É dando que se recebe”. E recebo meu homem com amor e afeto! Falou isso sorrindo e naturalmente.

Conversamos um pouco, pois nada tínhamos de mais profundo para dizer, apenas que, de grande comedor no passado, passou a ser um recebedor convicto e feliz! Nos despedimos e na saída ele me disse com segurança e alegria: Era impossível para mim sair da putaria!

*Antonio Nunes de Souza – Membro da Academia Grapiúna de Letras – Itabuna-Ba. Antoniodaagral26@hotmail.com



segunda-feira, 11 de maio de 2015

A abolição dos negros!

A abolição dos negros!


Antonio Nunes de Souza*

Esperamos que as autoridades, sociedade organizada, colégios, escolas, faculdades, universidades e, principalmente, os professores, mais especificamente os licenciados em história, tenham a preocupação e sensibilidade de fazer palestras, seminários, projetar filmes e documentários alusivos a esse importante acontecimento, que é comemorado, nacionalmente, no dia 13 de maio!

Uma grande maioria das pessoas, através de estudos, leituras e troca de informações com amigos e colegas, tem conhecimento desse fato que, a Princesa Isabel a abolicionista, assinou a Lei Aurea que libertaria os escravos negros no Brasil. Porém, infelizmente, essa é apenas uma parte do acontecimento muito importante, mas, não tratou-se de uma benevolência e amor a causa, pois, na época, o Brasil sofria uma grande pressão de outros países, já que era ainda o último que continuava tranquilamente com a escravidão negra. Comportamento esse, condenado por todos!

Então, como uma simplificação na história, a informação reduzida e comumente dita é que D. Isabel foi maravilhosa e libertou os escravos por amor e bondade. Trata-se de um dos assuntos, como muitos atualmente, que preferem fazer certas omissões, jogando parte dos acontecimentos embaixo dos tapetes, deixando as imagens das autoridades numas posições confortáveis.

De qualquer forma, temos que comemorar com alegria o acontecimento desse fato, graças isso, mesmo sem terem recebidos apoios para continuarem a viver dignamente, muitos voltaram para suas terras e a grande maioria, mesmo sofrendo os preconceitos nada velados, procuraram meios de vida, formaram guetos e quilombos (alguns até hoje existentes) e lutaram e continuam lutando pelas suas verdadeiras liberdades e o reconhecimento do fantástico trabalho realizado na estruturação do país!

Vamos avivar a memória de nosso povo, transmitir informações a juventude, pois faz parte da educação preservar a nossa história, dignificar aqueles que fizeram e fazem parte dela, principalmente essa maravilhosa etnia que, a cada dia, demonstra ser inteligente, guerreira e vencedora em seus projetos e intentos!

Salve 13 de maio, mas, precisamente, os negros brasileiros!



*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras Itabuna-BA antoniodaagarl26@hotmail.com

sábado, 9 de maio de 2015

Desilusão!

Desilusão


Antonio Nunes de Souza*



Nada é tão tudo como o desespero,

Nada é tão tudo como o medo,

De morrer, de perder, de não ser, do nada.

Precisa-se não ser nada para se ter medo de tudo.

Eu sou. Eu tenho.



Retrato fiel da desesperança estampada,

De nada adianta fazer nada quando nada se tem,

Nos bolsos, na cabeça, no coração ou nas mãos.

Se é que a vida em si nada vale,

Só estar vivo vale tudo, tudo, tudo.

Só a mediocridade viva acha que a vida nada vale.

Eu sou. Eu acho.



Desânimo, tristeza, solidão, cansaço,

Itens formadores da doença e falta de crença.

Precisava que alguém tivesse todos eles dentro de si,

Para sentir-se totalmente derrotado.

Eu tenho. Eu sou.



*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras de Itabuna – antoniodagral26@hotmail.com













sexta-feira, 8 de maio de 2015

Experiência com o estimulante!


Experiência com o estimulante!

Antonio Nunes de Souza*

-Meritíssimo Juiz o senhor permite que meu cliente relate os fatos e sua defesa?

- É procedente advogado Gabriel, para que sejam esclarecidas algumas partes desse processo inusitado.

