sexta-feira, 31 de maio de 2013

Encontro fatídico!

                             Antonio Nunes de Souza*

Com um título desses parece ser uma das manchetes escandalosas dos jornais para comentar um crime hediondo qualquer, tão comum no nosso dia-a-dia. Mas, na verdade, trata-se apenas de um encontro com um velho amigo, na praça de alimentação do shopping, nosso único point itabunense que ainda se pode freqüentar com dignidade e encontrar um ambiente agradável e salutar!
Observei a passagem de um velho, careca, gordo desproporcional a sua altura, óculos na ponta do nariz e tão curvado para frente que mais parecia uma árvore sendo açoitada por uma ventania. Olhei para o seu rosto e, para minha surpresa, tratava-se de um colega de infância bem mais novo que eu, mas, companheiro em muitas das nossas aventuras.
-Oi Geraldo, não está me reconhecendo não?
-Poxa rapaz, você não é Antonio Manteiga?
-Claro cara! Tem tanto tempo que não lhe vejo que estranhei quando você passou. Mas seus traços fisionômicos ainda são, relativamente, os mesmos.
-Porra meu irmão creio que é a única coisa que me restou nessa velhice filho da puta.
-Mas meu amigo você está desfrutando da terceira idade, também chamada de “melhor idade”.
-O sacana que arranjou essa titularidade deve ter sido algum médico geriatra que, querendo encher o cu de dinheiro, tentou enganar os velhinhos com esse papo de jacaré. Depois dos sessenta mermão a coisa pega pra caralho. E, o dia que você não amanhecer com alguma dor, pode ter certeza que morreu enquanto estava dormindo.
-O que é isso cara! Sou mais velho que você e ainda não tenho queixas.
-Pois eu tenho as piores do mundo. E, como você é meu amigo, vou lhe confessar, pois para os outros, eu tiro uma onda que tudo vai bem. Vou começar pelo problema urinário: tenho que mijar quase toda hora, até durante a noite. E depois de uma mijada, antes eu apertava o cu três vezes e não ficava nem uma gota. Hoje tenho que apertar o cu seis ou sete vezes senão quando sair do sanitário e apertar o furico, vem logo uma esguichada na calça. E no dia que descobri isso, foi bem aqui nesse lugar. Corri me sentei e pedi uma mineral, fiz que era um acidente e derramei o copo na roupa para justificar a molhação e tive que ir correndo para casa.
-Porra! Que vexame retado em mano?
-Isso não é nada cara! Pior é ter que sacudir aquele monte de pelancas depois da mijada que, nem aquela velha e antiga tesão de mijo o filho da puta não se pronuncia. Olho para ele com o maior desprezo.
-E você tem se alimentado bem?
-Só não mando você ir tomar na bunda porque não lhe vejo há muito tempo, mas, perguntar isso é foda. Não posso comer quase porra nenhuma. Uma coisa é ruim para os rins, outra para o coração, outra para o intestino e algumas outras para o fígado. Tomo seis remédios por dia, tenho que anotar em uma agenda para não esquecer essas merdas.  Você não está vendo eu meio gordinho? Pelanca pura cara! Fui olhar minha bunda outro dia no espelho quase choro. Está mais caída que a bolsa de NY em 1929. Parece um maracujá gigante que além de murcha, ainda está com uma rachadura no meio.
-Porra compadre, você parece que está fodido!, Mas, pelo menos ainda tem disposição para passear no shopping, ver amigos, etc.
- Ah Ah Ah! Você esta me gozando. Eu vim aqui para comprar remédios, pois é o lugar mais perto da minha casa. Mas, estou cansado pra caralho com essa caminhada.
-E o intestino funciona bem?
-Bem mal. Tenho uma prisão de ventre daquelas bem brabas. E ainda peido o dia todo e toda hora. Às vezes vou andando e pareço uma motocicleta, pois vou peidando tipo carretilha. Já passei vários vexames por causa disso. Nem meu cu me respeita mais.
-Felizmente a visão não lhe atrapalha.
-Graças a Deus não, mas, recentemente, tive que fazer duas operações de cataratas.
-Porra cara você também se lamenta muito. Pelo menos está vivo e ouvindo muito bem.
-Isso estou sim, porém tive que colocar um aparelho, pois, nem a televisão com o volume tudo aberto eu ouvia.
-Bem, vou chegando e foi um prazer ter lhe encontrado depois de tanto tempo. Um grande abraço e muita saúde é o que lhe desejo.
-Muito obrigado Manteiga. Foi uma satisfação vê-lo forte e tranqüilo. Vou agora direto para a academia fazer fisioterapia, pois estou com uma atrofia nos joelhos e nos pés.
Fiquei pasmo com o que ouvi e a única expressão que me veio a mente foi: Meu amigo está, literalmente, fodido!!!


*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras – antoniodaagral26@hotmail.com

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Morre o arauto mor!

