segunda-feira, 30 de março de 2015

O dia da mentira!

O dia da mentira!


Antonio Nunes de Souza*

Primeiro de abril, dia nacional que homenageia a mentira, sempre foi um manancial de brincadeiras e pegadinhas que divertiam todos com inocência e alegria. Na minha juventude a mentira era chamada de “culhuda”, palavra que não sei a origem e nem a razão desse batismo. Talvez algo regional, criado no recôncavo para enfatizar a inverdade!

Criavam-se pequenas estórias, notícias maravilhosas e algumas poucas tristes, porém, tínhamos o cuidado de não ludibriar as pessoas, prejudicá-las ou causar danos morais, pessoais, comerciais e materiais. Era, sinceramente, divertido e agradável a participação feliz de todos!

O dia da mentira era, verdadeiramente, uma realidade sutil esperado por todos, no sentido único de brincar com os distraídos amigos e parentes, quebrando a rotina do nosso cotidiano.

O tempo passa, os hábitos vão mudando, a juventude dedicando-se a novas brincadeiras eletrônicas e virtuais, os adultos preocupados com as guerras e os desentendimentos entre países, além das crises financeiras das potencias mundiais que, direta e indiretamente, atingem suas economias!

Mas, sempre tem alguém que, a depender dos resultados que ela possa proporcionar, não deixa a peteca cair e, engenhosamente, amplia, generosamente, seu período para uma comemoração diária e uma regra de comportamento normal e obrigatório.

Tenho certeza que você, por mais puro que seja, já percebeu que estou referindo-me a uma grande fatia da classe política que, sem nenhuma cerimônia, mente com a maior cara de pau, de janeiro a janeiro, fazendo com que todos os dias do povo sejam primeiro de abril.

E, lamentavelmente, a culpa desse comportamento ter se tornado uma regra é, estritamente, você meu caro amigo e eleitor, pois, vendo e sentindo na pele as agruras provocadas pelas mentiras, ainda acredita nesses insetos e peçonhentos traiçoeiros animais, votando novamente neles, dando a oportunidade deles mais se firmarem e continuarem com suas trapaças e enganações.

Creio que seja importante você parodiar a música de Jackson do Pandeiro: “chegou a hora de mostrar a essa gente o nosso valor” e, ao mesmo tempo, cantar a música de Zeca Pagodinho chamada Verdade: “Descobri que te amo demais...Itabuna e meu Brasil!”

*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras de Itabuna - antoniodagral26@hotmail.com



sexta-feira, 27 de março de 2015

Medo!

                     Antonio Nunes de Souza*

Sou especialista em análises,
Aliás, sou e estou habituado a analisar.
Pessoas, coisas, abstrações, ilusões, etc.
Sou um detalhista explícito,
Pouco gosto do que vejo,
Muito menos do que ouço,
Será que sou louco?

Ou será que o mundo é um silo de bobagens?

Sinto as pessoas cada dia mais idiotizadas,
Conformadas com as migalhas da contra cultura,
Nivelando-se nos porões, pelas facilidades de acompanhamentos
Simplórios da sociedade desassociada.
Será que sou louco?

Ou será que estamos em plena travessia da mutação de valores?

Excesso de horrores, dores e falta de cores,
Prazeres e gostos de pessoas vazias,
Manipuladas por preços módicos,
Pela medíocre mídia, como as próprias mediocridades impostas.

Não!
Não, eu não sou louco!
E não tenho juízo tão pouco.
Eu faço é parte dessa merda toda,
Agrupado numa minoria dispersada e aflita,
Que, em cantos diferentes grita,
Com medo que em nossas cabeças a imbecilidade exploda.

*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras de Itabuna – antoniodaagral26@hotmail.com


segunda-feira, 23 de março de 2015

Sonho e esperança!