-Então, dirigindo-se a mim, o advogado solicitou que me colocasse em frente ao juiz e começasse minha narrativa.

-Senhores, meu nome é Guimarães e procurarei não omitir nenhum detalhe, mesmo aqueles que possam denegrir minha imagem, uma vez que, minha intenção é alertar todos para que coisas como essas não aconteçam com outros. Embora ainda esteja no vigor da minha sexualidade não precisando de reforços medicamentosos, conversando com um amigo que, mesmo sendo bem mais jovem, é contumaz usuário de tais produtos, este me aconselhou a experimentar pelo menos uma vez, apregoando que o meu desempenho melhoraria 100% e o ego iria lá para as cabeceiras, dado aos elogios que receberia das parceiras altamente saciadas.

-Naquele momento, dei uma larga risada pela entonação artística que ele deu e, de imediato, vislumbrei em minha mente a mulher dizendo-me: Você é maravilhoso, mas, pare, por favor, que não agüento mais!

-Por favor, queira restringir-se apenas aos fatos, sem citações das suas elucubrações. Falou o juiz com a voz ríspida, mas, podia-se notar que estava prendendo o sorriso.

-Desculpe Meritíssimo! Então, nos despedimos e eu saí dali pensando no assunto e, por mera curiosidade, resolvi passar em uma farmácia que ele havia recomendado dizendo que eles não pediam receita. Dirigi-me ao atendente e solicitei com a voz mansa e cautelosa o miraculoso produto. O solícito balconista, bastante discreto, encaminhou-se ao fundo da farmácia e, minutos depois voltou trazendo na mão uma caixinha retangular.

-O senhor vai querer levar a caixa completa ou apenas alguns comprimidos?

-Bem, como é a primeira vez que vou usar, acho melhor levar o suficiente para a experiência, e se for interessante e eficaz, voltarei aqui para adquirir mais.

-Então um envelope com quatro dá para duas ou três vezes, colocando o senhor num pedestal de atletas. Disse ele com um sorriso maroto nos lábios.

Peguei o santo remédio, paguei e segui o caminho de casa, já pensando com quem iria inaugurar essa minha nova era de bom de cama. Aliás, nunca deixei de ser, porém, com o passar do tempo, já despontavam algumas parcimônias do dito cujo, não desejando trabalhar com as grandes assiduidades do passado.

E, quando eu estava imaginando meus desempenhos sonhadores, toca o telefone.

-Alô! Oi Tereza, como vai você?

-Tudo bem Guimarães! Estou ligando para lhe convidar para nós sairmos hoje à noite. Estou com vontade de tomar uns chopinhos e comer uma pizza. E depois poderemos até dançar um pouquinho. Que tal?

-Sem nem pensar, fui logo dizendo que sim, pois Teka é uma gata maravilhosa e eu andava doido por essa oportunidade, já que sempre me insinuava, mas ela levava na brincadeira e me deixava na mão. Agora, sendo uma iniciativa dela, era sinal que a coisa iria rolar.

-Então, passe aqui as 21:00 hs e me pegue. Vou esperar! Beijos!

Claro que me assanhei todo, peguei o envelope da farmácia na mão, dei dois beijos, guardei no bolso e falei: Hoje estou entregue a você!

-Me arrumei todo, peguei o carro, coloquei um CD de Maria Bethânia e fui ao encontro da Tequinha. Parei, ela entrou com aquele corpo monumental, demos um beijinho de boa noite e seguimos para curtir a noite, Segui direto para um lugar para dançarmos alegando que lá tomaríamos uns drinks e depois iríamos jantar. Ela gostou da idéia, e eu também, já pensando em jantar, mas depois de uma gostosa operação amorosa inesquecível, contando com a ajuda da pílula miraculosa.

Depois de duas horas de danças e esfregações regadas com um bom vinho francês, paguei a conta e saímos abraçados, com aquela alegria normal que se apodera dos casais que estão a fim de terminar a noite numa boa. Fui para o melhor motel, pedi a suíte presidencial, um champanhe e alguns petiscos para acompanhar.