                            Antonio Nunes de Souza*

Sem que possa haver nenhuma contestação, o Brasil perde (?) hoje um dos maiores jornalistas e empresário da mídia escrita do país que, com sua inteligência e capacidade criativa de mirabolantes campanhas, fez crescer, gigantescamente, a sua editora, a conhecida Abril!
Homem de grande cultura e tino comercial, soube ampliar potencialmente a herança deixada pelo seu pai, colocando uma das suas revistas, dentre as maiores tiragem da America do Sul, fazendo os brasileiros seus seguidores dos noticiários, como se ele e sua criação, fossem os donos da verdade. E, por incrível que pareça, essa sua permanência no pedestal foi bastante demorada, uma vez que, infelizmente, o povo brasileiro distraído em seus grandes festejos sempre se deixa emprenhar pelos ouvidos, principalmente quando as notícias são escandalosas e maledicentes. Esses temas são uns pratos cheios para os derrotados e esfomeados, que querem ver as coisas darem erradas.
Espertamente, sabedor desse detalhe, entranhou-se nas reportagens investigativas, baseando-se em fontes às vezes corretas e outras sendo meras poças de lama e, sempre a serviço de uma decadente sociedade, abundante em erros, talvez muitíssimo mais que a existente hoje, passou a ser um arauto mor da mídia duvidosa do nosso país. Prestou e presta serviços a grupos de oposição governamental que, sem nenhuma brasilidade, colocam seus interesses em primeiríssimos lugares, pouco se incomodando que as conseqüências sejam danosas para o sofrido povo brasileiro.
Vamos esperar que seu filho, herdeiro desse império rotativo, distribuidor de grandes revistas, tenha um tino de melhor consciência e imparcialidade, procure gerar um clima mais crível entre seus leitores, não fazendo que tenham dúvidas sobre as bandas podres herdadas nos governos dos últimos quarenta anos.Infelizmente, não existe partidos ou golpe militar responsáveis pelos esquemas danosos e daninhos existentes, tudo é um reflexo de procedimentos inescrupulosas desde a nossa colonização que, como é normal numa sociedade de interesses singulares, continue crescendo cada vez mais bem estruturada e lastreadas nas obsoletas leis do país.
Pode parecer uma ousadia minha, pautar um artigo condenado o comportamento de um jornalista de renome internacional, mas, pela liberdade que temos de expor nossos pensamentos, sinto-me na obrigação de dizer o que vejo e as difamações caluniosas que aconteceram diversas vezes.
Que Deus ilumine a sua subida ao céu, receba-o com honras e glorias, mas, se chegar lá ele criar uma revista financiada por Lúcifer para falar mal dos santos e do senhor, podem esperar que ele logo vá parar nos quintos dos infernos!


*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras                 – blog antoniomanteiga.blogspot.com – antoniodaagral26@hotmail.com

sábado, 25 de maio de 2013

Essa agregação é previsível!

                                      Antonio Nunes de Souza*

Nesse momento, para que não o deixem em paz para trabalhar, a preocupação é falar sobre a integração pacífica e social do prefeito Vane, com relação a estar frequentando eventos católicos, batistas, candomblés, espíritas, etc., como se isso fosse um crime absurdo cometido pelo nosso administrador chefe!
“Desde sua candidatura, que escrevi um artigo que titulei como ‘‘ Deus e o Diabo na terra Grapiúna”, com alusão a união entre o partido comunista que é composto de não crentes a Deus e, como união que deveria ser conflitante, as organizações evangélicas que estavam, claramente, dando um forte apoio a candidatura do Sr. Claudivane, poderia refutar ou colocar restrições, mas não se pronunciou, dando uma demonstração que, para vencer, tudo é válido, até mesmo procurar forças em lugares, para eles, duvidosos.
Infelizmente, esses acontecimentos passaram a ser corriqueiros e banais, já que nosso país é tido como o lugar onde não existe segregação de nenhuma espécie e, para subir, qualquer escada é bem vinda. Além dessas instituições, ainda contamos com os pequenos partidos de aluguel que, em troca de cargos, transferem seus votinhos para os candidatos que se comprometem apoiar. Nada mais que a fome de status e financeira entranhada na nossa civilização chamada de moderna. Mas, não passa de uma continuação de um sistema brutal criado, suponho, desde a colonização.
O fato é que não podemos condenar os comportamentos do nosso prefeito, pois ele é o administrador da cidade e deve, por obrigação, prestigiar todos os seus munícipes, sem que, em nenhuma hipótese, discriminar cores, sexos, religiões, credos, etc. Inclusive, todos nós somos criaturas de Deus, apenas cada um segue a sua vertente aproveitando por direito a famosa lei do livre arbítrio.
Para mim e muitos que reconhecem as dificuldades para se administrar uma cidade de porte médio são grandes, vindo inclusive de umas administrações que deixaram a desejar. As coisas são resolvidas com calma e responsáveis, para que os resultados futuros não deixem sombras de dúvidas. Em qualquer instância, o primeiro ano sempre é o mais difícil, principalmente, para se apresentar mudanças altamente significativas. Essas cobranças radicais, são obras de uma oposição ávida de poderes.
Apenas, o que peço com veemência ao Sr Vane é que, não deixe que outras pessoas ou partidos aliados, queiram tomar as rédeas do seu governo, pensando em suas candidaturas futuras e, sem a responsabilidade devida, comecem a manipular cargos de primeiros e segundo escalões, colocando pessoas inadequadas para seus exercícios. Parece-me que, lamentavelmente, isso está acontecendo e o povo está percebendo nitidamente. Mas, quanto a sua generosidade em prestigiar a todos é digna de elogios!