Antonio Nunes de Souza* Era uma mulher maravilhosa! Um corpo perfeito com todas as peças nos lugares certos, seios lindos rígidos e pontudos com tamanhos adequados, o quadril tão bem formado que parecia que fora esculpida por Michelangelo, seu rosto tinha todas as características de uma beleza nórdica, que é na verdade o padrão internacional de beleza, suas pernas eram tão bem torneadas que não se percebia os joelhos, dado sua uniformidade até a junção dos seus pezinhos delicados! Era um raro espécime que apenas tinha duas coisas que não combinavam com essas características citadas. Não que fossem deméritos, apenas era uma combinação de mixagem de tipos étnicos, parecendo uma criação laboratorial e, curiosamente ela era negra e os seus cabelos crespos poderiam não combinar com esse deslumbrante, divino e maravilhoso ser. Mas, sinceramente, tudo era uma perfeição! Quando ela andava com seu porte de rainha e a elegância impecável, seu belíssimo corpo parecia estar zombando dos nossos gulosos olhares para suas nádegas, que jamais mereciam ser chamadas de bunda. Seria um sacrilégio e um demérito com aquele santuário! Como todos nós mortais passíveis de detalhes que, lamentavelmente, nos sacaneiam, ela também tinha o dela, que suponho não agradá-la. Ela tinha aquela doença de pele chamada de Vitiligo, que faz aparecer uma série de manchas brancas pelo corpo e, até hoje não tem uma cura definitiva, pois se trata de uma falha orgânica do indivíduo não produzindo uma substância necessária para a coloração uniforme da pele. Infelizmente, a ciência ainda não descobriu como fazê-la no laboratório. Mesmo assim, por incrível que pareça, essa combinação de cores (preto e branco), ela não deixava de ser uma perfeita mulher era uma estrela e botava fogo nos nossos desejos sexuais. Eu, que a admirava mais que tudo, intimamente e secretamente, coloquei o seu apelido de Dálmata. Uma linda cadela, meiga, linda, charmosa e sabe dar e receber carinhos! Assim era minha querida e inacessível Luana Dálmata, meu desejado exemplar canino, que, por muitas vezes, me levou a generosas masturbações solitárias, apenas usando a fértil imaginação de um desejo guloso e libidinoso! Confesso que um dia cheguei a sonhar que era um pastor alemão e, quando minha querida Dálmata passou por mim na rua, eu, com a liberdade canina, corri atrás, dei umas cheiradas no seu sexo protuberante, lambi babando de satisfação e, prontamente, me equilibrei em seus ombros e fui me introduzindo sem dó nem piedade, sem ligar os transeuntes que olhavam admirados e sorrindo, até que me engatei com toda segurança possível. Jogaram-me água fria, me bateram com uma vassoura, gritaram, jogaram coisas, mas, eu não largava de jeito nenhum. E, minha cadela, gostando também, virava-se de lado e me lambia todo, alimentando minha tesão embutida e guardada por tanto tempo. Acordei daquele jeito: em petição de miséria! Mas, realizadíssimo e pensando como seria bom se esse sonho um dia pudesse se realizar com minha querida e poderosa Luana Dálmata! Depois desse episódio me voltei a olhar para a doutrina espírita com mais atenção, pedindo ao Nosso poderoso Senhor que me reencarne como um lindo cão, que não tem cerimônias para fazer e atender seus caprichos e necessidades nas horas que as oportunidades despontam! Quero me chamar Rex e já estou aprendendo a latir: Au, Au, Au, Au! *Escritor (Blog Vida Louca – antoniomanteiga.blogspot.com – antoniodaagral26@hotmail.com)

sábado, 21 de março de 2015

Esse homem tem toda razão!