Tereza falou que ia retocar a maquiagem e se dirigiu ao sanitário. Aí eu aproveitei e peguei um comprimido e engoli rapidamente, porém, bastante nervoso e tenso por ser a primeira experiência. Ela voltou toda cheirosa já com a roupa meio aberta e começou a me beijar. Pulamos na cama e começamos os preliminares. Mas, por mais que me esforçasse, eu passava a mão nas minhas partes e não sentia nenhuma reação. Comecei transpirar e ver que Tereza estava notando minha falha na hora da verdade. Então, preocupado e com vergonha, pedi licença e fui ao sanitário, pegando antes meu envelopinho e lá tomei mais outro comprimido, achando que a dose tinha sido pouco, e voltei para cama. Mas, quem disse que adiantou nada! Eu nervoso e Tereza ávida e tomando quase toda garrafa de champanhe. Morto de vergonha vesti a roupa e passei a dar desculpas para ela. Aí ela, já meio de fogo e toda fogosa, começou a me chamar de broxa, que eu não era homem, bem que ela sempre recusou meus convites e, que no dia seguinte, iria telefonar para todo mundo contando o que se passou. Isso ela gritava em minha cara dando enormes gargalhadas!

-Meretíssimo, foi nessa hora que o sangue que deveria ter ido para baixo subiu para a cabeça e, num acesso de loucura, enchi a cara dela de porrada e só parei quando ela desmaiou. Parei assustado, vi a desgraça que havia cometido. Chamei o gerente do motel, pois pensei que ela estava morta e ele, imediatamente, chamou o SAMU e a polícia também! A ambulância a levou e a polícia me prendeu em flagrante. Eu queria explicar, mas, os policiais não queriam ouvir nada e diziam que eu iria falar com o delegado.

Na delegacia o delegado me tranqüilizou dizendo que havia ligado para o hospital e ela apenas estava com um corte no supercílio, que foi a causa de tanto sangue. Mas, estava bem e sem maiores problemas. Essa notícia me deu um alivio grande e, quando percebi olhando para baixo, meu membro estava mais duro beira de sino. Tomei um susto e minha reação foi colocar a mão no bolso para disfarçar aquela situação constrangedora numa hora tão imprópria.

-Meritíssimo aí foi que foi que aconteceu o desagradável e humilhante! Colocaram-me em uma cela com uma mulher extravagante, porém até que era bonita e o carcereiro, tendo notado minha excitação, disse com uma risada bem maliciosa: Aproveite o resto da noite valentão! Minha preocupação era sair dali o mais rápido possível, mas, do jeito estava, assim que o cara saiu, a mulher começou a me apalpar e não tive como dizer não. Ela me masturbou umas cinco vezes e, somente depois disso, o desgraçado “falhador” começou a adormecer. E, para minha surpresa, quando percebi, a tal mulher era um traveco! Aí não agüentei! Dei-lhe uma porrada que a bicha caiu com as pernas abertas completamente desmaiada. Depois foi que fui saber que tinha que tomar a merda do remédio uma hora antes para dar o efeito desejado. Mas, infelizmente, já haviam acontecidas as tragédias.

Peço-lhe meritíssimo que compreenda minha situação, pois foi por falta de informação que aconteceu esse fato e, sinceramente, perdi a cabeça e agi como um louco desesperado, mas, sou um pacato cidadão.

-Infelizmente o senhor foi enquadrado na lei Maria da Penha e homofobia e, por esses crimes e delitos está condenado a 4 anos de detenção em regime fechado e a pagar todas as despesas médicas das suas vítimas! Falou o juiz, batendo o martelo e dando o julgamento por encerrado!

Estou fazendo essa declaração para que todos vocês tenham o máximo cuidado com esses remédios, pois, como aconteceu comigo: Tomei para foder bem e acabei bem fodido!



*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras – Itabuna-BA. antoniodaagral26@hotmail.com





quarta-feira, 6 de maio de 2015

As tias/mães!

As tias/mães!


Antonio Nunes de Souza*

Estamos nos preparando, já nas vésperas do dia que, com justa e honrosa dedicação, foi oficializado como o “Dia das Mães”!