*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras – antoniodaagral26@hotmail.com


quinta-feira, 23 de maio de 2013

Minha vizinha!

                           Antonio Nunes de Souza*

Morador novo é sempre normal estar observando a vizinhança, para melhor se situar com relação aos novos relacionamentos que por certo virão no decorrer do tempo. Quando tempo me sobra, fico na janela olhando a passagem dos carros e das pessoas, pois estou morando em um condomínio fechado, com mais de uma dezena de edifícios, onde residem mais de mil pessoas. Na verdade uma micro cidade, sendo que, super organizada, limpa, silenciosa, áreas verdes e recheada de pessoas que trabalham, estudam, etc. Posso dizer que é um lugar especial, principalmente por ter morado no centro dezenas de anos e ter enfrentado os barulhos e movimentos de trânsito comum nos centros urbanos. Sem contar a zoada atroz dos carros de propagandas e as motos que, infelizmente, viraram o transporte para tudo e para todos. Posso tranquilamente, dizer que encontrei meu paraíso terrestre, bem merecidamente, pelos anos que atravessei nas loucuras das cidades grandes.
Logo que cheguei comecei a olhar a minha vizinha que, diariamente, logo cedo começa a passear pelas ruas, normalmente com uma amiga quase que inseparável, as duas sempre cochichando e brincando, sendo que uma eu já descobri o nome e ela se chama Mileide, que é uma corruptela inglesa da expressão My Lady (que significa senhorita). Toda garbosa, diariamente com laços de fitas cor de rosa enfeitando sua cabeça, sempre se aproxima das pessoas que passam, mas, com toda pompa não dá bola para ninguém, dedicando a sua amizade a sua companheira diária de aventuras e brincadeiras. Creio que são confidentes em seus segredos, pois normalmente estão cochichando uma no ouvido da outra.
Algumas vezes, parece que a família a prende em casa e eu observo que ela fica na janela através da vidraça, vendo o movimento da rua, mesmo estando no primeiro andar. Prendo o olhar nela, mas, sempre me olha com insignificância não me dando nenhuma bola.
Já estou tão acostumado com ela que, quando chego à janela e não a vejo, fico preocupado e saudoso, pensando se algo lhe aconteceu. Minha preocupação maior é que parece que estou apaixonado pela minha vizinha, que é uma bonita cadela Poodle, charmosa e interessante.
Parece um absurdo essa paixão, mas, muitas vezes é preferível amar uma cachorra mulher, que uma mulher cachorra!


*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras – antoniodaagral26@hotmail.com – Blog: antoniomanteiga.blogspot.com  

terça-feira, 21 de maio de 2013

Ainda bem que vai tudo bem!


                                 Antonio Nunes de Souza*

Felizmente as coisas estão andando regularmente, apenas com alguns detalhes insignificantes logo corrigidos, mas, no âmbito geral, tudo está sobre controle e acontecendo dentro dos prazos esperados.
Estou referindo-me as obras de preparação para as copas que serão realizadas em nosso país. Uma competição agora e a copa do mundo futuramente. Fico alegre e satisfeito de ver que as premonições dos que os batizei e chamo de “urubus verde amarelos” que, ante patrioticamente, ficam agourando e criando pessimismo na cabeça do povo, espalhando notícias que tudo está errado, os aviões não terão aeroportos para pousos, que os turistas terão que descer de para quedas, não haverá hotéis e as hospedagens serão nas marquises da lojas e embaixo das ponte,tomando as moradias dos sem tetos e consumidores de crack, os assaltos serão programados pelos bandidos com horas marcadas, as ruas ficarão passivas de arrastões assim como as praias, enfim uma montanha de boatos, provando quanto são nocivas essas pessoas que não cultivam o mínimo de brasilidade, pensando apenas em denegrir seu próprio povo e país, taxando-o como incompetente para sediar eventos de altas qualidades, no intuito único de ser do contra ou, para defender grupos políticos que, como aves de rapina, estão ávidos para voltarem a ocupar seus antigos cargos e governos!
É inimaginável, ver esses espalhadores de boatos maléficos, continuadamente repetindo e ampliando suas denuncias vazias cheias de malícias, torcendo estupidamente para que algumas coisas não darem certo e eles se vangloriarem dizendo idiotamente: ‘’ Está vendo! Eu bem que dizia!” Vejam você a que ponto chega a mediocridade e a falta de cidadania nessas pessoas que, com interesses podres ou incompetência, agem contra seu próprio país. No momento e deverá ser sempre assim, seja quais forem os partidos que estejam nos governos, de procurarmos ajudar de alguma forma, no sentido de ver o nosso Brasil crescer cada vez mais,oferecendo melhores condições de vida para o seu povo, sem que haja essa brutal disparidade na distribuição de rendas.
Para nosso alento, vários estádios já estão prontos, muitas obras expressivas com seus andamentos (alguns atrasos, mas, previsíveis em grandes projetos), demonstrando os brasileiros que realmente amam a sua pátria que, com toda certeza, haveremos de ser, mais uma vez, reconhecidos mundialmente pela nossa pujança e está acabando o tempo que ficávamos deitados em berço esplêndido!