Antonio Nunes de Souza* Precisando dar minha opinião na área das famosas premonições que se espalham em todo mundo, convivendo na Bahia, terra dos Orixás e crenças africanas, que misturadas com a cultura dos Tupinambás e Tupiniquins, não se pode deixar de acolher o crédito de um bom e experiente jogador de búzios que, geralmente, são pais de Santos. O escolhido deve ser Avô de Santo, pois, cabeça e barba são brancas como a pomba da paz. Famoso pelos seus acertos passados, trabalha com hora marcada e triagem na clientela, priorizando aqueles que, de alguma forma, promova suas virtudes na mídia ou nos circuitos sociais de ponta. Vê-se logo que nosso “vovô adivinho” não tem nada de besta! Fui recebido por um casal de jovens vestidos de branco, bem penteados e unhas feitas, demonstrando que o serviço era de primeiro mundo, apenas baseando-se nas técnicas e tradições do terceiro. A moça solicitou que sentássemos e, consultando seu computador hi-tech, checou minha consulta e, no interfone, anunciou minha presença, recebendo uma resposta numa voz sonora e forte, autorizando minha entrada. Foi nessa hora que fiquei conhecendo o homem descrito acima. Apenas um novo detalhe: O coroa estava com um terno Pierre Cardin de cambraia inglesa, camisa Pólo, gravata que pelo corte deveria ser italiana e um sapato que não precisava se saber a marca para ver que era especial. Quando o cara apertou minha mão e pediu para sentar-me, deu um sorriso que parecia uma passeata de ambulâncias de tão brancos que eram. Tenho que confessar que me senti logo humilhado com minha calça jean comprada numa promoção de uma lojinha do calçadão da Rui Barbosa, camiseta hering e uma sandália de couro cru que comprei na feira livre em Feira de Sant’ana. Sem contar dois dentes escurecidos que tenho na frente, graças uns “canais” que fiz na juventude com um charlatão e nunca liguei para tentar consertar. Não sou chegado a vaidades, mas, naquele momento, me senti um verdadeiro cu de cobra (além de arrastando no chão, ainda situado lá no fim do rabo). Ele não me olhava com desprezo, pois sabia que tenho algum status na mídia e imaginou que eu era um dos excêntricos intelectuais que não ligam para as aparências. Iniciando a conversa, nosso adivinho manequim foi logo dizendo: não jogarei búzios e nem irei declarar que vai morrer um grande cantor, vamos perder uma famosa personalidade mundial, que haverá novas guerras, diversas hecatombes, novas doenças e curas na medicina, etc., pois, esses fatos são normais acontecer todos os anos e estaria repetindo os clichês usuais. Vou me concentrar, estritamente, nos comportamentos do povo que, diretamente, influencia a decorrência de milhares de fatos, principalmente em nosso país. Achei estranha essa declaração, mas, ao mesmo tempo, sincera e cheia de convicções, demonstrando que eu estava em frente a alguém que sabe o que faz e bases sociais e científicas para tanto. E, quando falei que concordaria, dei uma olhada geral na sala, que era toda azul com diversas nuances, parecendo (o que imagino) ser igual ao quarto de Roberto Carlos. E, na parede principal, vislumbrei dois diplomas de PHDs em filosofia e sociologia. Aí foi que fui sentir que o homem não era pai nem avô de Santo, era o próprio Santo! Jogar búzios para ele era coisa do passado! -Como estou com um cliente bem informado, experiente pela idade, vivência e também estudos, farei apenas uma síntese da motivação comportamental que domina o universo humano, tornando os fatos reflexivos, por não serem ativos e ficarem, comodamente, passivos. Nesse simples jogo de palavras, estou espelhando uma sociedade que deitada no berço esplendido das omissões, vestindo o pijama do silêncio, coberta pelos lençóis dos interesses egoísticos, permitem e até ajudam a acontecer as mais absurdas falcatruas e descalabros dentro da política, vendo o povo ser assaltado por uma série de políticos e administradores públicos e, como gozam a vida equilibrada dos privilegiados, aliada as benesses que geralmente acontecem, esses cegos, surdos e mudos continuam dormindo num ronco tranqüilo de satisfação e prazer. -Para efeito apenas de ilustração e também por tratar-se de nossa cidade, lamentavelmente, estamos presenciando, vendo, a olhos nus, os absurdos que estão sendo denunciados e comprovados, com réus confessos, saúde deteriorada, uma câmara que deveria ser de gás letal, mas... seu gás é, simplesmente, hilariante! E, mediante tudo isso, a dita sociedade organizada (?) comporta-se como disse acima, deixando nossa cidade transformar-se em um verdadeiro caos. O povo? Esse que se exploda! Depois é só dar um caminhão de areia, umas telhas, alguns blocos, uma dentadura, óculos, colocar uns trios nas festas e pronto. Nosso voto está garantido para reeleição ou para eleger os candidatos que indicarmos. Enquanto eu ouvia calado dando o máximo de concordância, ele continuava sua séria e verdadeira explanação. É uma pena ver esse fato e não poder, num passe de mágica, modificar esse sórdido comportamento que os cegos e tolos que assim procedem não se apercebam que estão criando monstros (vide o morro do alemão), que já estão tirando suas tranqüilidades e de suas famílias. Além de viverem gradeados em casa, são passiveis de assaltos seqüestros e assassinatos. Nada mais que o efeito bulmerang que meu amigo Matheus conhece tão bem. -Não lhe cobrarei nada pela nossa conversa, foi um prazer e espero que, mesmo em poucas palavras, tenha conseguido externar uma triste verdade que, com compromisso e boa vontade, pode ser corrigida ou minimizada. Simplesmente, nós dessa sociedade omissa e interesseira, somos os maiores responsáveis! Com essas palavras, fechou ele sua sincera demonstração do comportamento político/ social da nossa hipócrita população. Trocamos algumas palavras por mais meia hora, agradeci e saí alegre por encontrar alguém que comunga com meus pensamentos e triste com a podre realidade. Perdi até o interesse de saber os acontecimentos futuros! *Escritor - Membro da Academia Grapiúna de Letras de Itabuna - antoniodaagral@hotmail.com