Logicamente, como todos nós temos ou tivemos mãe, a sensibilidade da data faz com que não só relembremos fatos passados, como também observe o que acontece no presente. Carinhosamente, as professoras foram tituladas pelos alunos com a denominação de tia, obviamente, uma iniciativa das mães que, quando levavam seus filhos pela primeira vez as creches ou escolas, apresentavam para eles como aquela era uma nova tia que cuidaria deles. E, assim sendo, essa nomenclatura foi se enraizando de tal forma que, atualmente, tornou-se uma normalidade!

E, nesse artigo/crônica, nossa pretensão e desejo é de salientar como esse entrelaçamento entre a mãe e a professora é de uma preciosidade fantástica, pois, para os alunos, principalmente aqueles que por razões profissionais não desfrutam constantemente da presença materna, tenham em suas tias os carinhos, afagos e conselhos, aprimorando com dedicação não só a sua educação escolar, como também a doméstica!

Para que essas “tias/mães” desempenhem melhor essas dúbias funções, o Ministério da Educação, através das secretarias estaduais e os núcleos regionais de educação, proporcionam cursos, seminários, encontros, palestras, etc., principalmente com um cuidado e carinho maior, para as professoras ligadas aos colégios e classes de alunos especiais!

Portanto, recebam afetuosamente o meu abraço de parabéns, como reconhecedor desse digno trabalho agregado aos colégios, que honra e glorifica essa maravilhosa profissão. Tenho muitas saudades das minhas tias do passado que, com carinho, guardo-as em meu coração!

*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras – Itabuna-BA antoniodaagral26@hotmail.com



domingo, 3 de maio de 2015

Descoberta tardia!

Antonio Nunes de Souza* Meu avô, velho filósofo popular, sempre que eu o enqueria com algo, me explicava, mas, as vezes sentia que meu entendimento não estava sendo suficiente, então dizia: “Meu netinho com o tempo você vai entender e aprender!” E não é que ele tinha razão! Pois, com o danado do tempo, aprendi muitas coisas, mudei alguns comportamentos, hábitos, inclusive adquiri gostos mais aprimorados e, principalmente, a qualificar minhas amizades. Se você que está lendo for jovem, com o tempo me entenderá, tenha certeza disso! Passadas várias décadas, cheguei à conclusão e descoberta que não sou e nem nunca fui poeta! Me denominei ou fui denominado, talvez pela bondade e gentileza dos amigos, querendo massagear o meu ego, estimulando-me com tal título, pois, a maneira que faço poemas (?) é tão diferenciada das obras que leio que, para ser franco, sinto que sou apenas um homem que sem rodeios e “salamaleques”, expressa seus sentimentos, desejos e necessidades. Adoro ser assim, bem objetivo, sendo claro nas intenções, para que não haja dúvidas nas questões e nem nas ações que espero que aconteçam. Um jeito pouco comum, mas, sincero e verdadeiro! Jamais consegui dizer para uma mulher que ela é “uma estrela que brilha no céu da minha vida”. “O sol que ilumina meu coração”. “A mais linda flor do meu jardim!” “Quisera lhe dar a lua de presente para enfeitar mais ainda sua beleza!” Na minha brutalidade poética, eu diria essas mesmas coisa da seguinte maneira: “Seu lindo corpo estimulou minha libido Com desejo em meu corpo concebido Pelo seu jeito charmoso e sedutor! Gostaria de desfrutar dessa beleza Com carícias e muita nobreza Mostrando-lhe o que é o amor!” Sinceramente, isso não é poesia, pois mais parece uma proposta de tarado! Depois dessa minha descoberta, procurarei nos meus restinhos de anos, mudar um pouco meu pavoroso estilo ou, o que é mais justo, deixar de tentar fazer poesias, apenas continuar com minhas modestas crônicas! Os poetas são sonhadores, pintam quadros mirabolantes com pinceladas de palavras bonitas, esperam que os absurdos aconteçam através das divindades e dos homens, românticos, meigos e cheios de esperanças, mesmo vendo em certas ocasiões que, tudo aquilo, é impossível! Descobri que não sou poeta, mas, gosto e admiro todos eles com o maior respeito e carinho!!! *Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras – AGRAL – antoniodaagral26@hotmail.com

sábado, 2 de maio de 2015

Desejo!