*Escritor Membro da Academia Grapiúna de Letras – antoniodaagral26@hotmail.com

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Vocês se lembram de "Pereirão'?


                                        Antonio Nunes de Souza*

A figura do Pererão foi central personagem de uma das fúteis novelas da globo que, com muita destreza e habilidade, atendia a uma comunidade com eficiência  na área de problemas elétricos e hidráulicos. Era respeitada pela sua habilidade, competência e pontualidade quando era solicitada para desempenhar essas funções, conhecidas nas palmas das suas mãos.
E não é que nós também temos o nosso personagem, na vida real, que, com técnica, responsabilidade, qualificação e compromisso com o povo e município, têm demonstrado ser uma réplica do Pereirão?
Pois é meus amigos. Estou referindo-me ao engenheiro Ricardo Pereira, homem que, oriundo da COELBA, aonde vem prestando seus serviços com dignidade, e hoje pela segunda vez foi convocado para ser o Diretor Presidente da EMASA, como reflexo do seu deslumbrante trabalho executado na ocasião da sua primeira administração, nessa complexa companhia de águas, proporcionando um atendimento digno dentro das possibilidades existentes, sempre atendendo todas as necessidades básicas.
Com apenas quatro meses a frente dessa instituição que, como todos sabem, passou por momentos cruéis, quase morrendo de sede, em função da sede de interesses diversos, tem apresentado uma série de trabalhos efetuados, principalmente os de necessidades emergenciais, demonstrando sua indiscutível capacidade de atitude profissional.
Lógico que é inviável solucionar todas as questões pendentes em tão pouco tempo como os afobados ou opositores desejam, além daqueles sofredores, que foram desprezados nas suas reivindicações passadas. Mas, gradativamente e com a atenção que todos merecem, nosso “Pereirão” está desempenhando seu papel ao vivo e a cores, demonstrando desde já que a nossa empresa de águas está bem entregue e passará a apresentar muito em breve bons resultados, deixando os sarcásticos de água na boca!

Parabéns ao engenheiro Ricardo Pereira, nosso admirável “Pereirão”, e esperamos que Itabuna, mais uma vez, seja premiada com uma administração séria como foi a sua em tempos passados!

*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras – antoniodaagral26@hotmail.comVocês se lembram de ‘Pererão’?
                                        

sábado, 18 de maio de 2013

Vane enlouqueceu!


     Antonio Nunes de Souza*

Fiquei boquiaberto com o que vi no Centro de Cultura Adonias Filho esta semana. O grande e maravilhoso ator, escritor, poeta e advogado Ramon Vane, num desempenho esplêndido, nos brindou com a peça (creio que seja da sua autoria, não atentei para esse detalhe), onde fantasticamente, encarna a figura de um louco que, dentro das suas insanidades, nos mostra com precisão e desenvoltura, todos os aspectos positivos e negativos de uma sociedade de consumo com tendências falimentares que, insistentemente, procura se impor com comportamentos errôneos e ultrapassados, dando exemplos nada apreciáveis para a cultura e literatura perante os jovens que estão formatando suas personalidades!
Não só por ser uma peça vanguardista e recheada de verdades e premonições bem lastreadas, mas, como também tratar-se de um ator que reputo como um dos melhores do país vale muito a pena ser assistida e prestigiada pelo povo da cidade e região, sendo uma pena que, infelizmente, é difícil fazer com que circule nacionalmente, como o ator e o texto são merecedores.
Entretanto, fiquei feliz de ver o anfiteatro relativamente cheio, uma vez que as pessoas da região não são chegadas a esse tipo de espetáculo. Suponho que as visões estão melhorando, servindo de estímulos para outros espetáculos similares e, ao mesmo tempo, criando um hábito que nunca foi peculiar, dando a nossa cidade um status de artes e culturas invejáveis.
Contamos com Roberto na FIIC e Vane na administração (que não é o louco e sim nosso prefeito), possamos ver essas áreas tão maravilhosas e benéficas crescerem significativamente, colocando nossa Itabuna e região num pedestal cultural com a qualidade dos grandes centros!
Parabéns meu querido amigo Ramon Vane. Você, para mim, é uma jóia rara!

*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras – antoniodaagral26@hotmail.com

terça-feira, 14 de maio de 2013

Ficção - O terror hidrográfico!