segunda-feira, 16 de março de 2015

O terceiro turno!

Antonio Nunes de Souza* Depois de ter sido eleita no primeiro turno, tendo uma comprovação no segundo, os “riquinhos inconformados, aliados aos netos e filhos do trágico golpe militar de 64 e uma oposição sedenta e inconformada por não estar no poder”, Dilma, agora mais que reforçada e tranquila, continuará seu governo, logicamente, aproveitando essa manifestação “ programada”, para consertar muitas coisas erradas existentes, graças as parcerias partidárias mal feitas, que absurdamente, dão seus apoios e exigem cargos importantes e colocam pessoas sem as devidas competências, comportamentos duvidosos, que lamentavelmente, só fazem denegrir, qualquer governo que seja! Teremos e merecemos uma reforma política mais ampla, mais aberta para o povo e o governo deve apontar, nominalmente, aqueles que, por interesses próprios, tentem emperrar as realizações. Tomando essa atitude valente e corajosa, com certeza, terá o apoio incondicional do povo que lhe dará maiores confiabilidades. Basta de subserviências com os partidos que por terem uma maioria nas câmaras e no senado, façam suas manobras e governem influentemente o país de uma maneira, muitas vezes inadequadas, mas, olhando suas conveniências! Os mais aguçados olheiros, perceberam que, desta última feita, as manifestações foram pacíficas, sem “quebra quebras”, depredações, badernas, etc., pois, até as criancinhas da APAI sentiam e sabiam que esses comportamentos eram e foram engatilhados para chamar a atenção do inocente povo, fazer furor nas mídias e assombrar a nação. Obviamente, nesse terceiro turno que eles da oposição contavam com o público e suas famílias, recuou suas quadrilhas de baderneiros, para que a coisa fosse mais uma manifestação completamente espontânea! Sinceramente, não creio que, com mais essa derrota, tenham coragem de programar um quarto turno, ou, em última instância, tomar o governo na “marra”, mostrando mais uma vez que, quem manda é o capital. Que é absurdo um partido de trabalhadores e operários esteja comandando um país, hoje, respeitado no mundo todo. Mas, quando tiveram oportunidades, nunca provaram suas competências. Antes não se via uma prisão de um guarda noturno por roubo ou corrupção, pois sabemos todos que, desde a colonização existem sistemas de desvios e peculatos no Brasil. No atual governos, por uma posição mais ampla de ação, diariamente, são acontecidas prisões de prefeitos, vereadores, deputados, senadores, juízes, promotores, policiais de várias patentes, traficantes dos mais perigosos, etc. e, para aqueles que prestam a atenção, podem ver que são pessoas que já eram bandidos bem antes do PT estar no poder ou até existir. Não deixo de reconhecer que, lamentavelmente, pessoas do partido seguiram o esquema já implantado, mas, por ganâncias ou inabilidades, foram pegados e devem pagar, veementemente, na justiça, não cabendo nenhuma benevolência ou perdões absurdos! Vale respeitar a vontade da maioria do povo que elegeu Dilma (agora pela terceira vez) e se preparar com dignidade e postura de cidadania, apresentando um candidato ou candidata que possa tomar o poder governamental, através do voto, e trabalhe bem para que possam conservar seus partidos em evidências! Uma coisa é certa, esse terceiro turno servirá, substancialmente, para que a presidenta tome atitudes, talvez até drásticas, no sentido de corrigir uma série de distorções existentes em função dos favorecimentos e acordos acima citados! Uma coisa é certíssima: Estamos tendo mais uma lição do que seja democracia em um país que, depois de sofrer horrores, exílios e torturas, está dando a volta por cima, sacodindo a poeira e mostrando a nossa cara, com orgulho, para o mundo! *Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras de Itabuna – antoniodaagral26@hotmail.com

quinta-feira, 12 de março de 2015

A incoerência humana!