Desejo


Antonio Nunes de Souza*



Seus lábios carnudos e belos,

Enfeitando os sorrisos amarelos,

Dos seus dentes brancos e bonitos.

Seus olhos desviam disfarçadamente,

Parecendo que não vê a gente,

Deixando meus instintos aflitos.



Suas pernas longas e torneadas,

São bonitas e desejadas,

Como todo seu corpo de menina/mulher.

Seus seios pequenos e delicados,

Pedem para serem acariciados,

Pelo homem que você quiser.



Quisera ser o homem escolhido,

Poder segredar em seu ouvido,

Como desejaria esse homem ser,

Em cada parte do seu corpo daria um beijo,

Juntaria nossos corpos num lampejo,

E encheria o seu ventre de prazer.



*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras de Itabuna – antoniodagral26@hotmail.com



A consciência negra!

Antonio Nunes de Souza* Estamos, sem nenhum favor, comemorando e homenageando a maravilhosa etnia negra. Sendo que, nesse mês, escolheram um dia especial para manifestar esse evento, porém, como as consciências brancas (?) estão cada dia mais convencidas das absurdas injustiças cometidas no passado contra essa etnia fantástica que, trazida a ferros e chicote, aqui chegou e ajudou a construir a nação brasileira, achou por bem ampliar os festejos durante todo esse mês! Milhares morreram vítimas de doenças, fome, maus tratos, castigos brutais e, principalmente, desgostosos por terem deixado sua terra natal, seus familiares e serem caçados como animais e vendidos brutalmente para serem escravos em terras distantes. Poucos sabem que, muitos chefes de tribos africanas, prendiam ou enganavam os mais fortes homens das tribos e, covardemente, vendiam seus irmãos ou trocavam por mercadorias com os colonizadores da época. Essa atitude talvez seja uma das mais injustas e pecaminosas no período da escravatura mundial. Na faculdade, quando estudei licenciatura de história, fiquei ao mesmo tempo que encantado com essa etnia (meu professor proibia que se usasse a palavra “raça”), pela sua heroica luta cheia de sofrimentos, preconceitos, desprezos e desrespeito humano e, com a coragem de guerreiros e inteligências privilegiadas, estão conseguindo dominar o mundo em todas as áreas (todas mesmos), mostrando que não eram e não são inferiores, apenas jamais lhe fora dada as oportunidades que deram e dão aos outros povos que para aqui apenas emigraram em busca de coisas melhores. Mas... esses são de cores privilegiadas e suas características são orientais e escandinavas. E, por outro lado, envergonhado de saber que o nosso país foi o último do mundo a dar liberdade aos escravos, acabando com a escravatura, porém sem ajuda-los em suas novas vidas, e eles para sobreviverem, criaram vários guetos e favelas, hoje conhecidas como quilombolas! Essas comunidades quilombolas conservam suas tradições e, felizmente, os governos têm, muito embora com muita parcimônia, dado assistência e algumas melhorias que são aproveitadas com unhas e dentes, hoje já contando com muitos dos seus filhos e netos com formações universitárias, graças aos seus predicados de lutadores e persistentes em mostrar suas verdadeiras capacidades, mesmo tendo que aguentar um preconceito disfarçado e muitas vezes exagerado de uma sociedade hipócrita e desumana! Parabenizo esse povo heroico e de comportamento constante de lutas que, graças a ele, temos um país cheio de encantos mil, uma cozinha privilegiada criada com as vísceras que lhe eram jogadas nos pelourinhos, sendo para nós baianos o rei do petisco o nosso mundialmente famoso e delicioso “acarajé”! Parabéns meus queridos irmãos negros, que além de toda sua linda história, ainda está nos dando e proporcionando a criação da nossa belíssima apreciada mulata, etnia legítima brasileira! Com eles aprendemos a sorrir, cantar, dançar, levantar a poeira e dar a volta por cima. Mais que isso eu choro de felicidade!!! *Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras de Itabuna – antoniodaagral26@hotmail.com