                                       Antonio Nunes de Souza*

Ao ligar meu receptor da TV mundial e universal, já que somente temos uma única estação de transmissão via satélite, com tradução simultânea para todos os idiomas e dialetos terrestres, pude ver em quarta dimensão, uma notícia que, pela sua repetição, vinha assombrando todos os países, sem que a polícia internacional tivesse condições de amenizar esse tipo de prática criminosa. Estou referindo-me aos roubos arquitetados por quadrilhas internacionais das mais altas periculosidades, especialistas em roubos de cargas de água potável!
Estamos no ano de 2051, mas, desde os anos de 2035 que já acontecia fatos que davam para se prever que, dentro em breve, isso se tornaria uma rotina, deixando em perigo a população, pois, nessa época, os marginais já assaltavam os meninos que iam para as escolas tomando suas doses de um copo de água para sanarem as suas sedes diárias. Diga-se de passagem, que essa modesta dose, era ofertada pelo governo, já que a água que, eventualmente, corria nas torneiras, não tinha mais condições de serem recuperadas em função da alta poluição de mercúrio, coniformes fecais e outras sujeiras provocadas pelos comportamentos dos homens em nome do grande (?) progresso.
Naquele momento aparecia ao vivo uma quadrilha de andróides fabricados para esse fim, utilizando metralhadoras a laser e, a sua direita, outro caminhão tanque com uma mangueira fina e eficaz, que sugava toda água para seu recipiente, enquanto a polícia responsável pela fiscalização da distribuição na cidade tentava combater esse terrorismo urbano. E, essa modesta, mas, preciosa carga, estava acabando de chegar de um aproveitamento de um restante de geleiras do pólo norte, custando uma fortuna aos cofres públicos em termos de valores de importação.
Fiquei bastante triste e estarrecido, fui tomar o meu banho genérico no chuveiro de raios ultra limpex e, recordando meu tempo de criança, lembrei-me dos maravilhosos banhos que tomava no meu querido rio cachoeira, hoje, como a grande maioria do mundo, não mais existe!

*Escritor –Membro da Academia Grapiúna de Letras –                   antoniodaagral26@hotmail.com

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Dia do negro passou em branco!


                                          Antonio Nunes de Souza*

Nós baianos, com um Estado onde a etnia negra é a grande maioria, festeja-se tanto uma série de eventos cantantes, dançantes e carnavalescos, grita com veemência o orgulho da sua cor, conta com o apoio das mais importantes mídias do país, pois, no momento, não tem uma novela ou um modesto comercial, que não seja ressaltada a presença de afro ou afro-descendente e, no dia 13 de maio que outrora era comemorado com honras e glorias, não se nota ou percebe-se manifestações grandiosas e históricas, da data que a princesa Isabel proclamou a “Lei Áurea”, não tanto com a benevolência que a história ensina nos colégios.Houveram nuances de interesses nada bondosos no ato, mas, de qualquer forma, favoreceu aos negros e foi uma partida para a libertação dos escravos!
Não quero jamais dar aula de história, muito embora tenha feito curso de licenciatura na matéria, deixando no fim em função de não ter pretensões de lecionar. Tudo foi, simplesmente, para ampliar conhecimentos. Contudo, para quem morou em Amaro da Purificação durante a infância, puberdade e juventude, vendo, desfrutando as diversas manifestações através de danças, capoeira, maculelê, comidas típicas, batidas de tambores afros, candomblés, etc., obviamente estranha a apatia demonstrada em outras regiões do Estado que, sem sombra de dúvidas, também estão recheadas de negros e mestiços.
Fico sentido de ver coisas supérfluas serem comemoradas com honras e glorias não merecidas e, uma tradição da nossa querida história ser esquecida ou pouco lembrada, fazendo a cada dia nosso acervo histórico desaparecer simploriamente.
Creio ser de competência das secretarias de Educação e Cultura olharem com carinho esses fatos e, não só exigir dos professores que transmitam tais acontecimentos do passado, que foram muitos significativos para o nosso presente e será sempre para o nosso futuro!
Uma pena o dia do negro passar em branco!

*Escritor – Membro da academia Grapiúna de Letras – antoniodaagral26@Hotmail.com

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Devemos ser justos!!