Antonio Nunes de Souza*

Ao circularmos pelas ruas da cidade, ouvir, ver e ler alguns noticiários, não podemos deixar de estarmos estarrecidos com os controvertidos e paradoxais comentários, com relação a algumas determinações baseadas nas leis vigentes, no sentido de minimizar os grandes erros já enraizados nos comportamentos comuns da nossa exigente sociedade que, lamentavelmente, não cumpre a sua parte, mesmo as mais simples e básicas!
Dentre muitos assuntos procuramos focar um que, por ser uma novidade em nossa cidade, está sendo “malhado” e condenado pelos condutores de veículos e, por incrível que pareça, até por uma grande gama de transeuntes. Parece algo inacreditável, mas, é uma realidade, que nossa vizinha Ilhéus sofreu na pele há mais ou menos um ano. Trata-se da instalação de radares nas principais vias urbanas, placas com controles de velocidades bem distribuídas e visíveis, no sentido único de dar melhor segurança para todos, evitar acidentes, atropelos e congestionamentos provocados pelos apressadinhos do volante. Então, o que deveria parecer algo inovador no município para favorecer e organizar as vias urbanas, tornou-se alvo veemente de críticas, como se esse comportamento moderno e eficiente no mundo todo, fosse uma indústria de multas para angariar dinheiro para os cofres públicos, não querendo os arautos de tolices, reconhecer que o que foi implantado, deve ser respeitado rigorosamente, e se assim for feito, eles não serão multados ou sofrerão penalidades. Logicamente, somente aqueles que não respeitas as leis e as normas, são condenados juridicamente.
Vejam vocês que, quando não existia organização, o trânsito era vulnerável a uma série de tormentos, todos (esses mesmos) achavam que deveria haver uma providência por parte da administração. Aí, quando toma-se posições e atende-se o necessário e os pedidos, imediatamente a administração é taxada de abusiva e extorsiva, quando na verdade abusivos são os motoristas irresponsáveis e os pedestre que não utilizam corretamente as faixas determinadas para as travessias. Vamos ser menos incoerentes e mais obedientes que, com certeza, os resultados serão mais benéficos e estaremos dando uma sinalização de maior civilidade e cidadania.
Vamos aproveitar para também falar sobre outro assunto com determinada similaridade: as blitzs policiais! Quando não são feitas todos condenam dizendo que os bandidos e ladrões circulam livremente pelas cidades e estradas. Porém, quando os condutores de veículos se deparam com uma guarnição verificando documentações, equipamentos, etc., todos saem revoltando com a operação, achando os policiais chatos, exigentes, atrasando os percursos e criando transtornos!
Como poderemos entender a incoerência dessas pessoas que, na realidade, não sabem o que querem, ou, o importante para elas é falar mal de alguma forma!

*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras de Itabuna – antoniodaagral26@hotmail.com

terça-feira, 10 de março de 2015

A influência da cobra na vida dos homens!