Antonio Nunes de Souza*

Todos nós procedemos de maneiras diferenciadas e com posições diversas quando nos referimos aos políticos que, erroneamente, não cumprem com seus compromissos, suas obrigações, deveres de homens públicos e servidores do povo. Esse posicionamento é normal, sendo que várias são as vertentes de comportamentos, tendo aqueles que cobram, aqueles que condenam, aqueles que percebem, mas, preferem cochichar e ficarem omissos, aqueles que falam mal apenas para denegrir sem verificar se existiram razões para não terem acontecidos os fatos esperados, aqueles que nada observam apenas desejam denegrir a imagem dos seus opositores para ressaltar os méritos dos seus partidários (esses são, infelizmente, a grande maioria) e, lamentavelmente, poucos são aqueles que combatem na hora  certa e com motivos e,corretamente, elogiam ou mostram reconhecimentos quando vêem, claramente, grandes esforços para apoiar projetos importantes e vê-los realizados!
Essa um pouco longa abertura do artigo é para chamar a atenção de todos para que, nessa hora tão importante, deixem as picuinhas e radicalismos partidários ou pessoais e, sem nenhuma vergonha ou melindres, reconheçam quanto esteve e está sendo importante a participação do nosso único e genuinamente itabunense, Deputado Federal Geraldo Simões, com relação ao mais brilhante projeto educacional do Estado da Bahia, trazendo uma Universidade Federal que, seguramente, aumentará muito o nosso estatus em todo território nacional.
Sua participação tem sido grandiosa, mesmo sempre estando passivo a críticas e deboches dos pobres “urubus verdes amarelos” que querem a todo custo enlamear aqueles que, pouco ou muito, fazem pela nossa região. Claro que existem muitos outros projetos de importâncias em que ele está envolvido procurando dar os devidos andamentos, mas, nesse momento, quero ater-me somente a Universidade que, para mim e muitos que enxergam longe, é uma luz divina para o sul do Estado e, porque não dizer, todos os quatrocentos e dezessete municípios baianos.
Eu, em nenhuma hipótese, tive ou tenho ídolos políticos. Trato todos sejam de que partido forem com os mesmos respeitos, sempre elogiando quando merecem ou condenando suas péssimas atitudes quando os comportamentos são descabidos. E, nesse momento que está apenas faltando a assinatura da Presidente Dilma para que tenhamos a universidade já funcionando em 2014, temos que ser justos agradecendo ao Deputado Geraldo Simões por todos os seus esforços e dedicação, mesmo uma série de outros políticos pongando no trem do sucesso, principalmente os “copa do mundo”, que aqui só aparecem de quatro em quatro anos para mendigar ou comprar votos.
Vamos deixar de lado seus ódios e radicalismos e, nessa hora tão esperada e desacreditada por uma mídia comprada e perversa, torna-se uma feliz realidade para a educação do nosso país, que sejamos justos, dando a César o que é de César!

*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras –          antoniodaagral26@hotmail.com 

sábado, 4 de maio de 2013

Os perigos das evidências!