                                                                                                                           *Antonio Nunes de Souza

No início do mundo, em data não precisa com exatidão, logo que Deus acabou de cria-lo e partiu para seu descanso domingueiro, deve ter tirado um sono reparador e sonhou que estava faltando algo: O homem, que seria sua semelhança!
Levantou-se ou não sei se ele estava levitando, foi a uma olaria, literalmente primitiva, apanhou uma porção de barro (imagino, de qualidade duvidosa, pois nossos defeitos não são de fabricação e sim pelo uso de material de segunda) e começou a esculpir o primeiro ser humano do universo. Como se tratava de sua réplica, logicamente não teve dificuldades no traçado, pois, com sua habilidade divina, fazer escultura era fichinha para o Mestre.
Depois de olhar carinhosamente sua obra prima, disse: Fale, ande e pense! E o homem, como num passe de mágica, levantou-se, deu bom dia (não sabemos em que língua) e começou a pensar. Deus deu um sorriso e também pensou: Eu sou f...antástico! Somente Michelangelo poderá fazer igual, mesmo assim daqui há milhões de anos e a dele não falará. Há! Há! Há (trata-se de uma divindade, mas ele é gozador).
Como era de se esperar o homem pensou logo: Que lugar maravilhoso! Pena que não tenha mulher. Não conseguimos saber até hoje como ele teve essa idéia. Supomos que ele tenha olhado para suas partes íntimas e sentido que aquilo não servia apenas para fazer xixi. Era muito grande e ainda arrastava uma pequena sacola sem utilidade aparente, inclusive, bastante sensível.
Como se estive lendo seus pensamentos (e realmente estava, pois Ele tem todos os poderes), falou: Filho, não ficarás sozinho! Todos os animais contam com o seu par e você terá também o seu! (segundo a história, sua voz era super impostada e tinha eco, só não sabemos é o tal do idioma).
Pena que ainda não tinha o vídeo tape, para a gente ver hoje a cara de alegria do homem quando ouviu essa declaração divina.
Então Deus disse: Homem (ele já nasceu homem, mas, mesmo sem ter tido infância, nunca teve traumas por isso), tirarei uma costela sua, para que vocês tenham a mesma formação genética e farei um outro ser que se chamara mulher!
O cara deu um suspiro de alívio, imaginando que seria melhor uma costela do que Ele ter escolhido aquele penduricalho sem utilidade aparente, que pela sua protuberância, poderia ser essencial e benéfico no futuro. Pois, mesmo não sabendo o que aconteceria, imaginou logo que poderia rolar alguma coisa interessante.
Feita a cirurgia manual (Zé Arigó, Dr. Fritz e outros até hoje tentam imita-lo e não conseguiram), em alguns minutos surgiu uma linda mulher (claro que não foi Julia Roberts).
Novamente lamento a falta do vídeo tape, pois o cara deve ter babado de alegria ao deparar-se com sua primeira companheira. Olhou cuidadosamente os seios pontudos, o bumbum proeminente, sem pelos e, na frente, uma pequena rachadura exatamente no mesmo lugar onde ele tinha o penduricalho e imaginou logo: Rapaz isso vai dar trovão! (não existia samba naquela época e o único som era dos trovões).
Ele correu logo para beijar os pés do Senhor e agradecer aquela dádiva.
-Calma homem! Vocês viverão aqui no paraíso e seu nome será Adão e o dela será Eva! Porém, jamais poderão cometer pecados, senão serão penalizados!
-A partir de hoje vocês terão o livre arbítrio e tudo vai acontecer em função das suas atitudes. (Como disse antes, Ele é bom, mas é gozador. Foi como hoje dar muito dinheiro a um cara e proibir de gastar).
-Fique tranqüilo Mestre! Seremos fieis e faremos jus a sua confiança.
Já que Deus não leria mais seus pensamentos, ele fez a primeira imaginação pecaminosa do homem que a história conhece: Um paraíso desse, uma mulher do lado, feita a mão com o maior carinho e ninguém pra azarar, se eu não me segurar vai dar o maior bundalelê (Latino copiou esse termo nas escrituras).
E não deu outra! Apareceu a tal cobra bastante assanhada (não sabemos se foi de cabeça chata e triangular que é venenosa ou cabeça redonda que expele leitosidade, porém não mata, apenas faz inchar a barriga por tempo determinado). Acho que foi a segunda. Ela sugeriu logo que o homem comesse a maçã (?) e ele, com a fome que estava, não pestanejou.
Graças a essa bendita cobra, nós estamos aqui para contar a história para a humanidade. Ficando em nossa mente a grande dúvida: Se a intenção divina era essa mesmo e Ele não queria ser explícito ou a cobra foi uma ação demoníaca.
De qualquer forma, devemos agradecer sempre a Deus que nos criou e ao bom gosto e sugestão maravilhosa desse peçonhento e rastejante animal.

*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras de Itabuna – antoniodaagral26@hotmail.com