                                                                         *Antonio Nunes de Souza

-Saia imediatamente, seu cachorro! Gritou Tereza para o marido, espumando de raiva pelo que achava que ele havia aprontado.
-Mas, meu bem...
-Meu bem uma merda! Não quero mais ver sua cara aqui em casa e vou falar com Dr. Artur para dar entrada nos papeis de nossa separação. E uma coisa eu lhe digo: Vou dar um jeito de arrancar o que puder de você, pelos cinco anos que passei ao seu lado dando o maior carinho e amor, e você aprontando nas minhas costas.
-Você não deixa nem eu me expli...
-Não quero ouvir nada! As evidências são claras e não deixam dúvidas! Bem minha mãe dizia que você parecia ser um homem ótimo, mas achava que você era um sonso cretino, pois homem é uma raça desgraçada. Por isso que está aumentando cada vez mais o lesbianismo.
-Eu vou sair porque você parece que enlouqueceu. Já começou a dizer coisas absurdas e, além de tudo, confessar que sua mãe com aquela carinha de santa me malhava as escondidas, isso já é demais.
Dizendo isso, saí batendo a porta, mas ainda tendo tempo de ouvir Tereza dizer que não voltasse, pois ia mudar o segredo da fechadura e que eu fosse dormir na casa da puta que me pariu.
Peguei o carro indo sem direção definida, pensando na loucura que estava se passando na cabeça de minha mulher, pois na verdade ela estava completamente enganada com relação ao que estava me acusando.
Depois de dar algumas voltas pela cidade meditando sobre o que fazer, resolvi procurar Júlio, meu melhor amigo, para contar o acontecido e aconselhar-me como fazer para esclarecer aquele grave mal entendido.
-Júlio, estou numa merda que não tem tamanho! Cheguei já gritando de uma maneira que espelhava completamente a gravidade da situação.
-Calma, cara! Senta aí e me diga qual é a bronca. Algum problema de doença ou dinheiro?
-Ficaria feliz se fosse isso, mas é muito pior! Tive uma briga com Tereza e ela me botou pra fora de casa e disse que vai pedir a separação. E o pior é que não existe razão nenhuma para o que aconteceu.
-Ora porra! Estou pensando que é problema, meu amigo! Briga de casal acontece toda hora. E daqui a pouco você volta e depois de um papo já estarão aos beijinhos.
-Com minha mulher não é assim não. Ela é radical em certos casos e nesse que ela criou em sua cabeça ela não admite ou perdoa em nenhuma hipótese. Mas o pior é que nada aconteceu, foi simplesmente um mal entendido.
-Se você pode me contar, então comece logo que eu já estou curioso. E, sabendo do fato, poderei fazer algumas ponderações ajudando a esclarecer e mudar o rumo das coisas.
-Claro que conto, pois não tenho segredos para você, ainda mais que tudo não passou de um equívoco. Foi o seguinte:
Saí hoje cedo para o trabalho e Tereza falou que ia ao médico e depois ao dentista, somente voltaria ao meio-dia e nos encontraríamos para o almoço. Nos beijamos como sempre e seguimos nossos caminhos. Entretanto, aconteceu que ao chegar no escritório, percebi que tinha esquecido uns relatórios que levei para casa, no sentido de dar uma geral observando alguns detalhes que poderia ter esquecido de acrescentar. Como se tratava de documentos confidenciais da diretoria, envolvendo uma série de questionamentos no quadro funcional da empresa, achei por bem não mandar o boy ir buscar e eu mesmo fazer esse serviço.
-Você conhece Débora, aquela moça que minha mãe mandou pra nós lá do interior? Ela é de família pobre e veio para ajudar no trabalho e estudar a noite.
-Como eu vou esquecer aquela gata! A menina é um tesão mermão! Que corpo, que bundinha, que perninhas torneadas, que peiti...
-Para cara! Porra! Eu estou desesperado e você vem com esse papo sacana! A merda toda foi por causa dela, pois, desde que ela chegou, Tereza olhou e achou que ela era muito bonita para ficar lá em casa, mas, como confiava cegamente em mim, terminou concordando. Porém, ficava sempre me policiando quando a menina transitava dentro de casa com roupas mais à vontade, olhando de soslaio se eu estava observando. Eu me fazia de inocente, mas percebia sua fiscalização.
-Já sei, você comeu a menina!
-Pô, Júlio, deixe eu lhe contar, não vá precipitando os fatos, pois foi exatamente isso que Tereza está pensando e aconteceu essa merda toda.
Bem, aí eu retornei para casa e ao chegar, eram mais ou menos 09:15 hs., abri a porta, olhei pela sala, fui à cozinha e não vi Débora. Achei estranho não ter ninguém em casa, aí ouvi o barulho do chuveiro aberto nas dependências de empregados e, por baixo da porta, vinha uma quantidade enorme de água escorrendo pela área de serviço. Chamei duas ou três vezes por Débora e ninguém respondeu. Bati na porta e o silêncio continuou, somente o chuviscar do chuveiro era audível. Então, preocupado com alguma coisa, imaginando que ela tinha saído e deixado à torneira aberta, resolvi entrar para olhar. E deparei-me com ela completamente nua, desmaiada no chão do Box e a água caindo em suas costas, sem que ela desse o menor sinal de vida.
Assustado, fechei chuveiro, estando o banheiro totalmente embaçado pelo calor da água, sacudi ela várias vezes e nenhuma resposta ou reação ela apresentou. Carreguei ela até a sala, coloquei no sofá, peguei uma toalha e comecei a enxuga-la, pois, mesmo com a água quente que caíra em seu corpo, este estava completamente gelado. Como ela estava meio roxa e sua respiração era fraca, no desespero resolvi fazer respiração boca-boca no sentido de reanima-la, até telefonar e chamar o Samu para socorre-la.
Aí aconteceu a merda toda! Inesperadamente, entra Tereza sem que eu percebesse, já que estava agoniado com a situação, e fica observando eu boca com boca com a menina, que, naquele momento, despertou do seu desmaio e olhando que estava nua começou a gritar: Me largue, não faça isso comigo não! E pegou a toalha e saiu correndo para o seu quarto. Quando eu me levantei com o susto que tomei, olhei pra trás e só ouvir Tereza dizer: Seu cachorro descarado! Eu disse que só voltaria ao meio dia e você veio aqui atacar a moça!
-Não é nada do que você esta pensando, vamos lá no quarto dela que ela vai lhe explicar a verdade.
Saímos os dois em direção ao quarto de Débora e lá chegando encontramos ela chorando aos prantos e Tereza foi logo perguntando: O que foi que aconteceu? Conte-me toda verdade!
-D. Tereza eu estou tão envergonhada e nervosa. Mas, o que me lembro é que eu estava tomando banho e quando eu caí em mim, seu Júlio estava me beijando no sofá. Não sei o que ele fez comigo que eu não me lembro de mais nada. Graças a Deus a senhora chegou, senão não sei o que seria de mim.
-Seu canalha! Não respeita nem a sua própria casa! Fazer isso com uma menina de 17 anos de idade. E foi tudo bem tramado já que você sabia que eu só voltaria ao meio-dia, mas o salão não pode me atender e eu voltei mais cedo. Por essa você não esperava!
-Que bronca da porra, velho! Mas fique frio que a menina vai se explicar melhor depois e acabar com esse mal entendido.
-Que nada! Voltei a perguntar se ela não se lembrava que havia desmaiado durante o banho e ela disse que não se lembrava de nada a não ser que eu tinha levado ela para a sala e fiquei beijando sua boca. Acredito até que não seja maldade dela. Talvez seja daqueles brancos que dá na mente das pessoas e ela, sem maldade, esteja me incriminando. Mas, que fodeu comigo, fodeu! Pois eu tornei a perguntar severamente e ela disse que estava tomando banho, quando ouviu um barulho na sala, se assustou pensando que era algum ladrão e não sabe dizer se desmaiou antes ou foi na hora que eu entrei no banheiro. Daí pra frente ela disse que imagina que eu a vendo naquele estado e sem roupas a levei para o sofá da sala e comecei a alisa-la e beija-la. Então ela acordou e saiu correndo com medo de ser estuprada. Mas, graças a Deus D.Tereza tinha chegado na hora H e evitado a consumação do ato.
-Fale a verdade cara, não foi você que estava querendo fazer uma sacanagem com a menina não?
-Você é louco, rapaz! Se fosse eu iria mentir para você. Poderia até dar testa com Tereza, mas com você eu iria me abrir.
-Tudo bem! Agora fique calmo, descanse um pouco, ligue para a empresa dando uma desculpa que só poderá retornar a tarde e, ao meio-dia, iremos juntos lá em sua casa e eu vou conversar com Tereza e ajeitar a situação.
No horário combinado, pegamos o carro e seguimos. Não nego que estava me cagando de medo e nervoso demais, preocupado com a receptividade que teríamos.
Quando chegamos, Júlio tocou a campainha, pois eu nem quis abrir com minha chave, evitando tomar o susto de ver que a fechadura tinha sido trocado o segredo.
Após alguns segundos a própria Tereza veio nos atender. Mas, ao me ver, mandou que eu me retirasse imediatamente, falou que já havia mandado a menina para o interior para junto da sua família, e que Júlio desculpasse, mas, qualquer diálogo seria agora através do seu advogado. Pois, não foi ninguém que lhe contou nada não, foi ela mesmo que viu com seus próprios olhos! Dizendo isso, bateu a porta em nossa cara e nos deixou a ver navios.
Com aquela atitude, não tive nem ação de dizer alguma coisa. Voltei para o carro, entrei e chamei Júlio para irmos embora. No caminho evitei falar alguma coisa, pois senti pelos olhares de Júlio que ele não estava também acreditando em mim. Então... pra que perder o meu tempo tentando dar explicações.
Ao chegar, me despedi sem puxar mais algum papo, peguei o meu carro e fui direto para meu escritório. Lá chegando pedi à secretária que me reservasse um apart-hotel. Ela, meio espantada e tímida, perguntou: Em nome de quem?
-No meu nome! Diga que chegarei a noite. E antes que você pergunte, vou dizer-lhe que tive um problema com minha mulher e vou ficar uns dias em um hotel até acertar ou não a situação.
-Sim senhor! Farei a reserva agora mesmo. Posso ajuda-lo em alguma coisa?
-Ligue para Tereza e peça para ela fazer o favor de colocar algumas roupas minhas em uma mala, que vou mandar o motorista ir buscar no fim da tarde. Não deixe de dizer “por favor” e nem puxe ou adiante alguma conversa. Fale só o necessário.
No decorrer da semana, alguns amigos e amigas tentaram conversar com ela para que a situação fosse revertida, mas depois que ouviam a estória, terminavam acreditando mais nela do que em mim. A desgraçada da menina, em vez de voltar para o interior naquele dia (para sua pequena cidade natal), chegou na rodoviária e tomou um rumo desconhecido e, até hoje, nem sua família sabe por onde ela anda. Imagino que depois de morar um ano em uma cidade grande, preferiu ir aventurar a vida em outro lugar, que voltar para a miséria de antigamente. Esse desaparecimento dela foi minha pior condenação, pois, somente a minha palavra contra todas as evidências apresentadas por Tereza, era e foi suficientes para me condenar. E foi o que aconteceu perante o juizado de conciliação e a sentença final. Foi minha palavra contra a dela, mas, havia a minha confirmação de todos os fatos, excetuando minha alegação de que encontrei a menina desmaiada e que estava fazendo respiração artificial. Parte essa que não recebeu o crédito de ninguém, inclusive do cretino do meu advogado. E, para complicar mais ainda, o advogado dela conseguiu com Tereza uma foto de Débora de biquíni na piscina da nossa casa e fez constar nos autos. E quando o juiz olhou a foto, eu li estampado nos seus olhos que ele estava pensando: Que mulher gostosa!
E a verdade é que a desgraçada era realmente um tesão de mulher, com aquele jeitinho de menina do interior, ainda sem as malandragens das cidades grandes.
Resultado: Perdi a metade dos meus bens, respondi um processo por ter tentado praticar atos libidinosos com uma menor, que foi minimizado pela falta do testemunho da vítima, e ainda tive o desprazer de ver tudo estampado no jornal denegrindo minha imagem social e de empresário.
Esse caso aconteceu há 32 anos atrás, Tereza faleceu o ano passado vítima de um acidente, e jamais voltou a falar comigo, morrendo com a convicção que eu era um crápula e a enganei estupidamente. Meus amigos, durante esses anos todos, eventualmente, para me sacanear perguntam: Você comeu ou não comeu Débora?  Sinal evidente que eles também nunca acreditaram em mim.
Espero que essa lição que sofri na pele e me custou muito caro, sirva para que outras pessoas, antes de tomar atitudes intempestivas baseando-se puramente em evidências, procure usar o bom senso, ouvir com atenção as explicações necessárias, pois, nem sempre as verdades são as que as evidências expressam.

*Escritor Membro da Academia Grapiúna de Letras – antoniodaagral26@hotmail.com.